Era noite. Um vento ensandecido percorria as ruas desertas, derrubando galhos de árvore e ameaçando os telhados.
Quem se atreveria a percorrer os becos mal iluminados, diante da tempestade que já se aproximava.
Janelas fechadas guardavam a segurança dos moradores da pequena cidade. Só Mariana não dormia ansiosa com os raios e trovões. Por isso, percebeu os passos que se aproximavam. O barulho dos saltos nas pedras, cada vez mais forte e mais rápido, trazia um estado de espírito angustiante.
Quem seria? Perguntou baixinho. Lembrou das histórias que a sua avó contava a respeito de uma mulher que faleceu em circunstâncias misteriosas, sendo vista rodeando a Igreja Matriz, altas horas da noite.
O medo tomou conta do seu corpo imóvel na poltrona. Suava frio na escuridão do quarto. Depois de algum tempo, notou algo pior ainda. Havia um barulho, atrás daqueles passos, como se fosse um andar trôpego de alguém que estivesse se arrastando. Pensamentos de terror atravessaram sua mente. Um Serial Killer com intenção de matar? Uma mulher indefesa voltando para casa depois de um dia de trabalho? O que fazer? Abrir a janela e gritar?
Os passos foram afastando e ficando distantes. Um silêncio tomou conta da rua. Apenas o barulho do vento voltou forte e ameaçador.
Com o sono aproximando, Mariana deitou e adormeceu. No dia seguinte acordou e correu para abrir a janela. Havia um recado num pequeno pedaço de papel, endereçado a ela. Dizia assim “não se preocupe somos viajantes no tempo. Somos seres eternos”.
Mariana desmaiou.
Heloísa Mamede
Enviado por Heloísa Mamede em 08/11/2017
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