CONTO FAMILIAR

PRÓLOGO

Este singelo livro foi o fruto de reuniões familiares entre: eu, minha esposa e minhas três filhas, na época com cinco, quatro e três anos respectivamente; as quais hoje, a mais velha após formar-se em Biologia, prestou novo vestibular sendo hoje geriatra e futura médica deste velho psiquiatra que escreve a Vocês meus amigos.

Segunda, atualmente terminando o doutorado e já ministra aulas em faculdade de medicina na cadeira de Anatomia Patológica.

A última mestra em engenharia há vários anos.

Alem destas, temos mais dois filhos um é ortopedista e outro é engenheiro.

Mas, porque essa tergiversação sobre filhos se o assunto é este livro!

Justifico, trata-se de um pai orgulhoso casado com uma fenomenal mulher responsável pela educação dos filhos.

Parte desta educação deu-se durante essas reuniões nas quais cada filho sugeria uma parte da estória assim como eu alem de escrevê-la, também participava da mesma e desta forma naquele momento todos éramos iguais e com o mesmo poder participativo.

Após tantos anos resolvo relatar minha experiência na feitura de estórias para o público em geral, professores e principalmente aos pais para poderem usufruir um tempo aparentemente ocioso para educar, sociabilizar e desenvolver a intelectualidade das crianças, futuros cidadãos, de uma forma singela e lúdica.

Dentre as inúmeras que fizemos, resolvi publicar esta por ser a que mais demonstra nosso espírito de união.

CAPÍTULO I

Guarda-pérola, assim era conhecido o Vermelho, por ter como trabalho, tomar conta de uma grande pérola que pertencia ao Rei.

Era um peixe muito valente e já tinha conseguido evitar por varias vezes que os caranguejos roubassem a jóia; por tal motivo levava varias medalhas penduradas no peito.

Toda vez que o Rei passava em frente ao seu tesouro, Guarda batia continência e sentia-se feliz com o cumprimento de seu Monarca.

Enquanto o tempo passava, os caranguejos na profundidade do oceano se reuniam e Nanico, o chefe dos assaltantes dizia:

--Precisamos de um plano para conseguir roubar o tesouro, por sua vez Garra – Já sei! Vamos conversar com a bela Anêmona, namorada do Vermelho e forçá-la a nos ajudar.

De seu canto Zarolho exclamou:---Eureka! Vamos ameaçar raptar os velhos pais de Anêmona caso ela não nos ajude.

Garra ficou incumbido de levar avante o plano.

Dentro de pouco tempo haveria uma grande festa e conseguindo um convite o bandido poderia aproximar-se de seus personagens.

Uma bela noite, Garra aproximou-se sorrateiramente do palácio, forçou uma janela e adentrou.---Preciso descobrir aonde é a gráfica real, pensou.

Perambulou pelos corredores quando sentiu um leve odor de tinta que vinha do porão, seguiu o cheiro como se fosse um perdigueiro.

--Já achei! Agora mãos a obra para encontrar os convites.

Lá estavam os convites, todos empilhados sobre uma mesa e escritos com tinta dourada.

Garra surrupiou um e saiu da mesma forma que ara, sem ser notado por ninguém.

CAPÍTULO II

Era o dia da grande festa.

No palácio real estavam todos os súditos convidados.

O peixe Prato, o Trombone, o Saxofone, o Violino alem dos peixes Bumbo e Martelo, todos eles sentados em frente a um grande salão iluminado à espera da ordem do maestro Espada para iniciarem a música.

A orquestra começou a tocar, Garra aproximou-se de dona Ostra e convidou-a a dançar.

Em dado momento o Martelo bateu fortemente no Bumbo, enquanto o Saxofone da uma nota estridente e o maestro enchendo o peito disse: ---Atenção! Atenção! nosso Rei e Rainha estão adentrando o salão.

De imediato todos param de dançar, viram-se em direção a grande escadaria e atrás dos peixes Elétricos com suas luzes, chegam o Rei e a Rainha. Esta levava dependurado no pescoço uma linda e grande pérola de cor verde, muito brilhante e que era o tesouro do reino.

Em cada boca ouvia-se Oh! Oh! Como é linda!

Guarda-Pérola de braço dado com sua Anêmona sentia-se feliz e orgulhoso, tinha perdido uma noite inteira dando brilho àquela preciosidade.

A partir daquele momento o assunto era a beleza da jóia.

