O falastrão:

Jonaci Lopes-

Historias que vovó dizia:

O falastrão-

Minha avó em uma ocasião contou-me uma historia engraçada.

Minha avó falou que teve apenas dois namorados em toda sua vida meu falecido avô que foi o segundo e definitivo e um outro caboclo o qual ela namorou por impulso em um pequeno período.

Minha avó salientou que o namoro antigamente era muito diferente se passava na sala de casa e com a presença dos pais e muitas vezes a presença dos irmãos, eram conversas e bate papos.

Mas o que ocorria era que o tal rapaz em questão estava abusando indo embora muito tarde, e era um falastrão daqueles que se gabava ser bravo, dizia não temer nem assombrações do além, se ele encontrasse pela frente o temido lobisomem cortaria o bicho no chicote.

Este rapaz era amigo dos irmãos da minha avó e eles sabiam que ele era um medroso de mãos cheias, um cagão!

Segundo minha avó nesta época ela residia no pequeno vilarejo de Tabajara( Inhapim MG ) tinha lá aquela época umas dezenas de casas e a casa da minha avó era próxima do pequeno cemitério, e os irmãos da minha avó pra sacanear com o falastrão disseram a ele que o lobisomem estava atacando as pessoas nas cercanias do cemitério, o falastrão pra dar uma de valentão falou assim:

__Azar deste lobisomem se ele cruzar em meu caminho, corto o bicho no chicote...

Mas o certo mesmo que o falastrão morria de medo , ele ate havia mudado o trajeto, pra ir embora cortava um longo caminho pra se livrar do cemitério.

Os irmãos da minha avó resolveram dar um susto no falastrão, pegaram um enorme couro preto de boi, desta feita quando o falastrão fosse embora eles iriam cortar caminho antecipar o falastrão e ficariam a espreita para dar-lhe um assusto.

E assim foi feito,

Em uma noite lá o rapaz se despediu e partiu na estrada, como sempre distante da casa da minha avó ele desviou-se do caminho pra livrar-se do cemitério.

Os sacanas dos irmãos da minha avó partiram em seguida anteciparam o falastrão e ficaram escondidos em uma moita de mato na beira da estrada. a noite estava escura nublada e sem lua isto facilitava as traquinagens.

Quando o falastrão surgiu distante na estrada um dos irmãos da minha avó cobriu-se com o couro de boi e quando o falastrão se aproximava ele pulou na estrada e urrava imitando um bicho, o coitado do falastrão puxou as rédeas de seu cavalo com tanta força que o cavalo empinou erguendo as patas dianteira no alto, o pobre rapaz literalmente caiu do cavalo, o cavalo assustado fugiu em fuga retomando o retorno da estrada, e o falastrão?

O falastrão também saiu correndo e gritando:

__Valha-me nossa senhora dos aflitos! Que bicho fei meu Jesuis....

O coitado do rapaz entrou em um mato rolou morro abaixo e se embolou em uma moita de arranha gato cheia de espinhos, levantou-se e partiu em um cai e levanta..

Os irmãos da minha avó montaram no cavalo e anteciparam o falastrão sabiam que ele iria retornar pra casa da minha avó, chegaram lá e ficaram esperando, mais um tempo chega o falastrão ele estava todo arranhado sujo de poeira e esfolado ele falou:

__Num falei pocêis se o tali lobisome atrevesse cruzar meu caminho o trem num ia ficar bom pra ele, meu cavalo ate fugiu de medo, mais eu e o tali nus agarramos na briga e eu bati tanto nu bicho que o mizerave correu de medo.

Minha avó falou que ao se aproxima do rapaz falastrão sentiu um cheiro ruim, e quando viu falou:

__Nassa que catinga de merda!!

O falastrão respondeu rápido:

_E num é que o carça frouxa do lobisomem na nossa briga teve tanto medo que me cagou tudim..

Segundo minha avó ela se viu livre de namorar o falastrão deste dia pra frente ele nunca mais voltou na casa dela.....