O monstro de Ferrarezzi - R. Santana

O monstro de Ferrarezzi
R. Santana

 
Naquele dia, no início da noite, na hora do “rush”, o “HB20-S” prateado deslizava na Avenida Zeus em Juruviara. No volante, a médica Raquel Ferrarezzi não tinha pressa, olhava de esguelha para os lados da pista, procurava alguém... Procurava Thalita Romanesca, adolescente que conhecera numa Rede Social, 06 (seis) meses antes. Embora Thalita tivesse, somente, 17 anos de idade, Deus lhe premiara com corpo perfeito e mente precoce. Estudante de Direito, morou algum tempo nos Estados Unidos por conta de programas de intercâmbio cultural.
Raquel não conhecia Thalita pessoalmente, mas pelo Facebook: alta, morena cor de canela, lábios grossos, boca provocante, olhos verdes, longilínea, digna da revista “Playboy”. Por outro lado, Thalita não a conhecia nem virtual nem pessoalmente, mas Matheus Takaha Shi, ali, naquele dia, naquela hora, acertou lhe encontrar.
Raquel não é de se jogar fora: jovem, loira, olhos azuis, esguia, cabelos compridos, querida dos colegas médicos, desenvolta socialmente, figurinha presente nas redes sociais e usa Whatsapp pra quase tudo. Profissional de escol, infectologista egressa de vários institutos e faculdades brasileiras e americanas, inteligente, estudiosa, com vários trabalhos científicos publicados.
Raquel, à medida que o tempo passava e Thalita não aparecia, começou exasperar-se: “Será que ela não vem?”, “A potranca enganou-me. Deixe estar, ela irá me pagar!”, porém, antes dela dá curso ao pensamento, avistou Thalita sozinha num ponto de ônibus, alegrou-se, ela estava lá, parou o carro e chamou:
- Thalita!
- Quem é você?
- Sou irmã de Matheus Takaha Shi! – convidou-lhe:
- Vamos? – completou:
- Ele está doido pra lhe conhecer, vai levar um susto, você é mais bonita... – ordenou:
- Entre no carro!... – Thalita quis dizer alguma coisa... Mas, a presença de espírito de Raquel foi maior:
- Entre!
***
Carol, a mãe de Thalita, estava assustada com o comportamento da filha, ela não saía do computador ou do “Smartphone”. Como é disciplinada, não compromete seus estudos regulares, sua paixão é o Direito Criminal, tem em mente a defesa do lado bom do crime, não seu lado mau, isto é, não importa o tipo de crime desde que embasado na justiça do Homem e de Deus, se alguém mata em legítima defesa, ela estará lá, no Tribunal do Júri, na defesa; mas se o crime é hediondo, perverso, premeditado, doloso, ela estará lá, no Tribunal do Júri, junto do promotor.
Mesmo à distância, com poucas informações, ela apaixonou-se por Matheus Takaha Shi, as chamadas de voz, as mensagens, as mensagens gravadas, enchiam o celular de Thalita:
“Meu amor, ontem deixei um recado em sua caixa postal e, não me retornou, te amo, te amo, te amo...”
“Amor da minha vida, estou contando os minutos e os segundos pra voltar, aqui, em Cambridge, os meus estudos estão cada vez mais monótonos. Parece que o tempo não passa... Gostou das fotos da Universit of Cambridge?”
“Sonhei que estávamos num motel, foi muito lindo... k k k ....”
“Adorooooo...”
Dia “D”:
- Minha vida, retornarei amanhã, escala Rio / São Paulo, lá pegarei um ônibus para Juruviara. À tardinha, nos encontraremos na Avenida Zeus...
- Querido, por que não vem logo em casa?
- Amor da minha vida, quero que somente o ceu e as estrelas sejam testemunhas do nosso encontro!...
- Tá, te amooo!...
***

