O SACRIFÍCIO

O mundo é imenso e desconhecido, eu era uma pessoa cética ate tudo mudar...

Foi há séculos atrás, não estranhe a quantidade de anos, é isso mesmo há séculos eu vivo e aos meus 19 anos tudo mudou...

Eu era uma garota tola e fútil, que fazia de tudo para chamar atenção, ha coisas das quais não me orgulho, mas não posso mudar meu passado, pois foi ele que me tornou o que sou hoje... Naquele ano de 2006 conheci um cara diferente na escola... Mal sabia que ele me faria descobrir ser imortal.

Sim coisas impossíveis se tornaram possíveis em minha vida e depois de séculos continuo com a mesma aparência, já me casei quatro vezes na tola tentativa de não estar sempre sozinha acontece que todos morrem e eu sempre fico para trás, meus filhos também me deixaram e eu também os deixei... Não aguentava, mas vê-los morrerem...

Meu verdadeiro amor foi Adrian aquele que me contou o que eu sou, aquele que me alertou das coisas boas e ruins de ter uma vida eterna, ele também é imortal, me acompanhou em longas viagens e aproveitamos juntos o que é ser feliz, nos amamos tanto ate ele ser tirado de mim...

Não sei bem o que aconteceu, naquele terrível dia ele estava mais misterioso que o de costume, tudo que sei é que apaguei e quando acordei ele não estava mais lá.

O procurei, chorei me esgotei e depois de anos me recuperei... Então tentei seguir em frente e ser feliz me casei mais quatro vezes e realmente os amei, mas todos morreram, pois eram mortais, nossos filhos também...

Só sei que não suporto mais isso, esse destino não ha sentido, não há felicidade...

Mas já tentei de tudo um imortal não morre com uma simples arma, um imortal tem de ser sacrificado...

Vou me oferecer para o maior medo de minha vida, a organização, uma operação secreta que sabe da existência dos imortais, nem eu conheço bem a origem de minha espécie, a quem diga que foi uma maldição lançada sobre um antigo povo, nela dizia que eles vagariam eternamente pela terra, os descendentes só seriam imortais ao serem concebidos por dois imortais, não poderia pergunta sobre isso aos meus pais, pois fui adotada e eles já morreram há muito tempo.

Só a organização sabia uma maneira de nos matar, todos os desesperados iam a sua procura, o nome foi dado como o sacrifício, pois apos a morte usam nossos corpos para fins místicos...

Naquela noite iria me oferecer.

Caminho em direção ao fim... Eles aceitaram sem pestanejar, afinal não é todo dia que pessoas se oferecem para a morte.

Eu me visto de uma túnica antiga, e caminho em direção ao leito de pedra, lá eu me deitaria e eles enfiariam a estaca enfeitiçada em meu coração, tudo esta do modo que tem de estar, mas quando levanto minha túnica o sacerdote cai para trás.

Faz se silencio no salão e então ele chama meu nome,

Sua voz suave e misteriosa... Seu nome soa em minha cabeça, um nome que já amei tanto, um nome que tentei esquecer... Adrian.

Meu coração: dispara

Minha mente: em frenesi

Quando ele sai do transe me arranca dele também, me puxa pelo braço e me leva em disparada para fora do templo.

Ninguém tenta nos barrar, pois o ato do sacrifício não pode ser a força.

Ao sair de lá, ele me encara por segundos, minutos não sei dizer.

Quando ele fala sua voz é um sussurro. – preciso lhe contar tudo, por favor, me escute – ele suplica.

Queria gritar, dizer que não queria escutar nada que sairia de sua boca, ele poderia ter saído a qualquer momento, não foi sequestrado, era um sacerdote...

Mas não consegui dizer nada, estava em transe, ele traduziu meu silencio como um sim.

– eu não sei nem por onde começar, mas vamos lá... Eu menti para você desde o início, não sou imortal, mas sempre quis ser, e deixei esse pensamento me consumir... – eu o interrompo – e como pode ainda estar vivo? – e nessa parte que quero chegar meu amor... – ele fala carinhoso – não me chame assim– eu digo furiosa.

– tudo bem–ele fala triste, como se tivesse esse direito.

