AS GUERREIRAS

(depois de O BLEFE - já publicado)

INTERLÚDIO

A Queda de Borália.

Amanhecer de 12 de abril de 2020 (200412).

–Os rebeldes estão desembarcando na praia, Djekal – disse Hung.

–Já? Como é possível? Em canoas?

–Pegaram todos os navios de carga e militares que havia na ilha. E parece que exterminaram até o último xawarek que não conseguiu fugir.

–Mande pará-los, Hung! Precisamos de tempo!

–Já fiz isso. Há três batalhões de xawareks mantendo-os à raia, e um grupo de helicópteros está indo para lá.

–Ótimo. Meu plano está dando certo.

–Está brincando, Djekal?

–Esta é a oportunidade que esperávamos, Hung. Podemos ir. Agora já não há mais perigo de ataque da Suprema Confederação.

–Mas assim perdemos o planeta!

–Por enquanto, Hung. É aquela retirada estratégica que falamos há sessenta períodos. Borália já estava a ponto de sublevar-se. Com isto podemos ir. A Suprema Confederação vai pensar que fugimos e não voltaremos. A notícia deve estar se espalhando e eles vão saber, porque o outro agente secreto não apareceu, lembra?

–Sim. Vamos partir e que os xawareks fiquem segurando a kinoah quente.

–Eles que se danem.

FIM DO INTERLÚDIO

*******

DOIS MESES ANTES,

18 de fevereiro de 2020 (200218).

–Não podemos demorar – disse Iara – Alan pode estar em perigo.

–O que faremos? – Lin ainda estava cansada e com medo.

–Primeiro tirar a nave do lago.

Iara vestiu a roupa espacial e mergulhou no lago perante os olhos apavorados da ex-garçonete. Achou a nave tal como a deixaram sete meses atrás. Abriu a eclusa e entrou. Ligou as válvulas e a água foi retirada pelas bombas. Depois ligou o scanner de segurança.

Quando a luz verde acendeu, ela ligou o ar quente que secou seu traje e tirou o capacete. Ligou a luz do traje, abriu a comporta interior e passou ao corredor escuro. Sentiu frio na cabeça, estava desacostumada à temperatura.

A atmosfera interior tinha um cheiro familiar que ela há muito não sentia. Sentiu o cheiro de Alan no beliche. Acariciou as cobertas. Tudo aí dentro lembrava dele. Lutando para não chorar foi à cabine de comando e sentou na poltrona de pilotagem.

Ligou a chave de contacto dos sistemas e as luzes dos painéis começaram a piscar e acender-se. A luz principal acendeu-se e os ruídos familiares do computador e do filtro de oxigênio indicaram-lhe que a nave renascia.

Comprovou os indicadores. Tudo aparecia nas telas; reator, motores, freios, armas, oxigênio, estoque de água e comida, temperatura... Regulou-a para trinta graus.

–Computador! Ligar antigravitação!

A nave começou a mexer-se para cima e saiu da água, para espanto de Lin e dos pescadores que partiam para a pesca em suas canoas.

Iara ligou os manobradores atmosféricos e fez a nave pairar lentamente sobre o lago em direção ao descampado do borde da mata, onde duas horas antes ela e Lin abaixaram-se a urinar sem saber que estavam sendo vistas por Naxum.

A nave pousou. Iara desligou os manobradores, se levantou da poltrona e foi a abrir a eclusa.

–Lin! Pegue o material e venha.

–Sim, senhora – A moça aproximou-se da eclusa e alcançou as mochilas com tudo o que fora colhido nos últimos meses.

–Entre! Não tenha medo, garota!

Lin subiu pela escadinha e entrou na eclusa. Iara fez um aceno de despedida a Naxum e os outros e entrou, fechando a comporta externa.

–Agora feche os olhos até eu avisar. Não se mexa nem abra os olhos, a luz é muito forte e pode lhe fazer mal. Entendeu?

–Sim, senhora, o que a senhora mandar.

Iara passou para o outro lado, como Alan fizera com ela um ano antes, e ligou o scanner de descontaminação.

Lin ficou imóvel, como se estivesse rezando. Era uma moça bem jovem. Na Terra teria talvez uns dezesseis anos. Apesar de aparentar medo, a moça era corajosa.

O sinal verde acendeu. Iara desligou os aparelhos e abriu a porta interna.