Thalita se espreguiçou várias vezes, bocejou, esfregou os olhos com as costas das mãos. A cabeça doía-lhe, estranhou tudo, inclusive, uma bandeja com frutas, uma garrafa com café com leite, torradas e pedaços de bolo. Sentiu-se desnorteada, não sabia quanto tempo estava ali, lembrava-se que tinha tomado um vinho por insistência de Raquel enquanto seu namorado virtual viesse-lhe ao encontro, depois disto não lembrava mais de nada, exceto, os cuidados e aa gentilezas de sua futura cunhada.
O tempo que passou fora do país, aprendeu aguçar todos seus mecanismos de defesa quando as circunstâncias exigiam, reconheceu a situação estranha, mas se desesperar, perder o autocontrole, seria pior, doravante, teria mais cuidado com a comida e a bebida, pois o vinho deixou-lhe grogue, desnorteada, talvez fosse por não ter o hábito de beber nem refrigerante, sua mãe lhe ensinou, desde pequena, que o suco natural e a água são insubstituíveis para boa saúde.
Procurou seu celular na bolsa e não o encontrou, o dinheiro e os produtos de beleza não foram mexidos, fez seu ”breakfast” com cuidado, cortando as frutas, provando o suco e o café com leite, antes de ingeri-los, “procurando” algo sedativo, ou, alguma droga proibida. Depois da barriga cheia, pensou: “saco vazio não se põe em pé”, resolveu, de maneira meticulosa, percorrer o apartamento: móveis, estilo colonial, cozinha em MDF, quadros de pintores famosos, teto rebaixado, painéis decorativos de madeira, lustres de cristais, portas de mogno, louça refinada, copos de cristais e faqueiro de prata.
Thalita descobriu, logo, que estava num apartamento de cobertura: salas enormes, saída (fechada) para o elevador privativo, 4 quartos fechados no trinco e 1 quarto fechado à chave, um closet, escritório-biblioteca, dependência de empregada, varanda com mureta e vidro temperado, esverdeado, com vista pra cidade, sala de ginástica, sala de jogos, sala de música, churrasqueira, enfim, o chique no último, um luxo...
Porém, Thalita constatou que não havia nenhum mecanismo de comunicação no apartamento cobertura (Telefone Fixo, Desktop, TVs LED, Som, Notebook, Smartphone, etc.), aliás, havia, mas tudo bloqueado por senha ou, outro dispositivo de interrupção de Internet que ela ignorava. Sentiu sua liberdade comprometida - em Direito, Artigo 148 do Código Penal, lê-se: “cárcere privado”, isto é, alguém, arbitrariamente, priva o direito de liberdade de ir e vir do outro – mas, não se desesperou, esperaria Raquel, ela teria que lhe dar uma explicação pra tudo aquilo, inclusive, o paradeiro de Matheus Takaha Shi.

