As Crônicas de Vahl Hallen
 
 Capítulo 18
 
   Victor retornou com um sorriso no rosto, Lisel correu até ele e o abraçou forte. Em suas mãos estava a lança que tanto os intrigava, enquanto ambos comemoravam, Theodor pronunciou:
-Ótimo, agora todas as peças estão se encaixando. Victor, você precisa ter convicção, não ataque Zerthor apenas por ódio ou vingança. Mate-o por seu povo, pela paz e esperança.
-Realmente precisamos mata-lo? – Perguntou Lisel.
-Queria lhe dizer que não, mas todos sabemos o perigo que ele representa para todos nós.
   A expressão nos rostos de todos era a mesma, Victor mantinha pensamentos distintos, afinal, cogitar matar alguém o fazia lembrar do período em que libertou seus piores princípios. Theodor murmurou baixo e logo todos os dragões brancos retornaram a montanha.
-Como os manteve escondidos aqui? – Indagou Victor.
-Nunca estiveram escondidos, Gellard me ajudou a encontrar os últimos dragões brancos, desde a volta de Zerthor todos eles estavam em perigo.
-Então os guardou para a guerra? – Perguntou Lisel.
-Não, vocês não terão acesso a eles.  Estes animais merecem paz, um lugar quieto para descansarem e aproveitarem suas vidas.
   Lisel parecia convencida de que era o melhor a ser feito, Victor permaneceu ao lado dela, com a lança na mão direita.
-Eu sei de um feitiço que poderíamos fazer com isto. – Argumentou ele.
-Qual? – Lisel olhou para o céu.
-Bem, recuperar nosso escudo, você o destruiu. Você o reconstruirá. – Ele estendeu a lança a ela.
-Tem certeza?
-Absoluta.
   Lisel segurou a lança com cuidado, empunhando-a em frente ao peito, seus olhos permaneciam observando todo o instrumento, de aproximadamente um metro de altura e com quatro núcleos de energia.
-Você sabe exatamente por que existem esses núcleos? – Perguntou Victor a Theodor.
-Cada um representa uma das forças do infinito: Magia, mente, maldade e morte.
-Por isso ela fica azul quando eu a toco? O Azul representa a magia?
-Exatamente.
   Lisel e Victor retornaram ao castelo, Olivier e Scott encontraram-nos na entrada sul. Van Maarten permanecia sobre o telhado fazendo a vigia, alguns necromantes já estavam por lá, a mando de Van, faziam a varredura de todas as passagens ao castelo e a montanha.
-Você está pronta? – Victor e Lisel estavam em frente ao lago, o local exato onde a algumas semanas ele havia a obrigado a conjurar o feitiço que destruiria a maior proteção da terra mágica.
-Isto me traz algumas lembranças. – Ela olhou para o reflexo dos dois na água cristalina.
-E isto? Lhe lembra algo? – Ele a beijou sem aviso, fazendo com que qualquer dúvida em sua mente desaparecesse naquele instante.
-Você poderia repetir o feitiço? – Pediu ela, que já não lembrava ao certo das palavras.
-Protectu-lên-fàrm. – Victor sussurrou em seu ouvido.
-Protectu-lên-fàrm. – Lisel estendeu a lança para o mais alto que pôde e conjurou o feitiço.
   O céu que aos poucos escurecia com a chegada da noite, deu lugar a luz que estendeu-se desde a lança a mais alta das nuvens, enquanto Victor observava Lisel ali, segurando o instrumento mais devastador já criado, seus pensamentos apenas concentravam-se em tê-la em seus braços o mais rápido possível.
-Você conseguiu. – Ele a abraçou forte. – Jamais duvidei do seu potencial. – Completou.
-Não conseguiria sem você, obrigada por tudo.
-Eu é quem a agradeço, sem você, jamais teria voltado a luz.
 

 
Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 21/02/2017
Reeditado em 17/03/2017
Código do texto: T5919932
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