Uma nova era ( o resgate)

Já fazia meio seculo, que havia abandonado Rames, no vale das sombras, e nesse tempo continuei estudando, tentando descobrir como tirá-lo de lá em segurança, sabia que ainda estava vivo, meu coração me dizia isso, as vezes ainda ouvia teu chamado e outras tua furia direcionada a mim, e isso muito me deixava perturbada, não desejava-lhe mal, ao contrario o amava e muito, ate hoje me arrependo de não ter intercedido no julgamento, espero que um dia ele seja capaz de me perdoar.

Em reunião com meu conselheiro, depois de tanto estudar aquelas terras, descobrimos que só podiamos combater a magia com magia e assim o fiz, estudei e busquei tudo o que me podia ser util para salva-lo, e nessas buscas descobrimos que bastaria um portal ser aberto, e o resgataria em segurança, mas ainda tinhamos um problema, não sabiamos a localizaçao dele e com certeza ele não viria de bom grado, o que tornaria essa missao muito mais dificil, então comecei a rastrear todo o vale, tentando localiza-lo e na próxima noite de lua cheia, abriria o portal e o resgataria de lá a qualquer preço.

Finalmente o localizaram, amanhã seria noite de lua cheia e invocaria os deuses do portal para que o abrissem e assim pudesse resgata-lo, mas antes disso deixei meus guerreiros em alerta, não saberia a reação de Rames e deveriam estar prontos para dete-lo caso tentasse algo, deixei claro que iria sozinha, caso desse algo errado que fechassem o portal imediatamente, não colocaria em risco os meus irmaos, já estavam me ajudando demais nessa empreitada, e não pediria isso a eles.

Entao a grande noite chegou, tinha a localizaçao aproximada dele, e assim evoquei os espiritos da noite, para que abrissem o portal, e que pudesse ultrapassa-lo em segurança, e traze-lo de volta, adentrei no portal e em segundos estava novamente no vale, não conseguia enxergar nada, pelo breu, mas podia sentir, e foram meus sentidos que usei nesse momento, logo avistei Rames, precisava atrai-lo para perto de mim, sem assusta-lo para que nada saisse do controle, nem parecia meu amor, era um ser abatido, irreconhecivel, mas sabia que era ele, seus olhos não me enganavam, quando finalmente pode me ver, senti tua furia, e ele avançou sobre mim, não queria lutar, mas aproveitei a oportunidade e o atrai para o portal, já que era invisivel aos olhos dele, de repente me senti mal, como poderia ter tanto odio direcionado a mim, mas não desisti, no ultimo minuto atravessamos o portal.

A luz do templo o assustou, por um segundo parecia ter voltado a si, pois me reconheceu, mas logo voltou a ser a fera que se transformou no vale, então meus guardas o seguraram, e ordenei que o levassem para o hospital, havia mandado fazer um quarto especial com grades e tudo mais, não poderia deixa-lo seguir assim, não era meu prisioneiro é claro, mas só sairia dali quando se recuperasse, mesmo me odiando, se esse fosse o desejo dele.

Nao sei quantos dias ele ficou confinado ali, era terrivel ve-lo daquela maneira, inerte em teus pensamentos, parecia ter perdido completamente o juizo e a razao.

Mas eu confiava nos deuses, sabia que ele ia se recuperar, estavamos fazendo de tudo pra isso, minhas noites eram velando teu sono quase sempre agitado, queria tanto que ele me ouvisse, mas não ouvia, parecia perdido nele mesmo, mas não ia desistir, foram noites e noites assim, sem sucesso, todos os medicos do reino diziam que ele não tinha cura, que devia mandar mata-lo que deixa-lo na tortura de sua mente, mas me negava a isso.

Eu mesma já não suportava ve-lo assim, inerte, perdido nele mesmo, então tive uma ideia, que talvez o salvaria, falei com os medicos, que falaram que talvez isso fosse possível, mas com essa atitude, tudo mudaria, ele não seria mais o que é, e fui avisada que talvez ainda mais me odiasse por isso, por não dar-lhe a escolha, mas essa era nossa ultima alternativa.

Adentrei em seus aposentos, ele parecia não me notar, inerte a tudo a sua volta, chamei pelo teu nome, teu olhar era triste, sombrio, senti a sua dor e a sua tortura, então fiz o que devia ter feito, me aproximei e o mordi, sentindo o gosto de teu sangue, a me alimentar minha alma, vi tanta dor, tanto desespero, que quase me perdi naqueles pensamentos, então o deixei ali , quase morto, alguns segundos se passaram , então rasguei minha carne, e ofereci o alimento que o salvaria, e ele quase que automaticamente, se alimentou de meu sangue, então depois de saciado o deixei ali, ainda estava fraco, os medicos o pegaram e o amarraram na maca, talvez a transformaçao fosse por demais dolorida, precisava estar protegido dele mesmo.

Condessa Drakon
Enviado por Condessa Drakon em 23/04/2017
Código do texto: T5979002
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