***

Um mês depois do sumiço de Thalita, seus pais estavam desesperançados de encontrá-la viva. Juruviara tinha sido esquadrinhada em metros quadrados, ninguém a viu ninguém sabia onde Thalita se meteu. Para infelicidade da vítima e desespero dos seus pais, colegas e amigos, as câmaras do seu percurso pouco registraram, ou nada de importante registraram, a maioria registrava a imagem do instante do acontecimento, não havia arquivo de imagem. Cartazes de desaparecida foram espalhados por todos os lugares, alguns, estipulando prêmio de resgate. O pessoal da delegacia e da “Vara da Infância e Juventude”, não parava de procurá-la, todos sensibilizados com o drama da família.
Alguns dias depois do desaparecimento de Thalita, seus pais continuaram receber mensagens, supostamente da filha, eram mensagens tranquilizando-os, que ia tudo bem, que Matheus Takaha Shi lhe fizera uma surpresa: uma viagem no interior do Nordeste, eles iriam visitar lugares paradisíacos, longe da violência e do estresse das grandes cidades, que eles não se preocupassem, logo, voltariam; que iam gostar do seu namorado, que além de inteligente, bom caráter, é lindo, muito mais bonito que nas redes sociais, etc., etc.
Carol e Joaquim, pais de Thalita, desconfiaram das mensagens, sua filha, mesmo no ardor da juventude, não era tão fútil e irresponsável para se render aos encantos de um desconhecido e viajar sem os seus consentimentos. Tudo era estranho, tudo bem montado, mas com diversos rastros criminosos, portanto, não havia outra saída, senão, entregar esse material na delegacia que já vinha apurando o caso, dias depois, eles foram convocados pelo delegado que depois dos cumprimentos de praxe, lhes deixou ciente das informações que tinha:
- Pais, estamos nas mãos de uma mente patológica, uma mente acima do normal e voltada para o crime. Depois que o caso de Thalita tornou-se expressivo pela mídia, alguns desaparecimentos negligenciados, com os mesmos “modus operandi” vieram à tona, e, os parentes das vítimas, agora, reclamam novas investigações – fez uma pausa, continuou:
- Esse tal Matheus Takaha Shi desapareceu ou, não existe mais... – os pais de Thalita interviram assustados:
- Como assim, delegado? Ele circula aí nas Redes Sociais e a nossa menina tem em seu celular suas imagens e dezenas de mensagens!?
- Foi por isso que lhes disse no início da nossa fala: “uma mente patológica, uma mente acima do normal e voltada para o crime”... – os pais de Thalita, novamente, interviram:
- Delegado, o senhor está nos assustando!
- Não se pode perder a esperança de encontrá-la viva, portanto, não nos desesperemos! Tenho muita confiança na minha equipe e nos investigadores da delegacia de Dr. Júlio Santouro!
- O delegado de crimes virtuais?
- Sim!
Os pais de Thalita saíram dali, mais confusos do que antes, mas confiantes que a polícia desvendaria o caso.

***

Naquela noite, Thalita estava desesperada, toda sua fortaleza emocional foi por água abaixo, seus nervos estavam em frangalhos depois que assistiu pela TV, a entrevista do delegado respondendo aos repórteres sobre seu caso:
- Doutor, onde está Matheus Takaha Shi?
- Não sei!
- Como assim!?
- Se soubesse... metade do problema estaria solucionado. Sabemos que ele veio de Santa Catarina, filho mais novo de pequenos agricultores, para Juruviara, trabalhar de modelo. Aqui, morou num pensionato por alguns meses e deixou o pensionato 02 (dois) dias antes do caso Thalita!
- O pensionato não tem nenhuma pista do seu paradeiro?
- Não!
- Na Estação Rodoviária e Aeroporto não há registro de imagem ou compra de passagem?
- Não!
***

Raquel insistia em vão que Thalita aceitasse uma relação homossexual, enquanto Matheus estivesse em viagem de negócio, prometia-lhe mundos e fundos, mais mundos do que fundos... Sustentava que seu irmão não tardaria chegar e quando ele chegasse, ela voltaria pra casa e ambos manteriam a história da viagem para o interior do Nordeste em carro próprio. Justificariam pra polícia e seus pais que estiveram em lugares paradisíacos, mas de difícil comunicação, aliás, não queriam se comunicar, não queriam que ninguém os atrapalhasse. Se as autoridades lhes pedissem comprovantes de hotéis, alegariam que se hospedaram em espeluncas ou ficaram em barracas móveis, etc., etc.
***
No dia que o delegado deu uma coletiva, Raquel chegou ao AP mais cedo do que de costume. Thalita “cuspia fogo e arrotava brasa”, mal Raquel se desfez dos apetrechos (bolsa, celular, óculos, relógio...), sua hóspede a contragosto, crivou-lhe de exclamações:
- Você mente! Matheus não é seu irmão! Matheus é filho de pais pobres do interior de Santa Catarina! Matheus veio trabalhar como modelo em Juruviara! Matheus sumiu ou, não mais existe! Você é doida! A polícia vai chegar até você! – e a interroga sem esperar a resposta, descontrolada...
- Quem é você? Onde Matheus está? Seu nome é mesmo Raquel? Teve envolvimento afetivo com Matheus? Espera enganar a polícia por mais tempo?...