–Você está limpa agora. Venha para dentro.

–Quer dizer que não preciso tomar banho? Mas sinto-me suja...

–Com água precisa, sim, e eu também estou suja. Venha ao alojamento.

Lin admirou-se ao ver que a nave era uma moradia aconchegante com beliches, banheiro e cozinha. Iara despiu a armadura e tirou toda a roupa nativa empoeirada, que colocou na lavadora do banheiro.

–Tire toda a roupa, Lin, e coloque-a aqui.

Ambas ficaram nuas. Por um momento ficaram em silêncio, olhando-se uma a outra; admirando extasiadas seus corpos esculturais. As mulheres sabem reconhecer a beleza do seu próprio sexo, ao contrário dos homens, que pretendem ignorá-la.

Lin era mais baixa que Iara uns dez centímetros, seu cabelo preto e seus olhos grandes e azuis, davam-lhe um ar de boneca. Seus seios eram delicados e perfeitos, seu ventre era liso e seu púbis estava coberto de pelos pretos que ocultavam sua vulva.

Iara tinha os olhos cinzentos e o cabelo aloirado como mel. Seus seios eram grandes e firmes, seu ventre liso e os pelos de ouro do seu púbis, deixavam transparecer seus lábios vulvares.

Após esse momento mágico de erotismo, Iara ligou a lavadora automática e pegou Lin pela mão, arrastando-a ao pequeno chuveiro, onde mal cabiam as duas.

–Você verá que meu chuveiro nada deixa a desejar daqueles da pousada.

Ensaboaram-se, rindo alegremente. Iara colocou xampu na cabeça de Lin e esfregou sua cabeça, depois a jovem boraliana fez o mesmo com a outra. Banhar-se com uma mulher era algo novo para ambas, algo imensamente erótico.

–Eu tomo banho a dois com meu marido – disse Lin.

–Como é o nome dele? – perguntou Iara ensaboando as costas e nádegas dela.

–Antar Hol, piloto da polícia. Está de nosso lado na rebelião há mais de setenta dias e não tenho notícias... Sinto muito desejo, sabe? Sentia inveja da senhora e seu marido cada vez que os via subir para o quarto...

Lin curvou-se para esfregar suas pernas e Iara, surpresa consigo mesma por ficar excitada com uma mulher, acariciou os belos quadris da jovem.

–Com ele ficaria em perigo assim... Mas você iria a adorar esse perigo – disse Iara para animá-la, segurando-a pela cintura.

Lin riu e recuou, encostando sensualmente suas nádegas no púbis da outra.

–Calma, querida. Não tenho nada entre as pernas para lhe acalmar, embora a ação destes dias deixou-me excitada... Ainda estou, confesso. Alan não apareceu para apagar meu fogo, como sempre faz quando voltamos de uma batalha.

A jovem endireitou-se e virou-se de frente para a outra. O espaço era pequeno e os seios de ambas entrelaçaram-se com sensualidade. Lin olhou-a nos olhos com doçura e abraçou-a pela cintura, encostando a cabeça no seu peito.

–Senhora querida, estou muito agradecida por me trazer. Eu lhe amo.

–Também lhe amo, garota. Você salvou minha vida. É corajosa, embora não o admita. Você lutou com muita coragem no deserto. Alan sentirá orgulho de você, quando souber... Assim como eu sinto de você.

–O senhor Alan é bonito e afortunado. Em Greena amamos a beleza de homens e mulheres – disse Lin, acariciando-a nos seios – eu adoro a senhora desde que a vi e quero que seja minha amiga, a primeira e única que quero ter... Para sempre.

–Já somos amigas, querida – disse Iara acariciando-a no rosto – Antar Hol é afortunado, você é bonita... E carinhosa.

–Bondade sua, senhora – disse Lin, beijando os mamilos da outra.

–É a verdade. E não me chame de senhora. Sou Iara.

Elas se abraçaram com força e se beijaram demoradamente, mas logo Lin começou a chorar, angustiada por seu companheiro.

–Onde ele está? – choramingou inconsolável.

Iara desligou o chuveiro e ligou o secador. Depois pegou a moça em seus braços como se fosse uma noiva e a levou ao beliche.

–Não chore, querida. Vou consolá-la... E me consolar.

*******.

Iara levantou-se do beliche e abriu o armário.

