Meryenne e o Reino de Chocolate

Introdução

Querido amigo leitor!

Conta-se a história de uma menina que era obcecada por chocolate. Entretanto, ela tinha um sonho, digamos assim, meio maluco. Mas fazer o que, sonho é sonho. Ela sonhava em conhecer um reino todo de chocolate, que o castelo fosse de chocolate e até os brinquedos e as praças etc. Aparece uma fada que a ajudará a encontrar esse reino, mas, para isso ela tem que enfrentar muitos obstáculos pra chegar até lá, inclusive, depois que ela consegue chegar lá ela se depara com um grande segredo que a fará enfrentar outros desafios. Mas o que importa é que a menina vai se aventurar numa história que apesar dos obstáculos é muito bonita que valerá a pena, pois é o sonho que ela sempre sonhou. Vamos viver essa história com “Meryenne e o Reino de Chocolate”

Meryenne e o Reino de Chocolate

Conta-se a historia de uma menina muito esperta e inteligente. Essa menina tinha uma grandeza de alma, doçura e beleza. Ela encantava a todos que a rodeavam com sua meiguice e ternura. Meryenne, este é o seu nome.

Meryenne era uma adolescente de treze anos de idade e por ser muito inteligente psicologicamente podia se dizer que tinha mais idade. Era órfã de pai e morava com sua mãe em uma choupana numa pequena cidadezinha do interior de Minas Gerais. Sua mãe trabalhava de vendedora em uma loja que ficava nas proximidades de sua casa. O salário era pouco, mas mesmo assim as duas sobreviviam com o que ganhavam.

Meryenne tinha outra qualidade, era muito sonhadora como todas as meninas de sua idade. Eu acho até que ela exagerava um pouco na qualidade de seus sonhos, isto é, fantasiava coisas que iam muito além de sua imaginação. A menina ficava horas sentada na varanda de sua casa que dava vista a um lindo bosque, o Bosque das Flores e ficava pensando, imaginando, sabe lá o que, mas, uma coisa a menina tinha razão, o lugar era muito bonito de se apreciar com capacidade de dar asas à imaginação de uma pessoa sonhadora. Ah! Mas, com o que ela sonhava tanto? Vamos ver?

Certo dia, Meryenne estava ajudando sua mãe a preparar o jantar:

_Mamãe!... (a menina chamou sua mãe dando uma pausa em suas palavras).

_fala minha filha!

_sabe em que eu estava pensando?

_pensando ou fantasiando, minha querida? (A mãe já conhecia a filha que tinha e sabia que, o que ela ia dizer era mais uma de suas fantasias).

_As duas coisas, mamãe. Olha, eu estava pensando: _Já imaginou se existisse um reino todo de chocolate, onde as ruas, as casas, as praças e os brinquedos fossem tudo de chocolate?

_Que isso, menina, que historia é essa de reino de chocolate? Chocolate é pra se comer e não pra fabricar coisas.

_Olha minha filha, eu entendo que você goste muito de chocolate. Chocolate no café da manhã, na sobremesa, no lanche da tarde, mas a colocar essas ideias absurdas na cabeça, aí já é demais, não é?!_ Querida! Pare de pensar bobeiras! Eu prometo comprar uma barra de chocolate pra você, amanhã, quando for ao mercado. Mas promete não pensar mais nisso? (sua mãe disse todas essas palavras com muito carinho, abraçando-a, pois a amava muito e não queria magoá-la).

_Esta bem, mamãe eu prometo! (Mas será que Meryenne conseguiria manter a palavra? (Sua mãe sentia pena dela, pois não tinha condições de dar a ela todos os chocolates que ela pedia e às vezes ela se preocupava com a menina ao ver tanta imaginação).

No outro dia bem cedo:

Meryenne! Meryenne! (alguém chamou Meryenne batendo na porta da sala).

_Vamos! Vamos! Levante minha filha, seu amigo Pedrinho esta chamando lá na varanda. (Pedrinho era o melhor amigo de Meryenne, pode se dizer que eram inseparáveis ou quase como irmãos. Ambos tinha a mesma idade)

_Levante- se ou vão chegar atrasados!

_aaaaaaaaaaaaa! Mamãe que horas são? Eu estava sonhando.

_sonhando com o que Meryenne?

_Ah! Mamãe, que pena, eu não estou me lembrando! Disfarçou Meryenne.

_Vamos! Seu amigo esta te esperando. (a menina escovou os dentes, se penteou e rapidinho ficou linda como sempre)

_Olá Pedrinho, bom dia tudo bom?(falou

Meryenne entrando na sala).

_Olá Meryenne, tudo ok!

_Quer tomar um chocolate quente comigo Pedrinho, minha mãe acabou de preparar?

_Não, muito obrigado!

_Ah! Como você é bobo! Esta uma delicia!

_É. Eu sei! Delícia pra você que só pensa em chocolate. Eu não! Prefiro um milke-cheik de morango, ou uma torta de morango com creme de leite. Chocolate faz nascerem espinhas.

Eu é que não quero ficar com a cara parecendo um ralo de tantas espinhas quando crescer! Tô fora!

_Ah! Esta bem, então vamos pra escola e no caminho conversamos.

_Tchau, mamãe! E não esqueça meu chocolate!

_Tchau, meu amor! (sua mãe nunca precisava adverti-la de algo na escola como: “não fique conversando na hora da aula” “Não perturbe os colegas” “Não se esqueça de estudar pra prova” “Preste atenção quando a professora estiver explicando a tarefa”. Nada disso ela precisava ouvir de alguém, pois era muito interessada e dedicada na escola).

Na escola:

Meryenne entra na sala e cumprimenta a todos:

_Bom dia colegas!

_Bom diaaaaa! (todos responderam juntos)

_Bom dia, professora!

_Bom dia, Meryenne! (ao cumprimentar a todos, ela se dirige à sua cadeira).

_Bem, crianças, eu estou vendo que todos vocês estão bastante empolgados hoje, e então pra começar teremos aula de redação. (comentou a professora). Dentro dessa aula quero que narrem uma historia, colocando no papel toda imaginação que vocês têm, e o tema, vocês podem escolher. Todos têm trinta minutos pra redigi-la, Ok? Disse a professora.

Oba! (gritaram os alunos em coro e logo eles se concentram e começam a escrever).

Depois de um tempo:

_Pronto, queridos? Acabou o tempo! (disse a professora olhando para o relógio).

_Quem gostaria de ler primeiro?

_Eu! Eu! Eu! Eu!

_Muito bem crianças, gostei de ver o interesse de vocês! Todos vão ler, mas em ordem alfabética. (um leu, o outro leu e, até que chegou a vez de Meryenne).

_Agora é a vez da Meryenne. Comece a ler Meryenne!

_Esta bem professora... “certa vez num lugar muito distante existiu um reino todo de chocolate”... (quando ela começou a ler, todas as crianças começaram a cochichar: “chii! tinha que ter chocolate na historia”! Ah, não! de novo! É! mas, no final da historia todos aplaudiram e gritaram: _conta mais! Mais!... Mais!)

_Parabéns crianças! Todas as historinhas ficaram maravilhosas! (A professora não podia dizer que a historia de Meryenne ficou melhor, pois era contra as normas de uma pedagoga e era proibido dizer que um aluno criou algo melhor que o outro. O que ela dizia sempre, era que todas têm a mesma capacidade e inteligência pra criar grandes coisas, incentivando assim a auto-estima dos alunos, mas ela realmente ficou muito encantada, pois a historinha de Meryenne era sem dúvida a mais criativa e encantadora).

_ Bem, crianças o ano terminou, foi bom estar com vocês! Quero desejar a vocês um feliz natal e um novo ano cheio de paz. (A professora se despediu dando um abraço em todas as crianças)

–Ah! Aproveitem bem as férias!