***

Augusta Rusciolelli estava frente a frente com o delegado do caso Thalita, desenvolta, não titubeava em nenhuma pergunta, por mais rodeio e perguntas capciosas que o delegado fizesse. Havia sido convidada como testemunha, mas sentiu que a autoridade policial queria lhe incriminar:
- A senhora conhece Matheus Takaha Shi?
- Conheço. Ele fez marketing de saúde para minha clínica!
- Só?
- Sim!
- O certo não seria contratar uma empresa publicitária para esse tipo de campanha e não o modelo?
- Sim!
- Então?...
- A minha clínica contratou a empresa K&M, mas de vez em quando, ele ia lá, por determinação da empresa publicitária, fazer algumas imagens, principalmente, aproveitar a faixada da clínica e alguns ambientes internos e aparelhagens modernas. Por orientação da K&M, tirou fotos com as funcionárias e os colegas médicos e, participou de entrevistas com pacientes da clínica!
- Teve envolvimento afetivo com Matheus?
- Não costumo comentar minha vida pessoal...
- Doutora, a função da polícia é juntar todos os pontos para esclarecer os desaparecimentos e, possivelmente, crimes!
- Estou, aqui, pra ajudar a polícia e a justiça!
- Sei disto... Obrigado.
***

Naquela tarde, o crepúsculo insistia deixar o dia e entrar na noite, Thalita encostada na porta do quarto sempre mantido à chave, chorava com enjoos e vômitos secos, descontrolada, pois tinha descoberto algo dantesco, mórbido, funesto, horripilante, repugnante, decorrente de uma mente doentia: o quarto suspeito (sempre fechado à chave), não passava de um jazigo com vários cadáveres embalsamados, plastificados, alinhados na cerâmica, alguns descarnados pela ação do tempo, outros, mais recentes e reconhecíveis.
Thalita percorreu o apartamento em busca de uma saída, de um socorro, mas em vão, pareciam fechaduras eletrônicas, resistentes a qualquer tipo de arrombamento, de danificação. Ela Pensou provocar um pequeno incêndio para chamar a atenção dos transeuntes que passavam pela rua, contudo, o bom senso dizia-lhe que pela altura e pelo acesso restrito, quando os bombeiros adentrassem o apartamento, ela estaria asfixiada e morta.
Usou uma cadeira e jogou algumas mensagens em pedaços de papel, à medida que o papel ia “voando”, a corrente de ar o levava para longe e, adeus socorro! Porém, teve uma ideia...
***
À noite, Raquel chegou do trabalho com a casaca pelo avesso, mas ao invés de encontrar uma Thalita taciturna, chorosa pelos cantos, encontrou-a alegre e disposta. Thalita não falou lhe falou do quarto lúgubre. Limpou bem a cara, maquiou-se, penteou-se, vestiu o melhor vestido (o mesmo manequim), que encontrou no closet, calçou o sapato à Luís XV, pra ficar mais alta do que a parceira. Não foi à toa, a surpresa de Raquel:
- Meu Deus! Meu Deus! O ceu se abriu e enviou-me um anjo! – Thalita aproveitou a oportunidade:
- Conclui que não és má... teu irmão é que... – foi interrompida:
- Deixe-o pra lá... um garotão... – não completou, Raquel foi agarrada pela cintura e beijada:
- Perdoa-me!
- Deixe estar menina, aquilo é um desmiolado! Benzinho, quando ele voltar?
- Quando ele voltar? Mando-o pra as cucuricas!
- Benzinho, cucurica é comida?
- Sei lá!
- Kkkk...
- Vamos deitar “Raq”?
- Hum! Pra quê pressa benzinho?
- Estou louca pra chupar sua xoxota... – arrependeu-se...
- Não fique assim... benzinho... eu, também... – as duas saíram abraçadas para o quarto.