Garra ao lado de seu par não perdeu tempo e perguntou desinteressadamente: Como é possível ter uma pérola daquela cor?

Dona Ostra confidenciou como fabricava suas pérolas, mas disse desconhecer como conseguir aquela cor.

CAPÍTULO III

A lua já ia alta e seus raios alcançavam as torres do palácio que pareciam cristais subindo ao céu.

Enquanto Anêmona esperava por Vermelho que fora pegar um prato de doces, Garra aproximou-se da jovem e em voz baixa:- -Cuidado com seus velhos pais, pode ser que aconteça algo a eles!

Anêmona ficou assustada e enquanto se virava percebeu um caranguejo afastando-se lentamente; pensou:

--Deve ser alguma brincadeira de mau gosto.

Seu pensamento foi interrompido com a chegada do namorado e ambos começaram a comer os doces.

Senhor Nemo e Dona Mona sentados ao redor da mesa número quarenta e sete, aguardavam que o garçom lhes trouxesse os refrigerantes e olhavam orgulhosos sua filha que dançava alegremente com aquele belo e forte soldado—o Vermelho.

Nesse momento surge a bandeja de refrigerantes trazida por uma enorme e forte garra enquanto uma voz cavernosa diz:- -Cuidado! Vocês correm risco de morte.

Dona Mona assustada olhou para o local de onde vinha a voz, mas nada viu. Com medo abraçou-se ao marido. -- Nemo, o que o garçom queria dizer? Será que na bebida há algum veneno?

Peixe-Boi, chefe da cozinha, ouvindo um ruído que vinha de um dos armários abriu-o e viu um do garçom amarrado, sem suas vestimentas e com a boca cheia de plantas para não gritar.

---O que foi? O que foi? Exclamava o Peixe-Boi.

--Não sei, enquanto eu preparava a bandeja com os refrigerantes da mesa quarenta e sete alguém me deu uma pancada e eu desmaiei, acordando só agora.

Quem será que fez isto? Porque exclamou o Peixe-Boi.

CAPÍTULO IV

---Isso é uma coisa que não posso tolerar! Em minha festa, em meu castelo acontece uma agressão! Reclamava o Rei no dia seguinte.

Os Ministros estavam preocupados.

Quem teria agredido o garçom? Seria alguém querendo roubar comida? Teria sido uma simples briga de garçons tentando um prejudicar ao outro? Seriam os ocupantes da mesa de número quarenta e sete talvez espiões de outro Reino que assim agiram ao serem descobertos?

---Mas quem ocupava a mesa de número quarenta e sete? Perguntaram-se os ministros quase ao mesmo tempo.

----Quero que sejam presos imediatamente aqueles que ocupavam a mesa de número quarenta e sete. Dou prazo de vinte e quatro horas, gritava o Rei aos seus Ministros.

Enquanto isso, ao voltarem do baile, Anêmona contava a mãe o quanto havia se divertido na grande festa.Dançara a noite toda e só voltara à mesa quando já era a hora de ir embora.

---Mas minha filha, se você tanto se divertiu, o mesmo não aconteceu comigo. Levei um susto danado quando um garçom nos disse que alguém queria nos matar.

---Ora mamãe, deve ter sido brincadeira, vocês devem ter comido tanto na festa que o garçom achou que poderiam ter uma indigestão.

---É isso mesmo disse Senhor Nemo, veja quanto você comeu hoje no jantar de gala.

Era de madrugada! Todos dormiam, quando soaram três pancadas na porta.

Anêmona sonolenta vestiu-se e dirigiu-se à porta.

---Quem bate?

---É o Capitão da Guarda Real! Abra a porta em nome de Sua Majestade.

---Será que aconteceu alguma coisa ao Vermelho? Pensou imediatamente a jovem, enquanto com o coração a palpitar ia pegar a chave da porta.

Outra pancada ouviu-se.

---Já vou, estou pegando a chave disse Anêmona.

Abriu a porta.

---Por ordem de Sua Majestade Real, venho com minha escolta prender Senhor Nemo e Dona Mona. Entrem e revistem a casa disse o Capitão.

A moça de boca aberta a tudo assistia sem reação alguma. Só deu-se conta do que realmente estava acontecendo quando viu seus pais abraçados sendo levados pela guarda.

Estatelada na soleira da porta caiu em prantos.

CAPÍTULO V

---Eu preciso achar Vermelho, ele é o único que pode me ajudar.

