MACAQUINHO

MACAQUINHO

- Desça já daí, menino! – gritou a mãe ao moleque trepado na árvore.

- Eu sou um macaquinho! – brincava ele, pulando de galho em galho, os mais baixos.

E pula daqui, pula dali...

- Você vai é cair daí, isso sim! – exclamou a ele.

- Caio não, mãe. Eu sou um macaquinho!

- Tô avisando...

E a mulher voltava a esfregar a roupa no tanque.

E lava daqui, lava dali...

E o menino subiu um pouco mais.

Pendurava-se nos galhos e ficava a balançar.

Pra lá, pra cá... Prá cá, pra lá...

- Olha, mãe! Mãe, olha! – dizia ele, travesso.

- Tô ocupada, não tá vendo? – respondia indiferente.

E esfrega daqui, enxágua dali e torce de lá...

E subiu um pouco mais o menino.

E o vento brincava com as roupas estendidas no varal.

Brinca daqui, brinca dali...

A enorme mangueira era onde o macaquinho vivia.

- Eu já falei que você vai cair daí – dizia a mãe.

Ele dizia saltando de um galho ao outro:

- Caio não, já falei!

- Bom...

Lava mais roupa, enxágua, torce e estende.

Mais para o alto, mais para o alto ia o macaquinho.

Tão alto estava o danado do macaquinho!

- Olha, mãe! – dizia pendurado apenas por um braço.

E ela, sempre ocupada, tirava roupa da máquina e colocava no tanque.

E tirava do tanque e colocava na bacia.

E tirava da bacia para estender no varal.

O menino, com sua incansável estripulia, descia de um galho, subia no outro.

- Você vai cair, menino! – voltava a dizer a mãe ao moleque.

- Caio não, mãe! Eu sou um macaquinho! – insistia o moleque.

E lava, pula, torce, brinca, estende e...

CRASHHHHHH!

O macaquinho caiu.

Ale Silva
Enviado por Ale Silva em 16/05/2017
Código do texto: T6000218
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