***

Day After:

O “Edifício Ferrarezzi” amanheceu lotado de policiais civis, militares, repórteres dos principais canais de TV e rádios AMs, FMs e rádios On-line. Todos apreensivos, “pisando em ovos”, “prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”, porque, as declarações de Thalita à delegacia de crimes de sequestros e desaparecimentos, foram macabras, lúgubres, tétricas, mórbidas, fúnebres e difíceis de acreditar. O delegado atribuiu certo “delírio” e certa “fantasia” da moça. Crimes difíceis de imaginar, difíceis de acreditar, porém, sua obrigação será constatar in loco e prender em flagrante a médica dos delitos narrados por Thalita, por isto, antes das 8:00 horas, ele estava lá, no saguão do edifício Ferrarezzi:
- Doutor, espere a ascensorista!
- Ela demora?
- Não!
- Conhece Drª. Raquel?
- Sim!
- O senhor a viu, hoje?
- Faz algum tempo que não a vejo!
- Como!?
- Soube que ela foi fazer um curso de doutorado na Argentina!
- Ela deixou alguém no apartamento?
- Não...
- Por que foi reticente?
- Não tenho certeza!
- Como não tem certeza?
- Doutor, isto é um interrogatório?
- Não! Desculpe-me é hábito de policial... – interrompeu pela entrada da ascensorista.
No apartamento, os repórteres procuram lugares estratégicos. Os investigadores começam escarafunchá-lo, de repente, um deles, engulhando, com ânsia, vômitos secos, grita:
- Doutor, venha aqui!!!
Os repórteres começaram se posicionar, todos acorrem ao quarto lúgubre, o quadro é de horror: 06 (seis) corpos alinhados, embalsamados e plastificados, um deles, é do modelo Matheus Takaha Shi, ainda “fresco”. Num canto do quarto de horror, encontra-se um fogão e um liquidificador industriais. O médico da equipe explica que a presença daqueles utensílios, possivelmente, serviram: “... pra liquefazer as vísceras, retirar o sangue e a assassina aplicar injeção de água, formaldeído e, outros elementos químicos...”
No outro quarto, o delgado interroga a mulher encontrada debruçada sobre a cama com os punhos amarrados atrás das costas:
- Nome?
- Rute Ferrarezzi!
- Cadê Raquel?
- Está na Argentina!
- Qual seu grau de parentesco com Raquel?
- Somos irmãs gêmeas!
- Quem praticou esses crimes?
- Eu!
- E, Raquel?
- Raquel é inocente!
- Porque usou o nome de sua irmã?
- Ela tinha álibi se fosse investigada, enquanto, eu continuaria na “sombra”... E, a polícia confusa!
- Ela mora aqui?
- Não. Ela mora no AP 508!
- Quem lhe ajudou nessa barbárie?
- Matheus Takaha Shi!
- Ele está morto!
- Eu o matei, sabia demais... Ele atraía as meninas pra mim, era um homossexual enrustido – o delegado pede ao investigador que a desamarre e dá-lhe voz de prisão.

***

A mídia queria saber como Thalita tinha fugido:

- Quando percebi que ia morrer, simulei desejar-lhe e fomos pra cama com um litro de whisky. Fizemos algumas carícias, mas fingir precisar de bebida pra continuar (que não tinha costume...), ela me acompanhou e quando ficou bêbada, amarrei-a, peguei as chaves das portas, desci no elevador privado e chamei a polícia!
- Soube que não se chama Raquel?
- Sim!
- E, agora?
- Quero curtir mais os meus pais, a minha família, localizar os parentes das vítimas, requerer indenização, pois elas são médicas e muito ricas, são as donas do edifício Ferrarezzi... – e, se despediu:
- Tchau!!!
 

Autoria: Rilvan Batista de Santana
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