FRIA VISITA

Deitado, quase fazendo parte da cama, afinal o dia já estava noite e ele já estava cansaço. Seu olhar alcançava preferencial mas não unicamente a tela do celular; o resto do que via naquele hora do dia passava a ser adereço.

O cenário naquela noite era o mesmo, mas o frio parecia fugir da rotina e o cobertor estava ocupado demais fazendo o papel de travesseiro, embora este estivesse lá como de costume, pra fazer companhia a preguiça.

Como quem apressa a partida, a brisa fria que circundava o corpo, principalmente os pés do moço, desliza através da pele e vai em direção a única porta no canto da parede do quarto. Os olhos fogem da tela luminosa do celular, acompanhados pela cabeça que vira, seguindo ambos lentos na esperança de ver o que de costume viam e, como quem acompanha uma visita até a porta, a vista segue a frieza, mesmo sem enxergá-la. Os olhos chegam, mas a frieza ainda é visita que para em frente a porta e, por um instante, o corpo esfria, a alma esfria e a causa não parece ser natural...

Domero
Enviado por Domero em 14/06/2017
Reeditado em 01/06/2018
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