Ser da Noite - I

Naquela noite uma silhueta esguia surgiu das sombras da garagem de Aurélio, se esgueirou por um exíguo espaço entre o portão e a parede.

Parou na calçada.

Era noite de lua cheia. Um céu recheado de nuvens que marchavam em grandes volumes e um vento frio anunciavam um mau tempo pela manhã.

Ele ignorava tudo isso, afinal, era um gato de rua, um ser vivente qualquer, acostumado a rasgar sacolas de lixo e beber água nas poças ou nas calhas, a vagar pelos telhados e se atracar com outros bichos noturnos.

Era um sobrevivente das ruas, das noites.

A beleza do luar ou dias vindouros nada tinham de importância.

Apenas seguiu em passos silenciosos pela sarjeta.

Wenderson M
Enviado por Wenderson M em 30/06/2017
Reeditado em 29/11/2017
Código do texto: T6041975
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