– Sim... Continuando, eu sempre soube do mundo dos imortais, pois sempre fiz parte da organização, e o fato do sacrifício de vocês acontecerem... É pra nos da as suas forcas vitais, essa energia que os faz diferentes, todos os membros da organização anseiam por isso, e eu também... O fato de eu ainda está vivo, é por causa de vocês... Naquele dia, que eu lhe deixei, é porque nunca lhe faria feliz, como você poderia conviver com um homem, que vive pela morte dos seus... – ele da um grande suspiro, como se tivesse acabado de se livrar de um grande peso.

Fico em silencio o encarando e então pergunto – algum dia me amou? – digo por fim

Olhando-me intensamente ele diz– eu ainda te amo– ele da uma pausa e retornar a falar – e é por isso que não poderei realizar sua cerimônia... – faz se silencio então reflito, vim ate aqui com o intuito de acabar com essa vida miserável, e então encontro o ex-amor de minha vida, mas nunca poderemos ficar juntos de qualquer maneira, e entre morrer nas mãos de um estranho e morrer nas mãos de Adrian... – depois de tudo que você me fez pensar, passar... Você me deve um favor– digo decidida

– claro, farei tudo que estiver ao me alcance– ele diz.

– quero que você realize a cerimônia, você é a pessoa certa para isso, você me mostrou como aproveitar essa longa vida, agora quero que a termine, quero me juntar se possível as almas que tanto amei, e é você que me ajudara – digo

– eu não posso fazer isso, simplesmente não posso, eu te amo.

– você acha que me ama, mas nunca amou... Você ama a organização, ama a imortalidade e achou qualquer motivo para se convencer a ir embora, sem nunca me consultar, quem ama zela você nunca me procurou, mesmo depois de anos, então faça isso por mim... – suplico

Depois de muita discussão e choro ele fala por fim. – se esse é seu ultimo desejo, o farei, mas te peço um último beijo.

Duvidosa, digo que sim e quando ele me beijou foi como se tivesse voltado anos no tempo, nada mudou, quando o beijava o mundo ao redor não existia, tudo era perfeito e quase acreditei que tudo ia ficar bem, quando por fim nos soltamos, e vi o olhar em seus olhos, senti que ele pensou a mesma coisa...

Caminhamos juntos em direção ao fim, agora não mais sozinha, ele me pergunta mais uma vez se tenho certeza, respondo que sim, o ritual começa, hinos em línguas desconhecidas são entoadas, me deito na pedra e sinto o olhar de Adrian em mim.

Chega o momento, Adrian se posiciona ao meu lado, e sinto suas lágrimas caírem sobre mim, de um jeito sombrio aquilo era reconfortante, ele se lembraria de mim.

Ele levanta a estaca ao alto, diz pra mim que não consegue e eu digo pra ele fechar os olhos que tudo vai da certo.

Mas de repente a ordem dos fatores muda, Adrian chega a meu ouvido e sussurra – nunca poderia te matar, você tem que viver, se não ver sentido na vida no momento, espera ela vai surgir, você vai encontrar alguém para amar, e alguém que te ame como você merece como eu nunca amei, ele pode ir embora, sim... Mas você diferente de outras pessoas tem oportunidade de amar muito, não faca disso um fardo, mas uma benção, sempre fui um covarde, deixe-me agora ser corajoso e prometa pra mim que não vai desistir, assim poderei partir em paz... – suas palavras não fazem sentido, mas quando me levanto e olho para ele entendo, ele enfiou a estaca em si mesmo, – como pode fazer isso? – digo desesperada

– fiz o que devia ter feito há muito tempo, pus um fim a essa vida miserável, que já fez tanto mal... Agora prometa pra mim... –ele fala em um fio de voz.

– prometo – digo por fim– prometo que tentarei ser feliz, prometo que considerarei suas palavras– sinto as primeiras lágrimas caírem.

– eu sei que disse que aquele era o último beijo, mas te peço outro, se me permite – sorrimos como se a situação fosse outra.

E o beijo pondo um fim a nossa história, ele morre em meus braços.

Saio do templo, com outro pensamento, outra perspectiva de vida, decidida a arriscar mais, a amar mais, mesmo correndo o risco de sofrer depois vou aproveitar minha juventude. Afinal tenho apenas 19 anos, vou ser feliz. Por mim mesma e por Adrian.

Cristinyy
Enviado por Cristinyy em 19/03/2016
Código do texto: T5578123
Classificação de conteúdo: seguro