PROTEÇÃO AO POLICIAL
Era noite quando na estrada, sem luz, meu carro enguiçou.
Acionei o farol auto, dei uma olhada no entorno e com minha arma desci pisando no asfalto ladeado por largo acostamento e mato alto.
Abrindo o capoo vi que precisava ser rebocado, chamei o socorro pelo celular e sem respostas me virei quando avistei uma pessoa, que parecia ser um homem com chapéu cuja aba lhe cobria a face mas não o que parecia ser um cigarro se aproximava devagar.
Ali me preparei para reagir, se preciso fosse, e não retirando os olhos dele, agucei minha percepção para outras direções quando, com uma voz familiar, ouvi: " ENTRE NO CARRO E SAIA DAQUI DEPRESSA. ELES ESTÃO VINDO."
Com um medo defensor, e ciente de que o carro não andaria, entrei no carro, fechei a porta sem a tranca e pelo retrovisor vi o homem com chapéu, mas não sua face, já dentro carro no banco detrás, e completamente imóvel, pela tensão, tornei a ouvir: " CALMA. LIGUE O CARRO E ACELERE AGORA."
Sem hesitar, cumpri a orientação, o carro pegou e eu acelerei o máximo que pude pois pressentia perigo.
Neste momento vi um outro carro vindo sentido contrário em alta velocidade dando tiros para como que em fuga, e assim passou por mim, como sem me ver quando, mais uma vez, o carro "morreu" e alí a minha lateral direita, onde parei, avistei o homem com chapéu apontando uma cruz branca com uma placa de madeira, que dizia: AQUI JAZ A MEMÓRIA DO DETETIVE CARLOS ROSA CAVALCANTI QUE MORREU NO EXERCÍCIO DO SEU DEVER NESTA ESTRADA.
Por um momento gelei, pois este era o nome do meu padrinho de batismo que me deixou por herança, por meio da minha mãe também falecida, apenas sua máquina escrever e sua câmera fotográfica.
No dia seguinte , fui na catedral de Duque de Caxias onde quando ainda igreja fui batizado e agradeci a proteção.
Sandive Santana /RJ, com CARINHO AOS POLICIAIS QUE LUTAM NO CUMPRIMENTO DO SEU DEVER.