_Feliz natal professoraaaa! (Todos gritaram em coro correndo pelo pátio da escola)

No caminho de casa Meryenne e Pedrinho vão conversando e...

_Pedrinho, tenho que te dizer uma coisa muito importante.

_Fala, eu estou ouvindo!

_Eu tenho que achar o reino de chocolate!

_Como?! Não estou entendendo!

_”Meu amiguinho lindo, existe um Reino de Chocolate, eu sei”

_Rá rá rá!!! Agora ela pensa que sua história é real! Só faltava essa, eu estou até imaginando você comendo todos os brinquedos das crianças, coitadas! Ah! Com certeza, se existisse um lugar desses, você não iria poder entrar lá, se entrasse seria expulsa pelos cabelos, que com essa gula que você tem por chocolate seria uma ameaça para as pessoas. Já imaginou você comendo as casas deles... rá rá rá! _ Ei! Meryenne acorda, planeta terra chamando!

_Ah! Pedrinho! Deixe de ser irônico e me deixe te contar algo interessante! Essa noite eu sonhei...

_Sonhou? Você vive sonhando acordada, dormindo, isso não é novidade! (Pedrinho interrompeu-a com suas ironias. Ele achava aquelas ideias muito loucas e até engraçadas, divertidas à beça, por isso ficava o tempo todo zombando da amiga, mas mesmo assim ele era um bom amigo e a amava muito).

_Ah! Pedrinho você vai ter que me ouvir, nem que eu tenha que... (Meryenne partiu em direção dele num gesto de brincadeira para lhe dar uma palmada). _Vem cá seu pirralhinho, eu te pego! (então ele saiu correndo em direção a uma praça muito bonita com um gramado todo verdinho e ela corria atrás dele para pegá-lo)._Volte aqui seu pirralhinho! Gritou ela. E até que enfim ela o alcançou puxando-lhe o colarinho e os dois rolaram pelo gramado, sorrindo e felizes, porque, apesar de tudo eles eram dois amigos que se completavam.

-Por favor, Pedrinho! Ouça-me, preciso te contar uma coisa muito importante! Pediu Meryenne.

-Está bem, pode falar, sou todo ouvido.

Esta noite, eu sonhei que eu estava num lugar muito bonito, cheio de flores e de árvores muito altas e do meio daquelas árvores, bem lá no alto, ouvi uma voz que dizia:

“vou realizar seu sonho, vou te mostrar o reino de chocolate”. Eu precisava continuar sonhando pra descobrir mais sobre ele, mas, minha mãe me acordou quando você me chamou.

_Desculpe amiga, por estragar seu sono, aliás, seu sonho!

_Ah! Não tem problema, eu já sei onde é aquele lugar bonito, e é pra lá que vamos.

_Onde?...

_Claro! Como eu não tinha percebido antes! Vamos até lá, Pedrinho. (Meryenne saiu correndo puxando a mão de Pedrinho)

_Espere aí, aonde vamos, Meryenne?!

_Vamos ao Bosque dos Sonhos!

Bosque dos sonhos porque Meryenne dera a ele esse nome, pois, ela dizia que lá era o lugar mais lindo pra se sonhar e que o bosque dava-a inspiração pra escrever suas histórias.

_Perai, Meryenne! É bosque dos sonhos ou das flores? Uma vez você diz bosque dos sonhos outro dia bosque das flores!

_Dos sonhos, das flores, dá na mesma, menino!

Então lá se foram os dois adolescentes sapecas saltitando como dois passarinhos que voavam ao acabar de ganhar liberdade pra voar.

_Pronto! Aqui estamos nós.

_Mas, o que o bosque tem a ver com seu sonho, Meryenne?

_Era aqui que eu estava no sonho quando ouvi a voz.

_ Humm! (Pedrinho olhou pra cima e pra baixo, pensativo)

De repente aconteceu algo surpreendente.

Surgiu uma luz misturada com os raios coloridos do sol e logo essas luzes pareciam se transformar em uma imagem branca de doer as vistas que se transformou numa mulher em miniatura voando de um lado para o outro com jeitinho de borboleta procurando uma flor pra pousar.

_Ai! O que está acontecendo aqui, Meryenne? É um fantasma, socorro, socorro! Gritou Pedrinho assustado com cara de bobo.

_Espere, menino! Não precisa ter medo! Falou a pequena mulher vestida de luzes coloridas, com uma voz muito suave.

_Quem é você? E o que quer? Perguntou Meryenne.

_Ah! Meryenne! É um fantasma não está vendo?! Vou dar no pé. Falou Pedrinho se tremendo todo.

_Calma aí, não é fantasma, parece alguém muito especial seu borra-botas!

_Obrigada, Meryenne, pelo elogio!

_Uê! Como sabe meu nome? Quis saber a menina.

_Eu sei tudo sobre crianças como você.

_E quem é a vossa senhoria? Perguntou Pedrinho com ironia interrompendo a conversa.

_Eu sou a fada madrinha, Lusalva.

_Nossa, Meryenne eu não sabia que você tinha uma madrinha tão distinta, e ainda com um nome tão irado! Disse o irônico Pedrinho. (Da pra perceber que o nome da fada tinha tudo a ver com ela, pois ela era rodeada de cores em forma de luz que refletiam como uma lâmpada espalhando raios coloridos que ofuscavam os olhos de quem a olhasse).

_Ah! Já sei é aquela fada das historinhas que a minha mãe sempre conta pra eu dormir, mas eu pensei que só existia nos livros. _ Bom, dona fada madrinha, o que a senhora deseja?

_Não minha querida, eu não desejo nada, quem deseja é você. Como você é uma boa menina eu vim para realizar seus desejos.

_Mesmo?! _Ah! Então era a senhora que falava no meu sonho, agora entendo tudo. O lugar bonito... A voz... Tem tudo a ver.

_Obrigada querida fada! Falou a menina entusiasmada.

_Eu agradeço a senhora, mas a minha mãe disse que o meu maior desejo é impossível!

_Primeiro, não precisa de me chamar de senhora, porque, ainda sou bem jovem e em segundo sua mãe está enganada, pequena. Eu posso realizar qualquer desejo seu!

_sério?!!!

_Vamos diga qual o seu maior desejo!

_O maior desejo dela é ter um reino de chocolate só pra ela comer! Kkkkkk! (Disse Pedrinho sorrindo)

_O meu maior desejo é... Eu queria que existisse um reino todo de chocolate, onde as ruas, a praça, os brinquedos, as casas fossem tudo de chocolate.

A fada já sabia qual o desejo da menina, mas precisava ouvi-la falar com sua própria boca.

Ela sabia que realizar esse desejo seria para Meryenne enfrentar um desafio, mas estava disposta a ajudá-la a enfrentar os obstáculos e sabia também que Meryenne era forte e determinada. Bom. E o Pedrinho nesse momento, como ficou ao presenciar essa historia toda? Bem, ele agora está calmo e tranquilo, mas com um grande ponto de interrogação em sua cabeça e acho também que de agora em diante ele começará a acreditar mais nas fantasias de sua querida amiga.

_Seu desejo é uma ordem e o seu sonho é uma realidade, porque existe mesmo um reino de chocolate e só alguém como vocês podem entrar ali. Muitos sonhos, Meryenne, não são apenas sonhos até que as pessoas se dão conta disso e vão em busca da realidade que sonhou e isso é o que você está fazendo agora. Você está pronta?

_Pronta, eu?

_É, você irá embarcar numa grande aventura.

_Não! Nós não podemos, nossas mães estão nos esperando em casa!

_Calma, Pedrinho! Espere aí, vou explicar melhor pra vocês. Agora vocês vão voltar pra casa, mas amanhã vocês precisam estar de volta prontos pra partir e lembre-se, não podem contar a ninguém sobre mim, mesmo porque ninguém iria acreditar em vocês. Amanhã estarei de volta aqui, mas para isso vocês vão ter que me acionar, por isso, Meryenne, vou deixar com você minha varinha porque uma fada não aparece pela segunda vez sem usar a varinha. Preste atenção! Vocês nunca poderão perdê-la, caso contrário perderão todas as chances do meu retorno quando precisar.