Pegou umas mudas de roupa interior para ambas. Lin atrapalhou-se um pouco com as minúsculas calcinhas terrestres; bem diferentes das que estava costumada.

Adorou as camisetas de algodão e as meias soquetes. Iara achou um macacão de vôo que servisse na jovem.

Vestiram-se e escovaram os cabelos uma da outra, rindo felizes pela novidade de ter descoberto sua sensualidade, seu erotismo; por ter mostrado seus corpos nus sem ocultar-se nada.

Sentiram-se imensamente amigas, imensamente unidas por compartilhar sua intimidade, suas confidências, seus temores e angústias, como só as mulheres podem fazer.

Uma vez vestidas e equipadas, foram à cabine de pilotagem. Iara fez Lin sentar na poltrona do co-piloto e amarrou os cintos dela, beijando-a com ternura.

Lin acariciou seu rosto e Iara sentou na poltrona de pilotagem.

–E agora, Iara?

–Agora vamos fazer a guerra, querida.

*******.

As Guerreiras.

Depois de disso, tudo correu velozmente. As mulheres atravessaram o deserto em minutos e destruíram a guarnição do depósito de armas no pé das montanhas do sul. Lin falou por rádio com os rebeldes, indicando as coordenadas.

Quando voltaram a Tíber, destruíram vários quartéis dos tigres e entraram em contato com Runo e Xufu.

O filho deste, Kufu, partiu para as montanhas para deitar mão no arsenal oculto. Foi o inicio de tudo.

A patrulheira AR-1 era o centro de comando da rebelião. Iara sabia que não podia ficar sempre no mesmo lugar e a mantinha oculta em diversos lugares. Mas a sua prioridade era achar Alan.

No primeiro mês ela interrogou todos os chefes de grupo, mas ninguém da rebelião sabia onde ele estava. Os rebeldes trouxeram algumas testemunhas que informaram que aquele dia houve um violento tiroteio no cais e o terrestre se atirara no rio, onde afirmaram que se afogou.

–Acharam o corpo? – perguntou Iara, lutando para não mostrar fraqueza.

–Não o acharam. Pode ter sido levado pela correnteza até o mar. Os suches de manta preta podem tê-lo devorado – disse um barqueiro – o sangue na água os atrai.

Runo foi contra essa opinião:

–Não é verdade, Alan escapou a nado até o pântano e veio ferido ao aviário para pegar seu pakakhe. Matou um monte de peludos e fugiu para o sul, perseguido por lanchas, carros de assalto e aeronaves. Depois disso eu não o vi mais.

–Ele poderia estar escondido em algum lugar? – perguntou Lin – poderia estar esperando suas feridas fecharem...

–O talvez morto no deserto – disse Runo.

–O pakakhe teria voltado sozinho à aldeia, e não voltou – disse Iara – quero que interroguem pessoas ao longo da rota do sul.

–Como desejar – disse Runo.

A investigação dos rebeldes na zona sul foi positiva. O sul do país de Gren já fora libertado e as pessoas não tinham medo de falar com os revolucionários. Foi assim que Iara foi informada pelos rebeldes da morte de Alan.

–Como foi? – perguntou com lágrimas escorrendo pelo seu rosto impassível.

–Seu pakakhe foi derrubado – disse Xufu – os alakranos o levaram ao hospital para primeiros socorros. O pessoal do hospital disse-me que ficou muito ferido, levou dois tiros, fraturou braços, pernas e costelas na queda. Quando o tiraram do hospital para levá-lo a Borália na nave do governador, morreu na ambulância.

–E o corpo?

–Os alakranos o levaram assim mesmo. Foi o que consegui saber.

Iara tornara-se a Líder da rebelião em ausência do marido e não podia mostrar fraqueza. Mostrava-se forte na frente dos homens. Seu treinamento militar na Terra fora muito duro. Ela era uma militar e o exemplo de Alan foi decisivo. Ele era forte e ela devia imitá-lo, ainda que seu coração estivesse destroçado por dentro. A rebelião deveria ter êxito, para que o sacrifício de Alan não fosse em vão. Iara virou-se de costas, limpou as lágrimas e disse:

–Chega de discrição. Vamos agir abertamente. Não haverá piedade com os peludos, quero que matem todos e queimem seus quartéis. Prendam todos os traidores e colaboracionistas conhecidos e os fuzilem sumariamente. Limpem a ilha Greena de peludos e depois peguem navios e partam para Borália. Antes peguem as armas dos arsenais subterrâneos deles, vamos matá-los com elas!