Chegando ao Tesouro real, um soldado acompanhou-a até seu superior.

---Meu amor, meus pais foram presos por alta traição por ordem do Rei.

Vermelho não podia acreditar no que ouvia, só conseguia pensar que entre os Ministros do Rei havia alguém querendo prejudicar ao Guarda-Pérola através dos pais de sua noiva.

Acalmou Anêmona e prometeu que iria conversar pessoalmente com o Rei.

A notícia da prisão espalhou-se por todo o reino e Nanico ficou fulo de raiva. Chamou Garra, deu-lhe uns tabefes ---Você é um incompetente não me apareça mais em minha frente.

Garra reagiu, levantou sua pesada pata, abriu suas longas e fortes pinças e lançou-se contra seu chefe.

Ouviu-se um barulho surdo seguido de um grito.

No chão uma enorme garra e seu dono retorcendo-se em dores.

Zarolho como sempre havia chegado a tempo e com uma forte pancada de sua bengala havia colocado Garra fora de ação e salvando Nanico da morte certa.

O caranguejo machucado e sem sua pata gemia---Como eu vou fazer sem minha pata? Esperei dois anos e fiz muitos exercícios para ficar com um membro assim forte, e, agora vou ter que esperar outro tanto.

O leal Zarolho que no fundo não era mau sentia-se desconsolado com os acontecimentos.

---Chefe, vamos levar o Garra para um Hospital, talvez o médico possa resolver colando a patola .

Chegaram ao Hospital, foram atendidos imediatamente. O Doutor deu-lhe uns pontos, aplicou umas injeções e dispensou o paciente afirmando que no prazo de um mês poderia voltar a usar normalmente sua pata.

Zarolho sentia-se recompensado, no fundo achava que Nanico havia sido muito duro com Garra, pois este não tinha nenhuma culpa pelo desenrolar dos acontecimentos.

Garra por seu lado não tinha palavras para agradecer o que lhe tinham feito. Nanico sentia-se orgulhoso diante de seus comparsas e feliz pela certeza de que Garra continuaria a fazer parte do grupo, já que se não poderia mais trabalhar seria uma perda irreparável para o bando.

CAPÍTULO VI

Vermelho havia conversado com o Rei, somente conseguiu permissão para que Anêmona visita-se os pais uma vez por semana.Isso graças ao reconhecimento que o Rei tinha por seu Guarda-Pérola, pois os acusados de alta traição estavam proibidos de receber visitas e passados dois meses eram julgados e o veredicto final era sempre o mesmo: Morte!

Um certo domingo, enquanto os quatro conversavam no calabouço, Vermelho se mostrava inconsolável.

---Até agora, e já fazem vinte dias da festa, eu nada consegui. Dona Mona, como era o peixe que se fazia passar por garçom?

---Mas Vermelho, quem disse que era um peixe, eu não o vi, mas que eu saiba nenhum peixe tem garra.

A última palavra da mãe, parece que foi uma chave para abrir a memória de Anêmona.

---Espera, agora eu estou me lembrando. No dia da festa alguém me falou que vocês corriam perigo de morte, quando me virei para ver quem era, percebi um caranguejo que se afastava.

Nesse momento já não havia nenhum mistério para Vermelho. Acostumado às lutas, o Guarda-Pérola conhecia muito bem o Garra, que nada mais era, que o caranguejo possuidor da maior pinça do reino e que já haviam entrado em luta por mais de uma vez .

Calou-se, nada dizendo de suas idéias, mas perguntou:

---Porque vocês foram acusados de alta traição?

Nos nada sabemos, desde o dia em que nos prenderam até hoje não falaram conosco, respondeu Senhor Nemo.

Um soldado aproximou-se da cela e avisou: a visita esta encerrada,é hora do jantar.

Anêmona e seu noivo despediram-se dos prisioneiros e abraçados retiraram-se.

---Meu amor, eu não sei que farei se meus pais forem julgados culpados.

---Acalme-se , ainda falta algum tempo e até lá as coisas podem mudar. Irei ter uma conversa com o garçom.

Acompanhou Anêmona até a porta da casa, conversaram um pouco sobre seus planos futuros e despediram-se.

CAPÍTULO VII

Na cozinha do palácio, todos trabalhavam; Peixe-Boi inspecionava tudo como se fosse sua própria casa. Enquanto experimentava algumas algas que saiam do forno, deparou-se com o velho conhecido.