Tchaaaau! Falou a fada desaparecendo no reflexo da luz do sol.

Poxa! Até então eu não acreditava nessa luzalva, quero dizer nessa fada, mas será que ela não esta querendo te enrolar Meryenne?

_Ô seu cabeça dura, ou você acredita nela, ou então ela vai te mandar um raio nessa sua cabecinha teimosa!

_Ai! Cruz credo não quero nem pensar.

_Então não pense agora nisso e vamos, porque já passamos do horário de chegar em casa e nossas mães já devem estar preocupadas.

Na casa de Meryenne:

_Bom dia, mamãe!

_Boa tarde, Meryenne! Isso é hora de você chegar? Onde esteve? Já é quase trezes hora! Você me deixou preocupada, menina! O que esta acontecendo? Isso nunca aconteceu!

_Desculpe mamãe! É que o Pedrinho e eu resolvemos dar um passeio pelo bosque e nos entretemos demais e esquecemos o horário, desculpa vai!

_Esta bem! Mas diga-me como foi a aula hoje?

_Ah! Foi ótimo. Tivemos aula de redação e a professora pediu que nós fizéssemos uma historinha e os meus colegas amaram quando contei a minha, eles gritavam e pediam bis.

Eles queriam que eu contasse a historinha toda novamente, mas a professora não permitiu.

É mesmo?! E qual foi o tema?

_Ah mamãe! A senhora já sabe!

_Não me diga que...

_É essa mesma!

_É mamãe, mas as historinhas são assim mesmo, podem ser de verdade e podem ser de mentirinha.

_Você esta certa querida, historias são assim mesmo, mas agora eu tenho algo pra você que é de verdade. Olha só!

Oba! Uma barra de chocolate! Obrigada querida mamãe.

_Meus parabéns por você ter passado de ano, querida. Sua mãe abraçou-a muito forte e deu-lhe um beijo no rosto. _Feliz férias minha linda!

_Obrigadaaaaaa! Essas férias vão ser as férias mais felizes da minha vida! (Falou a menina abraçando sua mãe).

No outro dia:

Seis horas da manhã Meryenne levanta, escova os dentes se penteia e vai até a geladeira preparar um lanche e coloca na mochila. Ela faz tudo tentando não fazer nenhum ruído, pois se sua mãe acordar o que irá pensar? Irá descobrir tudo, afinal a menina não costuma preparar seu café da manhã e nem mesmo levantar cedo quando está de férias, mas será que ela conseguirá fazer tudo em silêncio sem que sua mãe note? De fato ela não conseguiu mesmo. Tropeçou na cadeira justamente na hora em que voltava para seu quarto para pegar algo que havia esquecido.

Sua mãe levanta assustada e vê a filha com a mochila nas costas e pergunta:

_O que esta acontecendo! O que você esta fazendo com essa mochila nas costas?

Meryenne ficou sem graça, não sabendo o que responder. Ela pensou: “Oh! E agora”! Mas a menina muito inteligente, pensou rápido.

_É que eu tive um sonho e dormindo eu peguei essa mochila, mas quando acordei percebi tudo, então voltei para o quarto pra dormir novamente e foi aí que tropecei na cadeira.

_É! Eu sei querida, você deve ter sonhado que tinha que levantar cedo pra ir à escola, afinal, você já está acostumada com a rotina e isso é normal acontecer, mas agora volta pra cama porque ainda é muito cedo pra quem está de férias.

_Está bem mamãe.

Ufa! Dessa eu me livrei. “Oh! Mas agora o que vou fazer para que minha mãe não me veja sair, o Pedrinho deve estar me esperando! Ah! Já sei vou pular a janela”. Pensou Meryenne.

_Cuidado, Meryenne! Espere que eu te ajudo!

_O que você esta fazendo aqui?

_Que pergunta Meryenne!

_Eu estou te esperando já faz um tempão, só não te chamei pra não dar alarme. Que coincidência heim!? Eu também tive que pular a janela, porque a porta do meu quarto faz muito barulho e minha mãe poderia perceber alguma coisa. No entanto, não tive como tomar café, e eu estou brocado.

_Não se preocupe, eu preparei lanches pra gente comer, quando tivermos tempo, é claro! Mas agora precisamos ir logo porque, senão alguém pode nos ver saindo e você sabe como é esse pessoal daqui, logo logo nossas mães podem ficar sabendo antes mesmo de começarmos nossa aventura.

Meryenne e Pedrinho foram andando o mais rápido que puderam até o bosque das flores para se encontrar com a fada madrinha luzalva. A menina estava tão ansiosa que não se dava conta de mais nada, deixava tudo pra trás sem pensar, sem imaginar as consequências que poderia ter, mas é assim mesmo quando nós sonhamos com alguma coisa, nossa mente só tem uma direção: aquele objetivo e mais nada, mas será que vale a pena sonhar assim, pois esse sonho é muito mais que um sonho, é ter em frente algo desconhecido. Mistério! Mistério que pra muitas pessoas não passa de fantasia da cabeça de criança. Vamos ver o que acontecerá de agora em diante, porque eu estou curiosa pra saber dessa historia:

_Bem...Chegamos! E agora cadê a Luzalva? Fada! fadinha!! Cadê você? Meryenne começou a chamá-la, pois não aguentava a ansiedade.

_Calma, Meryenne! Se essa fada não é de fachada, ela vai aparecer!

_Hum! Acreditando na fada, é!? Quem diria!

_Bem! É preciso ver pra crer não é?

_Não é bem assim, Pedrinho! Muitas vezes precisamos e devemos acreditar naquilo que não vemos, pois é pela fé que temos em alguém é que podemos alcançar um ideal.

_Você esta bem inspirada hoje heim!!

_Como? Eu não disse nada, Pedrinho!!

_Então quem foi que disse?

_Eu, Luzalva, a fada madrinha.

_Luzalva! Que bom que você veio! Meryenne correu pra dar um abraço na pequena fada, mas acabou tropeçando e caiu.

kkkkkkkkkkkkkkkk Pedrinho não perdeu a oportunidade pra sorrir.

_Pedrinho, pare de sorrir! – Disse a fada também com vontade de sorrir. _ Perdoe-me! Perdoe-me eu não queria...

_Tudo bem! Falou a menina, meio que também com vontade de sorrir e já caindo todos nas gargalhadas, rá rá rá rá rá. Depois de sorrirem até não querer mais a fada tomou iniciativa:

Bem meninos, vocês são muito divertidos, mas todos nós temos muito que ver pela frente e vamos começar a por em prática o que nós conversamos ontem. Como eu disse ontem, vou explicá-los o caminho para o Reino de Chocolate, que não é tão longe assim, como o quanto ele é complicado. É uma grande e difícil aventura, e se vocês quiserem desistir ainda há tempo.

_Agora que eu estou acreditando na senhora, Dona fada, eu não vou desistir nunca, eu estou é muito curioso.

_É isso aí Pedrinho! Lutar sempre! Desistir nunca! Falou Meryenne.

_Pode começar Dona fada, continuou Pedrinho. Mas antes que a fada começasse Pedrinho exclamou:

_Nossa! E nossas mães? Elas vão morrer de preocupação!

_Não se preocupe, menino, elas vão ficar bem. Eu vou cuidar disso!

_Pra começar, não precisa me chamar de dona. Não sou dona sou fada!

Bem. Agora fechem os olhos e quando eu contar até três vocês podem abri-los. E assim fizeram. Quando abriram os olhos já estavam em um lugar e Luzalva estava ao lado deles.

