As Bruxas de Coven - Um conto na Escócia

Era uma fria manhã de seis graus na cidadela de Rosslyn. Embora a temperatura, o lindo céu escocês maravilhosamente dava espaço ao nascer do sol sem qualquer nuvem. As folhas caindo das árvores a beira do gigante córrego que separava um bosque de uma floresta na entrada da propriedade privada das ruínas do famoso Castelo de Rosslyn, formavam uma das mais agradáveis vistas matinais possíveis. Paralelamente, chegava o magro, louro e com a enigmática face de quem já viu realmente de tudo em vida para apertar a mão de seu companheiro que lá o aguardava.

- Muito prazer, meu nome é Alexander Rimoletto.

- O notável Italiano-Brasileiro - Dizia o outro homem com leve tom canadense - Como foi de viagem?

- Bom, ainda estou me recuperando da última na França. Pobre garota.

- Ouvi dizer que as coisas saíram do controle lá. Fico apenas imaginando como é lidar com o inexplicável todos os dias.

- Confie quando eu digo, meu amigo. Meu propósito aqui é muito similar a estar com o próprio demônio face a face todos os dias.

- Pelo menos você venceu até hoje - ria o canadense

- Senso de humor sempre ajuda - Respondia Alex com um pequeno sorriso no canto da boca - O que temos até agora?

O canadense respirava fundo. Era hora de trabalhar.

- O século XV aqui foi um tanto quanto estranho para a nossa ordem - Se adiantava o canadense - A família Saint Clair, dona destas terras até hoje, contataram as bruxas da região pois a nossa ordem precisou delas. Em troca, elas tiveram o direito de viver em paz nas cavernas em montanhas destas terras. Que são extensas o suficiente para que até hoje o mundo as desconheça.

- Espera aí - Disse Alex - Você está me dizendo que a nossa ordem realmente protege bruxas e deixa elas viverem nestas florestas desde o século XV?

- Sim. Mas, algo está errado. Recentemente, uma delas fora vista nas proximidades do vilarejo. E ela não estava atacando ninguém. Estava em dor. sofrimento. Acabou morrendo. Aqui as fotos do necrotério. Se ela veio até a "superfície", significa que estava precisando passar uma mensagem.

Alex fez uma pausa enquanto via as fotos. Então é verdade! Realmente existiu uma aliança entre as bruxas de Coven e a ordem na qual ele servia no passado! Era exatamente como as descreviam! Grandes unhas. Rosto desfigurado, devido as inúmeras transmutações. Mãos e pés fora do tamanho normal. Dentes com fortes sinais de alimentação de carne crua, provavelmente humana. Aparência de muitos anos de vida, e esta da foto provavelmente em torno de 300 anos! Uma verdade que ocorre quando se conecta muito fortemente com o príncipe do mundo físico, ou desta terra: Satán.

- Claro - Alex procurava as palavras - Se é a ordem das bruxas de Coven, e se isto é real, elas não resistem nem sequer a luz do dia!

- E aqui entra nossa missão da vez. Temos que encontrá-las e entender o que está acontecendo.

- Você está brincando, né? Elas nos matam. Simples assim.

- Você já foi possuído por acidente, Alex. Esperamos que elas sintam a presença do malígno em você. Você a controla, e faz um grande trabalho barrando o demônio que reside fundido em sua alma. Esperamos que elas o sintam e nos deixem ajudar. E não se esqueça, temos o anel da ordem á mostra, elas respeitam a ordem desde o pacto feito entre a família Saint Clair e a mestra delas.

- Eu nunca pensei que fosse dizer isto, meu amigo. Mas que venha a caça as bruxas - Respondia Alex em tom de sarcasmo - Se eu soubesse pelo menos traria roupas de trilhas. Agora vamos ficar nestas florestas por sabe-se lá quantos dias.

- Está tudo pronto dentro da casa. Não se esqueça que esta é a casa do grão mestre de nossa ordem - Ria o canadense - Vamos nos equipar.

Após uma rápida toca de roupas e equipada, ambos partem em direção ás florestas de Rosslyn. Para honrar o nome da ordem e a promessa da famíla Saint Clair de que as bruxas de Coven estariam seguras nas terras da irmandade, para ambos os lados. Mortais e imortais.

(continua)