---Oi Vermelho! O que você faz por aqui? Quer experimentar um pouco de minha comida?

---Não Boi, obrigado. Quero conversar uns minutos com teu garçom, aquele que foi agredido no dia da festa.

---Fique a vontade, é aquele que esta empilhando os pratos.

---Me diga uma coisa, com que bateram em tua cabeça?

---Eu não sei, senti como se uma pedra batesse em minha cabeça e não vi mais nada.

---Mas você não ouviu barulho algum?

---Não, não ouvi nada, apenas a pedrada na cabeça e um “crach” como se estivessem quebrando nozes. Deu-me até impressão que meus ossos estivessem estralando.

Era o que Vermelho suspeitava, o agressor só poderia ser o Garra, o “crach” só poderia ter sido a patola que se fechava devido a pancada que dera.

O Guarda-Pérola despediu-se aproveitou para experimentar um pouco daquelas algas e:---è Boi, quando eu me casar você vai comandar os comes e bebes.

---Pois não Vermelho, é só você marcar o dia e lá vamos nos.

Garra já movimentava sua pata normalmente e hoje completava o tempo dado pelo doutor.

---Já estou bem. Agora só preciso testar minha garra.

Encontrou um pedaço de madeira e “crach” quebrou-o.

---Estou em plena forma. Agora não sinto mais medo de nada.

O plano terminara mal, contudo ainda havia uma esperança.

Zarolho propôs uma visita a Anêmona oferecendo a liberdade dos pais em troca de sua traição.

Nanico preferiu ele mesmo levar o plano avante pois dessa maneira teria plena certeza que nada daria errado.

CAPÍTULO VIII

---Pessoal aqui esta a farda usada pela guarda real.

Foi um alvoroço, vamos experimentar, veste a calça diziam Garra e Zarolho ao recém chegado.

Nanico vestiu a calça, seus comparsas o ajudaram e ai ouviram um grito:

---Socorro! Socorro!

Os meliantes ficaram assustados, a calça pulava pela sala como se tivesse vida.

Garra prontamente agarrou a calça e ouviu:

--- Tirem-me daqui seus idiotas! Vocês não perceberam que a calça é muito grande e eu acabei ficando preso dentro dela.

Depois de cortarem as pernas da calça , Nanico vestiu-se e ficou parecendo realmente um guarda Os raios do sol penetravam na água e as casas mudavam de cor com o movimento da maré.

Nanico bateu na porta.

---Quem é?

---É da guarda real.

---O que foi? O que aconteceu?

---Eu vim fazer-lhe uma proposta. Dentro de vinte dias seus pais poderão ser entregues a você sãos e salvos. Basta vocês mudarem de reino.

---Oh! Como o senhor é bom. Mas como vamos conseguir?

---Não se preocupe, o plano já esta traçado. Existe apenas uma condição.

---Eu faço qualquer coisa pelos meus pais.

---Você devera deixar na entrada da Gruta dos Gemidos a pérola Real e na saída encontrar-se com seus pais.

---Mas como eu vou conseguir a grande jóia.

---Isso é problema seu. O Guarda-Pérola não é seu noivo? Dentro de dez dias voltarei para saber sua resposta.

EPÍLOGO

Os dias passavam e Anêmona sofria cada vez mais.

Não queria trair ao namorado nem queria perder seus pais.

---Não sei se devo contar ao Vermelho a proposta que recebi, era o que mais pensava.

Criou coragem e resolveu:

---Me amor, tenho uma coisa a lhe dizer. Recebi uma proposta e ...contou toda a estória.

---Aceite Anêmona, que você terá no dia marcado a jóia mais valiosa do reino.

A jovem não acreditava no que ouvia. Como seu Guarda-Pérola seria capaz de trair o Rei? Um ar de decepção estampou-se em sua face.

Anêmona porem não sabia que Vermelho esperava por isso e nem o plano que já havia traçado.

No décimo dia Nanico voltou para receber a resposta.

Tudo ficou acertado.

Os caranguejos estavam contentes, apenas Zarolho desconfiava, não conseguia entender como o plano dera certo assim tão rápido.

Era noite. Dois vultos desciam sorrateiramente a escadaria que levava ao calabouço.

Um caranguejo com uma enorme garra acompanhava outro baixinho e fardado.

Dominaram o primeiro guarda e Garra rapidamente vestiu sua farda.

Chegaram à cela do casal.

---levantem-se, vocês vão trocar de cela agora.

