Cabo do medo

No ano de 1491 me vejo a frente, talvez e nunca outra vista, da maior expedição marítima ambicionaria. O mito que se tinha à época em torno do cabo do medo, ou bojador, para os muitos marinheiros e expedições que se perderam e nunca regressaram a sua terra natal.

Eu, Jacques Le Monde, aspirante da marinha francesa contratado para frente do galeão baluarte, fui encarregado de comandar 30 homens com a missão de cruzar o cabo da tormenta e a superar todos os mitos e medos que nos cercavam, como os contos de monstros das sete cabeças, as sereias com seus sonetos e outras pestes.

Estávamos prestes a contornar a costa da África. Baltasar, um imediato, de longe avistara algo em alto mar. Foi um momento de muita tensão, pois tudo o que temíamos estávamos prestes a vivenciar.

Os homens temerosos! Via-se o pavor em seus olhos, o suor estampado, o silêncio tomava conta do Baluarte. Conforme íamos nos aproximando, uma enorme sombra se via próximo a nossa embarcação. Eu, imediatamente, ordenei para que todos os homens assumissem seus postos de batalha, já que temíamos pelas nossas vidas e por mais que estivéssemos preparados, o medo tomara conta de forma que um frio na espinha nos arrepiava.

Por debaixo de nós, a enorme sombra se passara. De repente o baluarte é atacado por um enorme peixe que parecia ser uma baleia jubarte. Muitos homens lançaram-se ao mar, sofrendo grande avaria na proa. Dei as coordenadas, visto que deveríamos mudar o curso para que não viéssemos a afundar.

Conseguimos nos distanciar mesmo com a embarcação avariada. Percorremos contornado a costa. Aos que ficaram só restava a esperança por chegar a terras firme.

Muitas noites se passaram! Totalmente exaustos e perdidos avistamos de longe, e não sei se por delírios ou devaneio, uma linda mulher em cima de uma pedra. Seu sorriso, seus encantos, fascinava a qualquer um. Olho novamente e não avistara mais. A vista se encontrava embaçada. Continuamos por dias!

Abutres sobrevoavam nossas cabeças até que de longe avistamos uma grande Costa. A esperança voltara em nossos corações. Aportamos em terra firme!

Fui despertado de um sono profundo em meus aposentos. Era o almirante Tomás de Aquino com a carta de que fora eu designado a comandar uma expedição ao cabo bojador com mais 30 homens.

O mito do medo, talvez venha estar mais em nossos sonhos ou cabeça.

Vai saber!

José Ferrarini
Enviado por José Ferrarini em 08/08/2017
Reeditado em 18/08/2017
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