Já chegamos?
Do banco de trás, os gêmeos gritaram em uníssono:
- Falta muito?
Olhei para a tela do computador de navegação antes de responder:
- Calma! Só mais uns 500 anos-luz em linha reta e estaremos lá...
- Você disse isso quando dobramos à direita na última nebulosa - disse Zea, amuada.
- Estou cansado de ficar sentado - disse Zeo, igualmente amuado.
- Crianças, querem deixar seu pai pilotar sossegado? - Ralhou Jena, minha mulher, sentada ao meu lado.
Não havia muito com que me preocupar em relação à pilotagem. Havíamos saído da Galáxia meia hora atrás e fora as grandes massas luminosas das galáxias vizinhas, tudo o que se podia ver por todos os lados era vazio e escuridão. Foi quando Jena apontou exatamente para a nossa frente:
- Ali!
Consultei a tela do computador e um "X" piscando em vermelho corroborou a descoberta que ela havia acabado de fazer. À nossa frente, contra o veludo negro do espaço intergalático, brilhava um solitário sol amarelo.
- Crianças, chegamos! - Exclamei animado. - Vejam ali, a nossa nova casa... Colônia Pharssemo LXXII!
As crianças colaram os rostinhos nos vidros da espaçonave, para ver o sistema solar que se aproximava.
- Por que escolheu esse lugar tão longe, papai? - Perguntou Zea.
Eu e Jena nos entreolhamos. A verdade é que fora o que as nossas economias nos permitiram comprar. Mas, para as crianças eu repeti entusiasticamente a informação que nos dera o corretor:
- Não existe vista melhor para a galáxia de Andrômeda!
Sem se dar por vencida, Zea esticou o bracinho e apontou para a galáxia vizinha:
- Papai, então por que não vamos logo morar lá de uma vez?
[20-02-2017]