" O Castelo Invisível..."

Estava no meio de uma batalha comigo mesmo... e quando achei que estava tudo perdido alguém me puxou pelo braço e perguntou “ De que lado você está amigo? Pensei em responder, ultimamente do lado de fora, hesitei e então respondi: Do lado de meu coração, mas agora, perdido (...) Eu sabia que a razão faria isso comigo... que me sufocaria, e apaguei. Assim que abri os olhos, ainda meio sem foco, percebi que não estava sozinho (...) fui levantando aos poucos.... me apoiando nas lembranças, e nas imagens que não foram apagadas e esbarrando devagar nas “coisas” que eu não deveria lembrar (...) e também nas que não podia esquecer. E naquela imensidão silenciosa fui caminhando, perguntei ao “silêncio” umas quatro vezes, onde estava me levando (...) e o silêncio nada respondeu, acho que na verdade essa imensidão era “eu...” ou um outro eu qualquer que o mundo esqueceu. Caminhei por longas horas, perdi a referência entre a noite o dia..... e nas mãos cortes feito “matizes” de ardor sem fim, mas como mágica, daquelas inesperadas que surgem até mesmo nas horas mais vazias de um dia “cheio”, ou ao chegar em um destino de uma longa viagem.... Ou seria uma miragem? Na minha frente um Castelo totalmente transparente, ilógico as circunstâncias e mais ainda ao meu ser que sempre foi “alheio” (...) Em torno dele um jardim mais verde que o próprio “verde” e com flores de todas as cores, e pelas fragrâncias acredito até que algumas ali tinham sabores (...) Dei a volta totalmente em torno do Castelo, procurando a entrada, e nada. Já desanimado.... e um tanto quanto cansado, sentei-me sobre uma pedra para descansar e comecei a observar, pássaros faziam rasantes e sumiam nos muros do castelo, primeiro achei que havia uma espécie de abertura.... alguma rachadura, fora do alcance de minha “normal” altura (...) Mais perto cheguei e fiquei sem entender nada.... e minha visão ficou ainda mais abismada, os pássaros suicidas voavam em velocidade máxima e sumiam através da parede (...) Fiquei estático por alguns minutos apreciando aquela nova “ilusão” mas em segundo plano tentando entender a situação e nesse instante me veio um pensamento, o medo nos priva até mesmo do que ainda não conhecemos...e se insistirmos no medo ele nos priva até da gente (...) Pensei, no instante seguinte houve um “primeiro pássaro suicida” e esse ignorou o medo e como prêmio a sua ousadia foi o primeiro a contemplar um novo céu.... esse sem limites, acredite. No elipse.... momento, involuntariamente percebi meu corpo pegando distância e por mais que “eu” me segurasse já estava óbvio o que iria acontecer.... apenas fechei os olhos e num mergulho “profundo” me vi..... no outro lado do mundo, no momento que ultrapassava as divisas do “conhecido” percebi meu coração recebendo abrigo (...) vi também todos os meus medos e receios.... e às dúvidas daquele ser “alheio” saindo pela linha do escanteio..... e não vi ninguém para cobrar, não enxerguei perigo, inimigo... e minha alma ficou leve outra vez (...) Suavidade massiva dominando até o pensar da gente, e pensei.... O Castelo Invisível sempre esteve ali na minha frente, com ou sem “pássaros suicidas” esses cheios na verdade de vida, sem receio de sorrir ou colorir um dia cinza (...) Muitas vezes cavamos um fosso em volta dele para dificultar o ataque dos “inimigos” mas cometemos um grotesco e imperdoável erro, não deixamos nenhuma ponte... nenhuma saída de emergência, e ficamos presos do lado de fora sem acesso à nós mesmos, esperando clemência e as únicas asas que temos são as do pensamento, que funcionam semente se fecharmos os olhos e acreditarmos que somos capazes, e somos.... muito mais que isso, o castelo pode estar fantasiado de “cadeira”, de vitrine.... ou ser apenas uma tolice que algum dia alguém te disse (...) Então ouse levantar da cadeira, ouse olhar além da vitrine da vida.... atreva-se sorrir, e jamais vai ter a sensação de estar sozinho, seja qual for o caminho (...)

(...) O invisível nos cega os olhos, assim como uma palavra perfura um coração...

JLuis in Verve
Enviado por JLuis in Verve em 03/11/2016
Reeditado em 03/11/2016
Código do texto: T5812111
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