Dona Mona assustada, aprontou-se o mais rápido que pôde o mesmo fazendo Senhor Nemo e acompanharam receosos aqueles guardas.

No meio d escadaria Garra virou-se para os prisioneiros e disse:

---Vamos sair pela janela, logo vocês vão se encontrar com sua filha.

Vermelho havia abandonado seu posto e escondido atrás de uma enorme pedra perto do castelo aguardava a chegada dos quatro.

No palácio as luzes se acenderam, todos corriam e gritavam: os prisioneiros fugiram! Os prisioneiros fugiram!

O Rei enraivecido, chamava o capitão da guarda.

---Dou doze horas para que me tragam de volta os prisioneiros que agora acabam de confirmar nossa suspeita de serem traidores.

---Capitão de Guarda, se não chegares no tempo estipulado você será o prisioneiro e responderas por alta traição pois os deixas-te fugirem.

Todos se aprontavam o mais rápido que conseguiam para empreender a busca.

Cada guarda levava consigo um peixe elétrico para iluminar o caminho.

CAPÍTULO X

Os fugitivos passavam pela grande pedra e Vermelho aproximou-se sorrateiramente do último da fila.

Nanico foi facilmente dominado, Garra fugiu com os prisioneiros sem perceber quem era o atacante.

O Guarda-Perola, amordaçou e amarrou o chefe dos ladrões atrás da pedra e dirigiu-se para o palácio. No caminho encontrou a escolta que procurava os fugitivos.

---Vermelho, você viu os fugitivos ? gritou de longe o Capitão.

---Vi uns vultos que se dirigiam em sentido contrario ao que vocês estão indo, parece que se dirigiam para a Gruta do Riso. Não sei se eram fugitivos mas me pareceram suspeitos.

Anêmona carregava a perola com muito cuidado, sabia de seu grande valor.

De longe Zarolho todo desconfiado a acompanhava sem ser visto.

Chegando a gruta, Anêmona parou e esperou e esperou.

Zarolho deu a volta e esperou a chegada dos bandidos.

Garra acompanhado por dois vultos se aproximava.

---Alguma coisa esta errada, pensou Zarolho. Esta faltando um.

Zarolho, fomos atacados possivelmente por assaltantes e não sei o que aconteceu com Nanico. Os prisioneiros estão aqui.

---Espere, vou dar a volta e avisar a moça.

---Anêmona, pode deixar a perola, entre na gruta que seus pais a esperam.

A jovem não pensou duas vezes, soltou o precioso objeto e adentrou a gruta; do outro lado encontrou os pais. Houve abraços e beijos.

---Vamos papai, leve mamãe Poe este caminho, vão pra casa que amanhã Vermelho encontrara lugar para vocês.

CAPÍTULO XII

O Guarda-Pérola estava na presença do Rei acompanhado por Nanico e conseguiu finalmente convencer o Monarca que os futuros sogros não eram traidores.

O chefe dos assaltantes foi imediatamente preso, contudo nada contaram sobre a perola ao Rei.

Garra e Zarolho de posse da jóia, gora tinham de vendê-la.

O palpiteiro zarolho disse:

---Vamos ao Reino das Profundezas, lá eles sempre compram tudo o que é roubado e nossa pérola verde nos vai tornar ricos.

Foram ao chefe dos compradores de objetos roubados e mostraram o que tinham para vender.

---Me da essa perola que vou mandá-la examinar.

Entrou num cômodo e passado algum tempo retornou.

---O que vocês pensam que sou? Nunca mais pisem neste Reino, se voltarem aqui eu mando matar os dois.

Garra e Zarolho se olhavam sem nada entender.

---O que aconteceu? Devolva-me nossa esfera preciosa.

---Esfera preciosa? Repetiu o comprador, e acrescentou: Realmente é uma esfera, porem não passa de um pedregulho pintado de verde e magnetizado com uma descarga de peixe elétrico para deixá-la brilhante; e vocês agora vêm me dizer que é a valiosa pérola verde.Sumam daqui! Já disse!

Garra e Zarolho retiraram-se assustados e foram obrigados a conseguir um trabalho pois agora nem tinham mais a quem vender o produto de seus roubos.

No outro dia todo o reino sabia o que havia acontecido e como Vermelho conseguira vencer novamente os caranguejos e receber outra medalho de Honra ao Mérito.

FIM

O PARAISO
Enviado por O PARAISO em 04/03/2017
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