Era um lugar totalmente desconhecido, que há poucos minutos atrás não existia, mas para eles era muito agradável estar ali, pois tinham a sensação de estar finalmente realizando o grande sonho. As grandes expectativas de poder descobrir os segredos dessa exótica aventura deixavam-lhes com uma enorme curiosidade, mas eles não poderiam imaginar os grandes desafios que os esperavam.

Quando Pedrinho abriu os olhos disse: _Não estou vendo nenhum reino de chocolate. Ah! Pedrinho pensa que os sonhos são fáceis, é preciso lutar! Disse a menina.

_Crianças! Chamou a fada. _Olhem aquele caminho à frente. _vocês seguirão por ele, e quando encontrar dois caminhos eixo, pegarão o da direita e logo mais tomarão o caminho da esquerda, e partindo daí darão mais alguns passos e avistarão uma bela árvore, muito alta com uma copa enorme cheias de flores multicoloridas entrelaçadas por todos os galhos. Daí então vocês subirão até encontrar um galho maior, pra poderem se apoiar e num piscar de olhos aparecerá um grande portal de vidro transparente adornado de flores. O portal só abrirá quando vocês disserem estas palavras: “Meu sonho, sonho esperado abra a porta deste reino encantado! e é só entrar que finalmente estarão no tão sonhado Reino de chocolate. E quando quiser voltar é só usar a mesma frase substituindo a palavra esperado por alcançado. E ao falar deverá tocá-lo com a varinha

_Agora, Meryenne, vou te dar esta varinha, mas você não poderá perdê-la nunca, pois ela te trará de volta, e lembre-se de que você precisará usar as palavras certas. Você deve guardá-las em sua mente, porque se esquecê-las será o fim.

_Lembre-se sempre: _Você nunca poderá esquecer essa frase e nem perder a varinha, porque pela lei das fadas do nosso reino, só podemos aparecer uma vez sem o uso da frase e da varinha.

_Mas... se perdermos a varinha?

_Aí Pedrinho! Vocês estarão perdidos para sempre. Nunca poderão voltar para suas casas! Será que isso poderia acontecer?. Ou será que poderia acontecer o pior com eles?! Tudo isso era o que o menino cabeça dura pensava. Muita coisa vai acontecer, mas só saberemos o que se embarcarmos junto com eles nessa aventura. Vamos lá?

_Nossa! mãe! Cadê a fadinha? Ela sumiu!

_Mas também você faz pergunta demais! Resmunga à beça! Ela se cansou! Bem acho que de agora em diante esta tudo por nossa conta. Vamos seguir tudo que ela disse.

Então começaram a andar. Andaram, andaram, mas já estavam um pouco cansados e Pedrinho teve a idéia de se sentarem um pouco pra descansarem, e Meryenne concordou.

_Vamos procurar um lugar para sentarmos um pouco?_ Olha, ali tem uma pedra vou sentar nela. Pedrinho se sentou na pedra e Meryenne se sentou ao chão encostando-se numa árvore ao lado. O lugar estava cheio de folhas secas espalhadas pelo chão que o tornava muito macio. Realmente ela se sentiu muito bem ali.

_ De repente, Pedrinho sentiu-se como se alguma coisa forçasse sua calça para baixo, como que a agarrando, pensou o menino que Meryenne estivesse de brincadeira com ele.

_ Pare com essa brincadeira, ou vai arrancar minhas calças, Meryenne! Tire essa mão daí, você quer me ver andando por aí, só de cueca, pra ficar sorrindo da minha cara?!!

_Ficou maluco Pedrinho! O que está acontecendo com você? Perguntou a menina olhando para o traseiro do garoto. Ah, Pedrinho! É só uma tartaruguinha que agarrou suas calças.

_O que? Uma tartaruga! Aaaaaaaaaaaaaa! Pedrinho deu um pulo pra frente e saiu correndo em círculos gritando socorro! Socorro!

Meryenne, ao ver aquela cena não conseguiu conter o riso e disparou as gargalhadas: rá rá rá rá rá, ki ki ki ki ki cá cá cá! Ela não estava conseguindo dizer nenhuma palavra sem sorrir, dizia tudo pelas metades.

_fi...kkkkkkkkk fique aqui kkkkkk fique quieto! Pare! Eu vou há há há há há! Eu vou te ajudar!

_Pare com essa gritaria e fique quieto, Pedrinho, vai assustar a coitadinha! Gritou a menina já conseguindo falar sem sorrir. Depois de correr tanto no mesmo lugar Pedrinho conseguiu parar.

_Coitadinha, é? Esse bicho cascudo me ataca e você ainda fica lhe defendendo?!

_Calma, Pedrinho, ela é só um bichinho indefeso! Não é, pequena?! A menina acariciou-a passando a mão pelo seu casco e continuou conversando com ela: _O que você quer menina? Esta carente? Quer uma amiguinha? Pois ganhou uma. De agora em diante somos grandes amigas.

_Ah Meryenne! Deixe essa conversa pra depois e tire as patas desse bicho de cima de mim!

_Vamos querida vem aqui, deixe esse menino pra lá, ele está muito nervoso! Vou deixar você aqui. Não posso levá-la comigo, mas prometo que quando voltar passarei aqui pra te levar comigo. Até logo minha linda!

_Ai Meryenne como pode dizer que um bicho desses é lindo! Só você mesma pra dizer um absurdo desse. Meryenne nem prestou atenção no que o menino estava dizendo. Estava com o semblante sorrindo, pois, se lembrava daquelas cenas engraçadas que acontecera há pouco.

_Sabe Pedrinho? Eu estava pensando aqui comigo. Já pensou se tivesse uma câmera naquele momento pra gente filmar aquelas cenas engraçadas, com você com as calças no meio das pernas, com uma tartaruga agarrada nelas? Daria um filme de comédia, não é mesmo?

_Pensa que eu achei engraçado? Disse Pedrinho fazendo careta.

_Eu estou achando tudo muito divertido!

_Divertido você vai achar agora quando perceber que estamos perdidos!

_Perdidos! Perdidos?!

_Isso mesmo! Perdidos! Perdemos o caminho que a fada ensinou pra gente!

_A culpa é sua Pedrinho, que ficou tocando de roda o tempo todo!

_Epa! Culpa minha não! Culpa da tartaruga!

_Ah! Também não importa agora de quem é a culpa! Vamos encontrar uma saída!

E agora? O que eles vão fazer pra encontrar o caminho onde está a entrada para o reino de chocolate? Muitas águas vão rolar! Vamos ver?

Eles começaram a olhar para todos os lados procurando o caminho, mas havia dois caminhos. Qual será o certo? De repente!

_Olha lá! O que é aquilo? Falou Meryenne apontando com o dedo na direção de mais ou menos uns trinta metros de distância.

_Parecem cabanas! E tem muitas delas! Ai minha nossa, e se for uma aldeia de nativos canibais! Os meninos ficaram olhando espantados e nem perceberam uma coisa: Estavam sendo observados.

_Olhe Pedrinho, estou vendo algumas pessoas! Estão vindo em nossa direção. Você tem razão, são nativos e parecem estar furiosos. Vamos, corra, corra! Eles querem nos pegar! Eles começaram a correr, mas foi em vão. No mesmo instante eles estavam rodeados de nativos com flechas apontadas para eles. Sem chance de fugir eles pararam e se abraçaram.

_Socorro! Socorro!

_Pare de chorar, Pedrinho ou vai deixá-los mais nervosos ainda, e alem do mais eles nem mesmo entendem a nossa língua. É melhor a gente ficar calados e pensar no que vamos fazer pra sairmos das mãos desses selvagens.

Enquanto eles pensavam, estão sendo levados para a aldeia, mas Pedrinho não consegue ficar calado sem reclamar.

_Ai Meryenne será que vamos virar comida dessa gente?! Triste fim será o nosso!

