O Cara, A Blusa, O Quarto (Perder sem Procurar):

O cara procura a blusa no quarto.

A blusa procura o quarto no cara.

O quarto procura o cara na blusa.

Quando todos se acham de um salto o cara deixa o quarto de lado e se encontra no ônibus com a blusa. Era difícil pro cara que tava com a blusa olhar nos olhos das pessoas que estavam no ônibus porque o cara tinha visto alguma coisa no quarto, alguma coisa que não saia de sua mente.

Quando o ônibus vai embora o cara que tava com a blusa fica num lugar e começa a andar. Na sua frente tinha dois outros caras andando calados e despreocupados com suas blusas, mas esses não tinham memorias que não saiam de suas cabeças de seus quartos porque os quartos desses caras que andavam a frente do primeiro cara que vestia a primeira blusa eram quartos desgraçados.

O cara vestindo uma blusa chega em seu destino e começa a comer. Quando termina de comer inventa outro destino, afinal um cara com uma blusa num pode ficar sem destino, avulso e perdido por aí. Entra no ônibus e se preocupa com as pessoas que estão ali. O cara que tava com a blusa não entende que o estado de consciência dele é selvagem de mais pras pessoas que estavam ali de pé ou sentada no ônibus. Ele queria demostrar sua tese e deitou no chão do ônibus. Ninguém olhou, ninguém riu, ninguém chorou. O cara que tava com a blusa deitado desdeitou. Ficou de pé ou se sentou, isso não importa, agora ele não era mais selvagem.

O destino do cara era o quarto e no quarto ele chegou. Tudo voltou pro começo, mas agora pelo avesso:

O quarto perdia o cara na blusa.

A blusa perdia o quarto no cara.

O cara perdia a blusa no quarto.

JMichel
Enviado por JMichel em 20/06/2017
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