O beijo transcendente

Com beijo tocou-me a mulher de asas...

Despiu-me o vento os olhos e a voz...

Sedutora e doce sussurrando brasas...

Ardendo nua e solitária a libido arcana

Insinuante num portal de luzes espirais

Adentrou o céu num mar de montanhas

Expondo seu esconderijo transcendente

Numa ilha de horizontes cristalizados...

O vento perfumado vinha cantando

Melodias que ardiam os raios de sol

E o ar carregado das partículas ocres

Animava o bosque de flores púrpuras...

Um espírito tomou minha alma leve

E incorporou-se a índole libidinosa...

Ao seu leito bebia néctares divinos

Sob a luz das estrelas de seus olhos...

E transcendendo o torvelinho imune

No eco da alvorada ecoavam amores

Seres encantados se transfiguravam

E fontes de bálsamo fluíam prazeres!