Meryenne pela primeira vez sentiu medo, mas, disfarçava o possível pra não deixar seu amigo mais assustado ainda. Enquanto estavam sendo levados, os nativos falavam palavras estranhas e isso a deixava mais nervosa ainda. _”Será que eles estão dizendo que vão nos comer no almoço, ou será que vão nos jogar em um caldeirão fervendo daqueles que eu vi outro dia num filme com Indiana Jones? Um caldeirão enorme todo cheio de cebolas! Ai! Só de pensar em cebolas dá vontade de chorar! Ou será que... Será que vão nos assar num daqueles espetos giratórios que colocam o individuo lá e vai rodando, rodando até assar o coitado! E só de pensar em rodar já fiquei tonta”. Tudo isso pensou Meryenne, enquanto Pedrinho já estava com as calças molhadas de tanto fazer pipi. Ao chegarem lá eles ficaram estupefatos com o que estavam vendo: homens, mulheres e crianças devoravam tachos de carnes. Eles seguravam em suas mãos grandes ossos sendo destroçadas com os dentes aquelas carnes duras e grudadas parecendo estarem cruas. O pior de tudo era ainda a grande fornalha que ardia em brasas vivas, como se estivessem sendo preparadas para assar algum animal recém-caçado.

_Veja, Meryenne a fornalha!! Eles vão nos assar agora!

_Calma! Eu acho que não, não agora que eles já estão fartos. Alguns já estão até deitados em suas redes e de tão exaustos de tanto comer nem perceberam que estamos aqui, exceto aqueles que nos trouxeram.

_Menos mal, só assim podemos ganhar tempo para tentarmos fugir. E temos que fugir rápido, porque se não, vamos ter que matar a fome deles amanhã ou a fome vai nos matar.

_Olha só, aqueles que pegaram a gente também começaram a comer!

_É! Estão comendo feito porcos famintos! E tão mal educados que nem ofereceram seus hóspedes!

_Credo Pedrinho! Você teria coragem? Pode ser carne de gente!

_Não! É doida! Estou brincando, mas, se continuarmos aqui, vamos ser obrigados a comer qualquer coisa, sem mesmo saber o que é! Precisamos agir!

_Qual é melhor? Comermos qualquer coisa ou sermos comido por eles? Indagou a menina. _Bem mas isso não importa agora. o que precisamos é sair daqui.

_Não podemos fazer nada de mãos atadas!

_É, você tem razão! Tive uma ideia, Pedrinho!

_Qual?

_Estamos de mãos atadas, mas os pés continuam livres!

_O que quer dizer, Meryenne?

_Vamos cantar e dançar! Índio gosta de dança! Quem sabe eles podem gostar e soltar as nossas mãos pra que a gente possa dançar melhor pra eles?

_Bem. Mas eu não sei dançar, Meryenne!

_Ah! Pedrinho! Se mexa, faça qualquer coisa, afinal eles não sabem o que é dançar bem! Vamos lá!

As crianças começam a sacudir o esqueleto. Meryenne canta e rebola de todo jeito. Pedrinho a acompanha no ritmo.

Os nativos pararam de queixo caído, prestando atenção com ar de quem estava gostando.

As crianças e as mulheres começaram a imitá-los em tudo, até mesmo cantar música que ninguém entendia, mas tudo parecia uma festa. De repente, os nativos que estavam deitados em suas redes levantaram furiosos falando falando, sabe lá o que. Agarrou-os e os prenderam cada um em um poste de madeira.

_Esta vendo Meryenne! Você com suas ideias, agora é que a coisa ficou pior!

_Tem razão, agora estamos de mãos e pés atados. Desculpe meu amiguinho, eu só estava tentando um jeito de sairmos daqui! Naquele instante chegou um homem velho e bateu no bumbum da menina e disse: Bê manhã!

_O que ele quis dizer com bê manhã, Pedrinho?

_Eu acho que ele quis dizer comer amanhã.

_Então ele disse que vai me comer amanhã!? De jeito nenhum no meu bumbum ninguém tasca! Ah! Eu mato esse rabugento!

As horas se passaram e os meninos já estavam cansados de ficar naquela posição. A noite vinha chegando e tudo parecia normal, com exceção de alguns que ficaram trabalhando o resto do dia buscando lenha onde tudo indicava que estavam fazendo algo que não lhes cheiravam bem.

_Chiii! Lá vêm eles de novo, Meryenne! O que será que eles vão fazer agora? Só espero que venham logo nos tirar daqui, porque já estou cansado de ficar amarrado de mãos pra cima.

_Bzzzzrstzzzrstuvaxatamaha.

_O que foi que o índio disse?

_Ah! Meryenne detesto inglês, você sabe.

_Não é inglês seu bobo! Kkkkkk! É outra língua.

_Socorro! Pra onde estão nos levando!

_Fique quieto! Se você gritar eles podem se irritar! Você esta vendo aquela fornalha?

_Pare de me fazer medo, Meryenne!

_Então pare de dar show! Olhe só: estamos com sorte! Eles vão nos prender ali naquele cercado, como dois porquinhos no chiqueiro.

De fato eles os prenderam ali, de mãos atadas, mas os pés agora estavam livres pelo menos. Eles passam a noite toda pra pensar em como fugir no dia anterior, antes que virassem comidas. O menino tremia todo quando se lembrava da cena que vira umas horas atrás.

A noite caía calma e tranquila e aquele povo conversava como se estivesse em reunião decidindo o destino deles, mas, por sorte nenhum sinal de acender fornalha grande, não pelo menos naquela noite.

Na manhã seguinte, Meryenne vê sair um velho fumando cachimbo, soltando fumaça pra todo lado. A menina ficou espiando o que o velho iria fazer tão cedo ainda. As crianças notaram que ele pegou o cachimbo encostou-se a uma tocha feita de palha e a tocha acendeu e ele a encostou-se à lenha que estava na grande fornalha e virou aquele fogaréu. As crianças teriam tempo até que as brasas ficassem prontas.

_È Meryenne! Ou a gente foge agora, ou vamos virar churrascos!

_Virar churrascos? Nunca! Vamos colocar nossos planos em ação, afinal não passamos a noite inteira pensando em como fugir daqui? Preste atenção! Quando as meninas chegarem pra buscar água na bica a gente...blá,blá,blá... Deixa comigo lá vem uma. Meryenne fez gestos chamando uma menina para perto deles incentivando-a com suas danças. Uma delas se aproximou sorrindo encantada com aquelas crianças e prestando atenção no que dizia Meryenne. Ela falava com gestos o seguinte: “Se você abrir a porta e soltar as nossas mãos eu te dou essa medalhinha” _Você entende?

“Dou-te esta medalhinha”, Meryenne repetiu.

Que sorte! Ela inocentemente entendeu tudo e desatou as amarras da mão de Meryenne, mas... Alguém percebeu que algo de estranho estava acontecendo, no entanto, as crianças foram mais rápidas e saíram correndo sem nem mesmo cumprir o que prometeu à menina nativa. Eles corriam dali, corriam de lá e os nativos atrás.

_Corre! Corre! Meryenne! (ambos seguraram as mão um do outro e pernas pra que te quero) de repente Chibum! Meryenne e Pedrinho caíram dentro de um buraco e por sorte, com isso, os nativos os perderam de vista. Os nativos olharam de um lado para outro e nada, então eles foram embora.

_Você se machucou, Pedrinho? _Não, eu estou bem. Vamos sair já daqui antes que esses malditos voltem.

Então as crianças saíram do buraco e começaram a andar novamente em busca do caminho para o “Reino de Chocolate”. Mas agora, como eles irão encontrar um caminho perdido e desconhecido? Eles não tinham a mínima ideia onde foram parar. Então andaram, andaram sem destino.

_Agora perdemos o caminho de casa, o caminho que a fada indicou para esse tal reino de chocolate, estamos fritos. Resmungou Pedrinho.

