Cáis do Amor

Cais do amor

Por que Ele espera tão confiante? Toda essa chuva, raios e trovões!!?

Será que lá do cais dá para Ele me ver, através desta neblina toda? Vejo-O daqui, pois há uma luz especial sobre Ele. Pen sando bem, me pareceu

que tal qual um farol, a luz saía d'Ele. Posso identificar seu semblante.

Seu rosto é calmo e sereno. Seu olhar é firme em minha direção. Cada vez que as ondas agi ta das me jogam para cima, posso vê-Lo, mas a impressão que tenho é que Ele pode me ver mesmo quando as ondas me cobrem.

Ele me espera. Por que me olha assim? Ele não tá vendo a tempestade e eu aqui perdido dentro dela? Toda minha esperança esvaiu-se

juntamente com a força do meu braço. Vela rasgada, mastro quebrado,

leme partido. Olho novamente, e Ele continua lá. Toda esta força agindo

e a única coisa que se move n'Ele é o cabelo.

De onde vem toda esta confiança? Não vejo Ele mexer um músculo,

nem sua testa está franzida. Se estives se, eu entenderia que está preocupado com minha situação. Espere... parece que Ele vai abrir a boca.

Imediatamente uivos e sibilos do vento, o próprio bater das ondas, se

calam. O céu para, a terra cala. O Homem no cais vai falar:

“Aquieta-te”.

Só isso? Uma só palavra? Foi comigo que Ele falou? Como posso me

aquietar? Uma só palavra e serei salvo? Não há mais ninguém aqui. Só eu

e esta luta. Se não é comigo... será que Ele fala com a tempestade? Ele

deu uma ordem à... tempestade? Sei que tempestade tem som próprio,

mas ela pode escutar?

Poderia jurar que ouvi o vento falando à chuva: “Todo o poder foi

dado a Ele”. O próprio mar lembra: “Fui cria do por uma ordem d'Ele. Eu

reconheço essa voz. Uma vez essa voz me fendeu em duas partes”. Havia

uma ordem e era impossível ela não ser cumprida. O Homem no cais continua lá, impassível. Ele me espera à segurança do cais. Que homem é esse?

A brandura do Seu olhar. A paz que havia Nele foi com partilhada. Aquele olhar

tinha a serenidade de um lago calmo refletindo imagens límpidas. Um olhar de

quem tinha a certeza de que eu chegaria ao cais. Da mesma forma que a paz da

Sua voz tomou lugar aos estrondos da tempestade, agora Seu olhar cuidadoso

apascenta minha alma. Não há mais medo, só Ele, Seu olhar e eu. Ficou me olhando até que eu entendesse. Meu amado leitor, a fé pode e deve ser vivida, a partir de quando dela tomamos conhecimento. “Conhecereis a verdade e Ela te libertará”.

Nossa vida é como ciclo: tem estações. Às vezes, estamos outonos com folhas

caindo; às vezes, somos pleno verão e vêm as peculiares tempestades de verão,

que trazem consigo as inquietações e instabilidade. Cais do amor, onde o navegante do mar da vida luta contra sua racionalidade do que lhe parece vero. Em meio a tanta tormenta, ele procura olhar além das agitações se há raios. “Que eles sirvam para clarear os nossos olhos espirituais a enxergar as razões da vida e de vivê-la.” Ef. 1.18 “Tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos.”

Já que a tempestade irrompeu, não ajamos conforme a natureza primitiva,

permitindo que o pavor nos para li se ou que desistamos e empreendamos fuga.

Mas, o bom conselho da Palavra diz que em semelhante circunstância, alçaremos voo como as águias, além das nuvens, onde o sol não deixou de brilhar, mesmo que a terra tenha escurecido. Pense. Teus olhos têm entendimento, razões, percepções. Por vezes, ficamos tal qual navegante sem bússola, que perde o seu

norte. E nos declaramos perdidos. Mas, o prudente, sempre terá em seu bolso

uma ferramenta que, segundo a Bíblia, Deus se agrada muito: a Fé.

Este peque no instrumento, às vezes, acreditem, do tamanho de um grão de

mostarda, contém megatons suficientes para mandar uma montanha pular daqui

para lá. Tem uma funcionalidade otimiza da. É impossível descrever sua capaci dade quando acionada. Nada devastador mas, com certeza, fenomenal. Dentre as suas potencialidades, destaca-se a propriedade da inabalabilidade do usuário da fé.

O inverso da razão. Quem usa a fé vai à contra mão do consenso. Com ela se vê e se vai além das expectativas. Como um holograma que precisa de lentes especiais. Quem enxerga através da fé, vê claramente o norte. A fé propicia direção, mesmo aonde os outros sucumbem aturdidos, desesperados. Como um som em alta frequência que é inaudível aos ouvi dos naturais. Pela fé, podemos

ouvir, otimistas, mensagens fortificantes que fomentam e estimulam, encoraja-nos a, com afinco, persistir perseverantemente em direção à promessa. E, quem da fé se reveste, cria uma sensibilidade tal de tornar tangente e material o que aos comuns não é palpável nem perceptível. E o conceito “solidão” é suprimido pela presença real daqu'Ele que disse:

“Nunca te deixarei, jamais te abando na rei.” E é imperial que entendamos: vivamos isto o quanto antes, pois de tais benesses meu (minha) amado(a), só usufruem os que têm fé.

Conservemos os nossos olhos fixos em Jesus, pois é por meio Dele que a nossa fé começa, e é Ele quem a aperfeiçoa.

Hebreus 12:2 Então, na sua angústia, gritavam por socorro, e o Senhor Deus os livrava das suas aflições. Ele acalmava a tempestade, e as ondas ficavam quietas. Eles se ale gravam por que o mar tinha ficado calmo; e assim Deus os levava em segurança para o porto desejado.

Salmo 107. 28-30.

do Livro Porque me olha assim? -

Rev. Marconi Teixeira