O SONHO DO VAGA-LUME
Iria acontecer uma festa na floresta e todos os bichos foram convidados.
O vaga-lume pegou a sua viola, queria mesmo era cantar.
Ao encontrar o coelho foi falando todo animado:
- Senhor Coelho! Senhor Coelho! Eu vou tocar viola até o amanhecer, venha me aplaudir...
O coelho coçou a cabeça, colocou a outra mão na cintura e disse fazendo cara de preocupado...
- Agora bagunçou tudo aqui nas minhas ideias. Eu na qualidade de Coelho o animal mais esperto nunca ouvi dizer que vaga-lumes sabem tocar viola.
O coelho seguiu viagem, naquele momento aparecia o galo Janjão gritando e mangando do pobre do vaga-lume...
-Cocoricó... Essa eu não perco por nada.. Há...há...há.... Vaga-lume tocando viola...
O vaga-lume não se deu por vencido e foi voando com a sua viola nas asas.
- Que folia é essa? E o que leva ai em suas asas? Perguntou a formiga bunduda rindo do vaga-lume.
O vaga-lume todo contente disse que iria a festa tocar viola.
A formiga muito da atrevida começou a criticar o pobre do vaga-lume:
- Eu daria um fiapinho da minha antena só para ver tocando sua viola desafinada. Ora! Ora! Vá acender a sua bundinha bem longe daqui... Esse é o seu trabalho deixar a floresta iluminada.. Concluiu gargalhando.
O vaga-lume não se desanimava e foi para a festa, chegando lá a orquestra estava arrumada; o gato no saxofone, o galo Janjão no violão, o rato tocava tambor, o cachorro no teclado, a cigarra arranhava seu canto, o sabiá e o curió seriam os cantores.
O vaga-lume sentou-se retirou a viola do saco e foi se aproximando quando todos gritaram:
- Saias daqui, não queremos amadores em nossa orquestra, cuide de convocar os outros vaga-lumes e acendam a floresta..
O vaga-lume sentou-se num canto e começou a chorar. As lágrimas desciam alagando o chão, quando seu José chegou botando ordem com o seu vozeirão.
-Vamos colocar o vaga-lume, ele veio com a sua viola afiada e precisamos ajudar, e tem mais eu ensaiei cada um de vocês e quem for contra sai agora.
Diante daquela ordem todos se calaram, o vaga-lume retirou a viola do saco e começou a tocar tão afinado que deixou todos de queixo caído.
A festa foi animada, todos gritavam bravo! Bravo!. Assim que terminaram foram logo contratados para animarem a festinha das crianças. Daquele dia em diante a orquestra também era do vaga-lume.
Quando os aplausos pararam o vaga-lume olhou para a formiga num canto de olhos esbugalhados de espanto pelo talento do vaga-lume.
Olhando para os amigos ele relatou o que havia acontecido com a formiga e todos avançaram para arrancar um pelinho da sua antena. A formiga deu no pé, corria mais rápido que o vento, ao se sentir segura jurou nunca mais duvidar de nada que não tivesse certeza, e assim todos aprenderam a lição. Ver e ouvir antes de julgar.