*******.

Noite de 11 de abril de 2020 (200411).

No segundo mês de operações, a ilha estava libertada. Os rebeldes assumiram o controle total e essa noite preparava-se a invasão de Borália. Navios zarpavam para Borália carregados de armas e soldados. Aeronaves capturadas patrulhavam o porto de embarque da invasão do dia seguinte.

A patrulheira estava escondida no matagal da margem esquerda, perto do aviário, esperando a notícia do desembarque para partir em apoio dos rebeldes.

Nestes dois meses, a amizade de Iara e Lin tinha se transformado em amor. Alan estava morto e Antar Hol desaparecido, mas isso não era o único âmago de sua união.

Em público, Iara era dura como aço, dirigindo os rebeldes com mão de ferro. Lin, sempre do seu lado, dava-lhe força. De noite, na intimidade da nave; onde podiam chorar por seus homens; elas voltavam a ser duas mulheres frágeis e carentes, duas criaturas doces e amorosas que tentavam se confortar.

Iara não conseguia dormir antes das batalhas e ficava bebendo chá na cozinha com a única amiga que teve na vida. Era o apoio que a confortava do sofrimento diário. As lágrimas das duas misturaram-se nos seus rostos colados.

–Eu o perdi, Lin.

–Não perca a esperança, minha querida. Ouvi alguns boatos de que ele ainda poderia estar vivo. Talvez prisioneiro em Borália. Vamos a achá-lo.

–Você é um amor, tentando me consolar.

–É meu dever; querida, eu a amo; você me consolou quando mais precisei.

–Não sei se teria feito tudo o que fiz sem você, Lin.

–Venha para a cama, querida, vou confortá-la como merece.

Iara, dócil, se deixou levar pela mão. Precisava da jovem. Só uma mulher pode saber do que outra mulher precisa. Como Alan antes; a jovem boraliana aprendera a conhecer cada milímetro do corpo da terrestre e sabia como fazê-la feliz.

Elas amaram-se no beliche; sussurraram-se palavras de amor, acariciaram seus corpos com ternura e suas bocas ávidas beijaram seus seios e suas cálidas intimidades; provocando-se orgasmos intermináveis, uma a outra.

E pelo resto da noite esqueceram a tristeza, a ausência dos seus maridos, talvez mortos; talvez prisioneiros ou feridos... Até que, exaustas de amar, um misericordioso e merecido sono de esquecimento chegou para ambas quase ao amanhecer.

*******.

Ao clarear do dia ouviram-se batidas na eclusa.

Iara desvencilhou-se com cuidado do abraço de Lin; que dormira com a cabeça em seu peito e vestiu um kimono. Cobriu a nudez da jovem com o lençol e foi abrir.

Encontrou-se com um moço muito jovem e bonito em uniforme de piloto.

–O comandante Kufu ordenou que me apresentasse à senhora.

–Quem é você? – perguntou ela, com cara de sono.

–Meu nome é Antar Hol. Disseram-me que Lin está com a senhora.

Iara terminou de acordar.

–Onde você estava, homem? A moça não para de chorar toda noite por você!

–Estive lutando no outro lado do mundo. Não tinha como avisar. Mas a senhora saberá com detalhes do que conquistamos, depois de ler meu informe.

*******.

A bordo da patrulheira, invadida pelo cheiro de café brasileiro recém coado na minúscula cozinha, três seres felizes tomavam seu desjejum, sentados à mesa.

–Beba, homem. Não é o chá de Greena, mas é bem melhor – disse Iara – você merece, após as boas notícias que trouxe da frente de batalha.

–Você vai gostar, Antar – disse Lin – eu adoro essa bebida de outro planeta.

Antar Hol dera seu informe de batalha e espionagem.

Lin não conseguia parar de tremer de euforia. Iara sentiu-se feliz por ela, mas sabia que perderia a intimidade compartilhada nas últimas semanas.

A jovem boraliana adivinhou o pensamento da terrestre e ajoelhou-se na sua frente, beijando suas mãos.