_Pare de choradeira, Pedrinho, vamos encontrar uma saída. _Olhe lá! Está vendo aquela árvore bem alta?

_Mas aquela árvore não é a árvore que a fada falou Meryenne!

_Não é mesmo, mas podemos subir nela para ver se avistamos a árvore florida!

_Tem razão, Meryenne, vamos lá!

Então eles foram até a árvore:

_Tem uma coisa: eu não vou subir, tenho medo de altura!

_Pode deixar Pedrinho, eu subo, mas, você vai ter que me ajudar um pouco firmando meu pé.

_Esta bem!

Num instante a menina já se encontrava no topo da árvore e de repente ela grita.

“Olha lá! Estou vendo! Ela está lá”

_Você viu a árvore?

_Vi sim! Meryenne avistou a bela árvore de qual a fada tinha falado: toda revestida de flores multicoloridas que entrelaçavam seus galhos que pareciam cachos de cabelos caindo sobre os ombros de uma mulher.

_Então desça e vamos logo até ela.

_Vamos! Ela está pra lá, totalmente ao contrário da direção em que estávamos indo.

Os meninos andaram mais uns mil metros de distância e já bastante cansados chegaram ao lugar onde em pouco tempo entrariam para o tão sonhado Reino de Chocolate, mas... Ai! Meu pé! Tropecei! –Veja Pedrinho em que eu tropecei ou, aliás, em quem.

_Ah não! Uma tartaruga de novo! Este lugar está infestado de tartarugas!

_Oi meu amor! O que faz aqui? Vou levar você comigo, disse a menina.

_Ah não Meryenne! Não vai me dizer que vai levar este bicho?!

_Não percebe que ela vai nos trazer sorte?

_Não se lembra que foi por causa dela que nós perdemos o caminho?!

Olha, Pedrinho! Muitas vezes as pessoas perdem o caminho, o rumo da vida, mas nem por isso elas tem que parar, pelo contrário, tem mesmo é de retomar onde parou!

_Ah não! Foi por sua culpa! – E vamos parar de discussão e começar a subir antes que apareça alguém para nos atrapalhar. (disse Meryenne já subindo na árvore). Enfim os dois subiram até o lugar onde deveriam se preparar para a entrada no reino, então eles avistaram um lugar muito exótico e maravilhoso, uma bela e exuberante natureza a qual eles nunca viram antes. Lá as cores das flores eram mais vivas, o verde das matas florescia, o céu era límpido e cheio de nuvens brancas que pareciam feitas de algodão, nuvens azuis como pedras preciosas que refletiam com a luz do sol. Era mesmo um sonho real e eles precisavam se beliscar pra ter certeza que não estavam sonhando.

_Nossa é mesmo um lugar muito exótico. Não parece real parece desenho. (falou Pedrinho boquiaberto, quase babando, olhando aquele cenário espetacular).

Meryenne também estava pasma de boca aberta sem saber o que dizer. Nunca tinha visto coisa igual.

Nossa! Me lembrei de uma coisa:

_O que foi menina? Perguntou Pedrinho

_É que minha mãe tem um livro preto chamado bíblia. Lá conta uma história de um belo jardim que Deus criou um dia para que todos os seres viventes da terra vivessem nele. Lá diz que ele é muito bonito, mas quando ele foi tirado do homem por causa do pecado, Deus o reservou para ele, para que um dia fosse restaurado e todos pudessem voltar a morar nele!

_Será esse o jardim? Não acho que não! Ainda não!

_ Meryenne para de ficar pensando e vamos logo entrar. Disse o menino já colocando o pé.

_Calma não se lembra do que a fada disse? Que a porta é de vidro transparente e que é preciso usar a frase... Como é mesmo a frase? (A menina pensou)

_Ah é assim... Se prepare que vamos entrar! Vamos... ”meu sonho, meu sonho esperado abra a porta desse mundo encantado”. Mas algo de estranho aconteceu... Porque será que a porta não abriu?

_Wê, o que aconteceu? Disse a menina preocupada.

_Eu te falei Meryenne, que era bom demais pra ser verdade!

_Espere deve haver uma solução! Meryenne pensou, pensou... Coçou a cabeça e nada. Ela estava cometendo algo que atrapalhava a entrada deles no reino. Então depois de algum tempo...

_Já sei o que está acontecendo! Disse a menina já descendo da árvore.

_Espere aí, aonde você vai, menina?

_Fique quieto, não desça, já volto. De repente:

_Olha, lá, Meryenne, olha lá. _Socorro eles estão vindo, corre, corre! Os canibais! Suba logo! (a menina subiu desesperada escorregando de um lado e de outro, e os canibais não desistiram e também começaram a subir.

As crianças entram finalmente no Reino de Chocolate

_Vamos agora fale a frase!

Agora sei o que estava acontecendo, mas isso não importa mais. Segure em minha mão.

“Meu sonho, meu sonho esperado, abra a porta desse mundo encantado” (pela segunda e última vez eles declamam essa frase já que a primeira vez não deu em nada, porque a menina levava em sua mão a tartaruguinha que encontrara no caminho e não era permitida a entrada de nenhum animal de outro mundo naquele reino encantado. Quando eles acabaram de dizer a frase, o portal se abriu ao meio e finalmente e inacreditavelmente eles já se encontravam dentro de uma realidade tão sonhada e os canibais ficaram estupefatos quando eles desapareceram e perceberam que as flores da árvore também desapareceram. Os canibais ficaram pensando que aquelas crianças eram deuses.

_Veja que linda essa flor! Olha ali tem um rio! Olha aquelas árvores tão altas! Olha já avistamos um castelo após o rio! (a menina estava de boca aberta. Seus olhos não via mais nada, seus ouvidos não ouviam mais nada que não tinha a ver com aquele cenário. De repente a menina saiu saltitante e se pôs a cantar de tanto alegria: “Era uma vez um lugarzinho no meio do nada, com sabor de chocolate, cheiro de terra molhada”...

_Meryenne, Meryenne você não percebeu que o portal se fechou? Não está sentindo frio?!

_Sim, claro, estou. (ela respondeu sem mesmo perceber o que estava falando)

_Meryenne acorda! (gritou Pedrinho sacudindo a menina pelo braço)

_Como vamos voltar, o portal se fechou! Eu estou com muito frio e com fome

_Calma! Acabamos de chegar. Quando chegarmos ao castelo, podemos pedir

algumas roupas e também comida. (O sol era brilhante e seus raios era como se fosse sempre manhã, os passarinhos cantavam parecendo estarem agradecidos por mais um dia, as árvores balançavam como se estivessem sorrindo com o leve toque de uma brisa que acariciavam suas folhas, as flores desabrochando como sorriso de uma criança, as borboletas de todas as cores voavam de flor em flor. Talvez lá fosse mesmo uma eterna manhã, um eterno começo de um tempo sem fim, pois era tudo isso que aquele lugar deixava transparecer.

_Você reclama e chora demais, nem parece homem, Pedrinho!

_Você que parece feita de pedra, depois as pessoas ainda dizem que mulher é um

bicho sensível, eu heim!

_Vamos ande rápido Pedrinho, venha! Veja, ali tem um pé de maçã. (naquele instante Meryenne ouve um grito de socorro, então ela olhou pra trás e lá estava o Pedrinho encima de uma árvore)

_socorro, Meryenne!

_O que está acontecendo?

_Tem um bicho aí em baixo!

_Ah larga de ser frouxo, menino! È apenas um gato selvagem! –vamos desça já daí.

_Ai ai estou muito cansado, falou Pedrinho com boca aberta.

_Olá crianças!

_Quem foi que disse olá, Meryenne?

_Fui eu! Falou uma senhora simpática de certa idade já avançada, de cabelos

brancos, que surgiu de repente detrás de umas árvores.

_Mas quem é a senhora?

