Uma nova era (reencontro)

De repente me permito viajar em minhas lembranças mais lindas, quando meu amado anjo voou em Drako, sentia tua felicidade naquele momento, e é tudo o que mais desejava a felicidade dele, sua paz, lembrei-me de cada detalhe daquele momento, isso me acalmava, de repente parecia que ele estava ali, e todos os sentimentos se foram, senti a angustia, uma dor, a tristeza, e logo um sufocar, e senti que desfaleci ali mesmo, sufocada, em algo que não entendia.

Não sei por quanto tento fiquei desacordada, quando despertei parecia não estar mais no Vale, minhas recordações eram confusas e minha forma novamente de vampira, estava em um quarto, me recordava dele, era meu quarto no Castelo Negro, me sentei assustada, estaria eu tento outra daquelas ilusoes implantadas em minha mente? Estava alerta a tudo nesse momento, a seculos não voltava a esse Castelo, herança de meu pai tão amado, tentei me recordar dos ultimos acontecimentos, para poder entender o que havia acontecido.

Quando vejo a porta entrar, tento encontrar meu punhal, já não está mais comigo, sinto meus instintos se aflorarem quando escuto.

Boa noite minha Senhora feliz que tenha despertado !

Olhei, para a porta, e não acreditei no que vi, era o Senhor das Estrelas, o Conselheiro de meu Pai, pensei que estava morto a muitos séculos, como pode ser?

Como é possível ? Onde estou? - perguntei confusa a ele.

Calma minha Senhora, estas em segurança agora, os guardas do Vale me informaram de sua presença e graças aos Deuses conseguimos resgata-la em segurança, sim sou Eu, teu pai me enviou pra cá, para ser o Guardião do Vale das Sombras a muitos seculos atrás, e não vejo isso como uma prisão acredite, já que ajudei a cria-lo, agora esta em segurança, descanse, nos falamos mais tarde.

Obrigada, meu amigo, mas tudo está confuso em minha mente ainda, como saber que isso não é mais uma ilusão de minha mente, nesse vale?

Simples minha Senhora, és filha do Criador dessa prisão, nada pode lhe atingir, o feitiço foi criado assim, digamos que teu pai conhecia bem a filha que tem, e sabia o risco de você adentrar aqui, sempre foi assim desde pequena, ele tinha que garantir sua segurança de alguma maneira. - disse ele sorrindo.

Sou tão previsivel assim? - pela primeira vez de tanto tento me vi sorrir.

Sim minha Senhora, mas apenas para os que a conhecem, acredite! Agora com sua permissão, tenho assuntos a resolver, só peço que não saia do Castelo ate conversarmos.

Não sairei!

Então ele me deixou perdida com meus pensamentos, queria me lembrar quem tinha me atacado no Vale, queria entender tudo o que estava acontecendo, mas sabia que não era o momento, então me vesti adequadamente, e desci até o Salão principal, estava tudo exatamente igual, parecia que a qualquer momento meu Pai adentraria por aquela porta, dando ordens como sempre, apesar de minha mente atormentada, estava em paz, com determinadas lembranças, então segui para a biblioteca, precisava estudar mais sobre o Vale, eu sabia disso, e saber como me defender, porque pretendia voltar lá, resgatar meu amado Anjo, e nada me faria desistir disso.

Não sei quanto tempo passei entre os livros e minhas pesquisas, mas me sentia cansada, só então lembrei que não havia me alimentado ainda, me sentia fraca, então me retornei para o salão principal onde para minha surpresa encontrei alguns vampiros anciãos, me curvei perante eles, pois sabia que eram superiores a mim, mesmo sendo filha de quem era, todos me cumprimentaram euroficos, felizes com minha presença, e realmente eu fiquei feliz, de estar de volta ao lar como antes, só rezava para não ser uma ilusão de minha mente, não poderia me perder de meus objetivos principais, então me serviram uma taça de sangue fresco, me deliciei com ela, estava realmente precisando.

Tinha muitas perguntas a fazer e muitas delas me foram respondidas, me fazendo acreditar que tudo era realmente real, havia retornado a meu lar, que um dia havia esquecido, então me ofereceram para ocupar o trono, que sempre me pertenceu a meu pai, voltaria a ser a soberana dessas terras, como é de meu direito, me senti honrada, depois de tantos seculos, de volta a minha terra, a minhas origens, e aceitando as responsabilidades finalmente, que meu pai sempre quis que assumisse.

Me colocaram a par de tudo que ocorrera depois de tantos seculos, e descobri que eram fieis a mim, sempre foram fieis ao Senhor dessas terras aguardando meu retorno, e agora fiéis a mim, ainda tinha meu reino, e isso de certa forma me agradava, mas lá eram apenas vampiros, eu sabia disso, durante o dia se recolhiam como todos os outros, sangues puros, minha linhagem, e honraria essa nova oportunidade que os deuses me deram, mas ainda queria salvar Rames, e não sabia como.

Alguns dias se passaram e o Senhor das Estrelas, ainda desviava o assunto quando perguntava do vale e quem havia me atacado, isso me deixava intrigada, em uma noite não resisti e o indaguei mais uma vez, eu precisava voltar lá, então a revelação dos ultimos momentos lá foi revelada em cada detalhe.

Custei a acreditar, mas as evidencias não negavam, estavam em meu sangue, e ele não mentia, quem me atacou foi Rames, em seu momento de loucura, queria vingança, por algo que não havia feito, me acusava de coisas que não conseguia entender, deixei que minhas lagrimas caissem, como poderia me odiar assim? Se ainda sentia teu amor em mim, nosso amor, latente em minha alma, amor esse que não podia esquecer? Minha dor foi imensa nesse momento, então o Conselheiro me explicou que ele estava perdido nele mesmo, oscilando entre o bem e o mal, e eu precisava ter paciencia, que nada poderia fazer naquele momento.

Eu queria salva-lo, resgata-lo desse inferno, mas sabia que não poderia nesse momento, precisava me fortalecer ainda mais, embora o vale não me afetasse, não podia dizer o mesmo dos seres que lá habitavam, e sabia que muitos que la estavam odiavam-me pois muitos foram condenados por mim.

O conselheiro de meu pai, agora era meu conselheiro, confiava nele, afinal cuidou desse reino na ausencia dos soberanos e pelo o que vi estava tudo na mais perfeita ordem, decidi ponderar sobre voltar ao vale, e aguardar o momento certo, apenas orando aos Deuses que protegessem meu amado, até o momento em que eu pudesse voltar e resgata-lo e rezar para que um dia me perdoasse, sabia que por hora, ele não queria ser salvo e assim seria feito.

Condessa Drakon
Enviado por Condessa Drakon em 20/04/2017
Código do texto: T5975946
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