SEI NÃO

Você sabe o que é sensibilidade?
Você sabe o que é simplicidade?
Perguntas ele fez ao capiau do sítio ao lado do seu
Em sua ignorância cultural ele respondeu com timidez
- Sei não Seu moço, da vida só entendo, que meu Deus pelo ventre da minha mãezinha, me deu a vida, dura, mas, cheia de amor, com comida no prato, muita farinha para engrossar a merenda, água e tudo fica bom. O tempo foi passando sem pestanejar, estudo não tive porque a lida era dura e eu tinha que ajudar o pai na lavoura. Os pais se foram, minha Zefinha chegou, amor de minha vida que três lindos filhos me deu, coisa que agradeço todos os dias. Quando o final da tarde chega, todos juntos à mesa, damos graças pelo amor, pela família, pelo pão, pelas crianças que estão indo direitinho para escola, pela vaquinha mimosa que não deixa o leite faltar para os meninos e para a coalhada de sábado e para o bolo de fubá de domingo, pelas franguinhas que nos dão os ovos, que a gente come e também vende, para melhorar o sustento da família. Nem sempre a plantação dá para o sustento, mas, nada temos do que reclamar, basta olhar para o céu cheio de estrelas,  a Lua cor de prata, que faz a gente suspirar, para esse verde sob nossos pés, sentir o Sol que alumia todas as manhãs e aquece o corpo, dando força e energia, ver as flores no canteiro plantado pela Zefinha, bonitas, coloridas, vivas e com um cheiro tão bom, o que a gente precisa mais?
O Seu moço perguntou, se eu sei o que são essas palavras bonitas que terminam em 'dade', essas eu não sei não, só tem uma com esse mesmo som que eu sei o que é, é FELICIDADE!
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 26/04/2017
Reeditado em 27/04/2017
Código do texto: T5982098
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