_Mas quem são vocês? Ah, mas isso não importa! _precisam de ajuda?

_Precisamos sim. De roupas quentes e comida. Respondeu o menino.

_Venham me sigam! (eles seguiram aquela senhora até a casa dela, e ela lhes deu comida e casacos para se aquecerem. (A casa era feita de pau com cobertura de cipó e muito aconchegante apesar da simplicidade. Logo eles se despedem:

_Até mais, foi um prazer conhecer a senhora.

_Igualmente crianças, foi um prazer ajudar vocês. Vão em paz.

As crianças andaram um pouco mais e chegaram à ponte que atravessava o rio que Meryenne chamou de rio de água de cristal, pelas suas águas cristalinas e

transparentes como vidro.

_Sabe que apesar de aquela senhora ser muito amável, achei um pouco estranha e cheia de mistérios, Pedrinho!

_O que achou?

_Bem, ela não questionou nada sobre nós e só nos ofereceu ajuda. Era como se já soubesse de alguma coisa.

_Ah! Isso é porque já é uma senhora idosa!

Depois de andarem um determinado tempo observando aquelas exuberantes paisagens exóticas eles já estão chegando ao grande castelo de chocolate que fica no meio da cidade, mas antes eles param perplexos para conhecer canto a canto das praças que adornam aquele lugar espetaculoso, e por incrível que pareça, Pedrinho fica um bom tempo sem reclamar, só observando quase babando por algo que ele jamais acreditaria ver antes. Durante esse tempo eles nem percebem que estão sendo observados em cada lugar que passa.

-Nossa Pedrinho! A praça é toda de chocolate colorido! Já estou com água na boca! A estátua! Que delícia!

Veja! Os canteiros também! Até os bancos! Humm!

_ Cuidado! Você está destruindo a praça! Tem alguém nos observando!...

_Espere aí, só mais um pouquinho! (Meryenne se fartou de comer chocolate. Acho

que nunca tinha comido tanto chocolate em toda sua vida.

_Ei, vocês, parados aí! (um homem se aproxima deles. Uma espécie de um guarda ou jardineiro)

Quem são vocês? De onde vieram?

_Somos do planeta terra.

_Tá me gozando è?

_Você também deve ser de lá, você fala a minha língua. Respondeu Meryenne para o homem.

_O rei não vai gostar nada disso! Olha o que vocês fizeram! Destruíram partes da

nossa praça! (o homem chamou outro companheiro seu e falando baixo deu-lhe algumas ordens e este imediatamente saiu) enquanto ele levava as crianças. E nesse momento as pessoas se ajuntaram ainda mais com olhos fitos neles, parecendo estar se perguntando alguma coisa ou com medo de algo. Em poucos instantes aquele lugar calmo e tranquilo pareciam dar lugar ao alvoroço e desinquietamento. As pessoas não pareciam más. Não tinham nenhuma atitude de o serem, exceto o homem que os repreenderam e tinha em seus rostos um ar de curiosidade e inocência. E nisso as crianças seguem até o castelo do rei levados pelo tal homem.

_Vamos andando, crianças, rápido, o rei Petras espera por vocês.

_Viu Meryenne, a culpa é toda sua. Quem mandou você comer a praça deles! Até o banco você comeu a perna dele, a estátua.

_Calma, meu querido!

_Calma?! Você me pede pra ter calma. Sabe o que um rei pode fazer com as

pessoas que lhes fazem mal?! Ou você nunca leu historias sobre reis. Eles prendiam as pessoas depois as colocava num negócio lá e cortava a cabeça.

_Não fique com medo, nada de mal vai nos acontecer. _Você acha que num lugar

tão bonito desse, em meio a uma natureza tão original pode existir pessoas tão más? Além do mais, essas pessoas daqui não têm cara de serem assim.

_Ei, parem de cochichar e andem logo!

Eles continuaram seguindo o homem, enquanto eram observados pelas pessoas do reino e logo já estavam adentrando no castelo, subindo uma longa escada. As crianças entram e o olhar da menina era de grande perplexidade e admiração, ela olhava para todos os lados observando as colunas os móveis e tudo que era de chocolate no castelo e pensava consigo mesma. “Será que esse povo não gosta de chocolate ou será que já enjoaram de comer e como podem manter um lugar assim?”

_E agora, Meryenne como está se sentido ao realizar seu sonho maluco? Pedrinho

falou bem baixo no ouvido da menina. (ambos são interrompidos).

_Entrem por aquela porta. O rei está à espera de vocês. (Pedrinho quando ouviu isto começou a tremer as pernas. Por pouco não fez pipi nas calças, pedindo aquele homem que lhe mostrasse o banheiro antes de se apresentar perante o rei).

_Porque estavam demorando tanto para entrar?

_O menino precisou ir ao banheiro, majestade!

Em seguida eles entram, mas ficam embaraçados e atrapalhados, pois nunca tinha visto um rei antes. Pedrinho esbarra nos móveis. Meryenne passa na frente de Pedrinho e cai. Ambos não sabem se se curvam perante ele ou se cumprimenta com a mão. O rei faz menção de sorrir, mas se contém.

_Desculpe, majestade! É que nunca ficamos diante de um rei antes.

Deixemos as cerimônias, elas não existem aqui em nosso reino. Somos todos iguais com apenas designações diferentes. Sou um rei, mas também sou um servo, sou seguido, mas também sigo, mas isso não vem ao caso agora, quero saber quem são vocês e de onde vieram e com que finalidade estão aqui, porque ninguém jamais penetrou em nosso reino. A chegada de vocês me implica muito. Não é porque são crianças é que tenho que deixar vocês vagando por aí destruindo nossa praça sem saber nada sobre vocês!

_Meu nome é Meryenne!

_O meu é Pedrinho.

Bem, o nome de vocês pouco me importa! _ De onde vieram?

_Viemos de um lugar chamado Terra.

_Como?! Do planeta Terra! (O rei ficou espantado e extremamente preocupado).

Como? Como entraram aqui?

_Entramos por um portal de vidro contornado de flores que existe após o rio.

(respondeu Pedrinho mostrando a direção por onde entraram.).

_Mas como? Aqui não existe nenhum portal assim.

_Estão brincando comigo?

_Não! É verdade o que ele está dizendo. Uma fada nos ensinou o caminho. Ela

também nos deu uma varinha para quando quisermos ir embora de volta para nossa terra.

_Pedrinho, pegue a varinha que está na mochila e mostre ao rei.

_Chiii! A varinha não está aqui. Como vamos acionar a fada? Perdemos o único

meio de voltarmos pra casa, disse o menino com olhar tristonho.

-Fique tranquilo, porque vamos achar um meio de voltarmos pra casa.

_Vocês estão me insultando. Estão subestimando minha inteligência com esse

negócio de fada, de varinha. Essas coisas não existem!

_De onde nós viemos ninguém acredita em reino de chocolate, majestade. Só eu que sempre acreditei. E o que é isso aqui? Um reino de chocolate existe do mesmo jeito que uma fada, respondeu a menina.

_Então irão me provar se esse absurdo é verdade. Soldado, leve estas crianças para que mostrem onde está o portal de que tanto falam!

Então eles foram até o local:

_Foi aqui!

_Mas cadê o portal? Perguntou o homem.

_Bem, ele estava aqui, mas desapareceu! Respondeu Pedrinho. _Como iremos

voltar pra casa, Meryenne? Nossas mães já devem estar preocupadas.

_Não vai começar a chorar agora, Pedrinho!

_È isso mesmo, pare de ser mole, menino! Vou levá-las de volta ao rei.

Em poucos instantes:

_E então soldado?

_Nada, majestade.

_Eu já sabia.

_Eu sabia que essas crianças estavam mentindo!

_Está vendo? Ninguém acredita na gente. (cochichou o menino).