–Antar foi meu primeiro homem – disse olhando-a nos olhos – você foi minha primeira mulher. Pertenço-lhes e me pertencem. Meu marido vai lhe tomar como segunda esposa, como manda a nossa tradição e seremos felizes.

Iara encarou o piloto, forte, loiro, bonito e bem apessoado; mas jovem demais, não se comparava a Alan. No entanto, a interessante idéia de entregar-se a ele um dia, passou fugazmente pela sua cabeça. Mas agora não. Não estava preparada.

Antar Hol deixara a melhor das notícias para último:

–Bem que eu queria tomá-la como segunda esposa, a senhora é bela e Lin a ama; seríamos uma família feliz. Mas seu marido pode não gostar da idéia quando voltar de Borália.

Iara ficou muda. Uma eletricidade correu pela sua espinha.

*******.

A patrulheira pousou na pista de helicópteros do hospital de Walhall. Antar e Iara desceram. Kufu esperava com o médico chefe. Borália, finalmente caíra.

–Onde ele está? – perguntou Iara.

–O doutor disse que Tron, o peludo que o capturou em Greena, o colocou ontem numa aeronave e partiram para o leste.

–Para onde, doutor? – disse Iara, acariciando as culatras das suas pistolas nos coldres e encarando o médico com olhar feroz – não vou perguntar duas vezes.

–Calma, senhora! – disse o médico apavorado – ouvi dizer que iam para a terra dos vulcões. Os peludos têm uma pista de pouso em Zhoro.

–Como ele estava? Muito ferido?

–O governador Djekal o trouxe morto numa câmara de êxtase sessenta e dois dias atrás. Nós o reconstruímos.

–Reconstruíram?

–Sim, ficou melhor e mais forte do que antes. Estava muito danificado; tinha fraturas expostas, órgãos perfurados; tiros de pistola, ferimentos no corpo todo...

–Chega. Não quero saber. Para quê Tron o levou?

–Para torturá-lo – disse o médico – Queria se vingar dele por algum motivo...

–Claro – interveio Kufu – Alan o fez de palhaço, matou dois regimentos...

–Temos que achá-lo quanto antes – disse a terrestre – Kufu! O hospital agora é nosso. Traga nossos feridos e coloque uma guarnição aqui.

–Sim, senhora.

–E nós? – disse o médico.

–Só mudou o governo, doutor. Vocês salvaram a vida do meu marido e serei sempre grata. O hospital continuará trabalhando normalmente. Kufu! Os médicos não serão tocados.

–Como a senhora mandar.

–Antar, conhece a terra dos vulcões?

–Estive espionando aí. Há povoados mineiros por toda parte e estoques de minério em Zhoro. Há algumas industrias de armamento e uma usina de força.

–Quantos peludos?

–Está cheio de peludos por toda parte, não sei quantos, porque há de dois tipos, os que são como os daqui, e outros bem diferentes, com roupa diferente, parece que são técnicos e astronautas. Estes têm uma nave no astroporto.

–Defesas?

–Baterias antiaéreas de luz concentrada e baterias de mísseis.

–Ótimo! – disse Iara – Vamos!

Voltaram à nave e Iara ligou os motores. Em minutos estavam sobre a terra dos vulcões. Na costa, as baterias laser começaram a disparar.

–Computador! Levantar escudos! Sistemas de defesa! Responder o fogo!

A versátil patrulheira transformou-se numa fortaleza voadora, respondendo com laser o fogo antiaéreo e desintegrando os mísseis inimigos em pleno ar. Antar estava deslumbrado pelo poder de fogo da nave.

–É um arsenal voador! – disse, admirado.

As baterias costeiras foram destruídas e Iara ligou o localizador do cinto de utilidades de Alan. Segundos depois desistiu. Sem dúvida ele tinha perdido suas coisas.

–Estamos longe, senhora – disse Antar – vire para o nordeste. A base está a oito mil estádios da costa.

*******.

Continua em: VINGANÇA! (já publicado)

*******

O conto AS GUERREIRAS forma parte integrante da saga inédita Mundos Paralelos ® – Fase II - Volume IV, Capitulo 32, Páginas 96 a 102; e seu inicio pode ser encontrado no Blog Sarracênico - Ficção Científica e Relacionados: sarracena.blogspot.com.br

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Gabriel Solís
Enviado por Gabriel Solís em 18/03/2017
Reeditado em 18/03/2017
Código do texto: T5944737
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