_Soldado, levem-nas e prendam. ( o tal soldado as levaram e prenderam em uma cela dentro do castelo. Cela que ninguém havia usado antes, até o momento propício. A cela, bem como todo o castelo era toda feita de chocolate bem resistente.

Enquanto isso, o rei está pensativo:

_Majestade, eles podem estar falando a verdade, ou então como vieram parar aqui?

_Isso é o que me preocupa, porque existe um segredo que abre as portas desse reino para entrada de outros seres de outro lugar, mas nem nós mesmos sabemos a chave desse segredo. E se eles sabem os adultos também sabem e logo estarão aqui e vão entrar e destruir todo nosso reino, poluirão nossos rios e a natureza será totalmente destruída e nosso povo morrerá. Lá, eles fazem negócios sujos, o chocolate é usado como alimento, eles caçam e comem animais de toda espécie. Eles se matam uns aos outros por nada. Destroem a natureza por amor ao dinheiro.

_Como sabe de toda essa história, majestade?

_ O conselheiro, o sábio, me falou de um tal livro que conta a história de como é esse planeta terra. Nossos antepassados vieram de lá. Toda a história de um modo geral está nesse livro e isso é tudo que eu sei.

\_E onde está esse livro, majestade? Como ninguém soube dessa história antes e porque só agora?

_Porque certamente agora é o momento de encontrarmos esse livro e sabermos mais sobre ele e desvendarmos esse mistério ou então nosso reino está condenado à invasão terráquea.

_Mas, e se o livro não contar o segredo dá na mesma. Como vamos nos precaver? Como vamos proteger a entrada para o reino se não sabemos onde ela é? Disse um dos guardas.

_Não sabemos se adiantará encontrar o livro, mas mesmo assim precisamos achá-lo e já tenho uma ideia. Vamos procurar o sábio do reino. Não é com ele que aprendemos tudo? Ele terá as respostas.

O sábio do reino era uma pessoa que tinha grande sabedoria e desempenhava um papel de suma importância em todo reino. Seu nome era Péricles. Péricles era muito respeitado e amado por todos dali por sua compreensão, seu amor, carinho e dedicação pelo povo. Ele era médico, professor e conselheiro de todos e até mesmo do próprio rei.

ENQUANTO ISSO :

O soldado levou as crianças para cela e prenderam-nas.

_E agora o que vamos fazer Meryenne, nunca mais vamos sair daquí!?

_Ah! Vamos sim, porque eu tive uma ideia!

_Não sei porque, mas o fato de você ter uma ideia, sempre me assusta. _mas diz aí, qual é essa ideia.

¬_Já está resolvido, a cela não é de chocolate?!

_Não vai me dizer que...

_Que vou comer a cela? Vamos sim.

_Como vamos, você sabe que não gosto de chocolate.

_Ah, mas agora você vai ter que aprender a gostar, porque é por uma causa nobre!_ Ande, agora vamos, comece a comer.

(Meryenne começou a devorar a cela como se nunca tivesse comido chocolate na vida e Pedrinho se esforçava de toda maneira pra comer um pouquinho, mas ele não precisou comer muito, porque em pouco tempo já havia um enorme buraco que dava o suficiente para eles passarem, mas eu acho que a ideia de comer tanto chocolate não deu nada certo, porque de repente...

Ai! Ai! Ai! Estou passando mal, minha barriga está doendo, reclamou Meryenne. Ai! Ai! Preciso achar um banheiro, socorro! Reclamou a menina já saindo correndo tentando achar um banheiro e foi aquele alvoroço que acabou chamando atenção do guarda que veio correndo pra saber o que estava acontecendo...

-O que está acontecendo aqui? Perguntou ele. _ Oh! vocês destruíram a cela! _onde está a menina?

_Não...não sei seu... seu guarda...ela foi procurar um banheiro...foi por ali...disse Pedrinho meio assustado.

(o guarda saiu correndo pra procurá-la, mas não precisou ir longe e já deu de cara com a menina correndo de volta porque ainda não tinha achado o banheiro. Os dois deram uma topada que quase caíram no chão.

_Calma, calma menina o banheiro está ali na cela mesmo. (pois é, eu acho que Meryenne nunca mais vai querer ver chocolate na sua frente. Ela entrou correndo no banheiro feito louca e o guarda ficou aguardando até que ela saísse.

_E você?_Me responda porque fizeram isso? (Pedrinho estava se borrando de medo, mas não era por causa do chocolate é porque ele era medroso mesmo.

_Olha, olha não foi ideia minha, foi dela. Meryenne já tinha saído do banheiro.

_Nós queremos ir embora daqui! Nós precisamos ir, nossas mães devem estar preocupadas e nós não fizemos nada de errado! Eu só queria conhecer o reino de chocolate.

_Vocês? irem embora daquí?! Claro que o rei não vai deixar. Ele precisa de vocês aqui, porque, é por causa de vocês que o nosso reino está em perigo.

_Por favor seu guarda, não conte a ele que n´s comemos a cela!!

_Não, não posso fazer isso, porque aqui no reino de chocolate não existe segredo entre as pessoas, tenho que contar ao rei que aconteceu.

_Olha vocês não precisam ter medo porque apesar do que fizeram, o rei não vai lhes fazer mal, porque aqui é um lugar de paz.

_Então porque ele não nos deixa ir?

_Porque?...

_Ora, porque vocês...porque vocês sem querer plantaram o medo em nosso reino e agora o rei precisa através de vocês descobrir como entraram aqui, mas vocês não querem colaborar dizendo a verdade.

_Nós já dissemos, disse a menina.

_Olha o que vocês disseram a respeito do portal, não tem razão de ser, ou seja não encontramos nenhum sinal dele.

_Agora vamos até o rei. _Andem!

Então eles foram até a presença do rei.

_Majestade!

_Sim?!

_Encontrei as crianças destruindo a cela, ou melhor encontrei-as comendo a cela.

_Eu deveria ter imaginado isso, lógico! _ Como poderia acontecer o contrário!

_Olha, majestade, não foi minha culpa, foi ela que me pediu para que eu comesse a cela para a gente poder sair de lá e olha que eu nem gosto de chocolate. Disse Pedrinho. O rei não resistiu ao ouvir aquilo e sorriu disfarçadamente.

_E você menina o que diz? _O que aconteceu porque está tão pálida?

_Dor de barriga, majestade. _Ela comeu tanto chocolate que...O silêncio pairou no ar e todos se olharam com vontade de sorrir, mas novamente disfarçaram.

_Oficial, mande preparar o jantar porque hoje as crianças vão jantar com a gente e por hora leve-as daqui e prendam-nas no aposento de hóspede e não tirem os olhos delas, porque amanhã de manhã vou anunciar uma grande assembléia com todos os súditos e moradores do reino para que todos fiquem a par do que está acontecendo com nosso reino e em especial quero a presença dessas crianças. Falou o rei bem baixinho.

_Vossa majestade vai intimidá-las na presença de todos para que se entreguem?

_Sim, também, mas vejo que há algo de estranho que não consigo compreender, porque mesmo depois de ficarem presas elas insistem em esconder a verdade, se é que o que estão falando não é mesmo a verdade. _Mas se estão certas que mistério há que não consigo entender?! O rei ficou pensativo.

_Agora, vá levem-nas e faça o que pedi.

Enquanto isso em algum lugar:

_Bom dia vovô!

_Bom dia Kaila! Como foi na escola, minha querida?

_Ótimo! Mas está acontecendo algo estranho em nosso reino vovô e confesso que fiquei preocupada com o que vi!

_Mas o que há de errado, minha neta?

_Vi que o oficial do rei Petras conduzia ao seu lado duas crianças desconhecidas e as levava ao castelo. O povo todo parou para vê-las!

_Isso é muito sério!_Vejamos o que acontecerá amanhã!

_Segundo os comentários essas crianças estavam destruindo as praças! Elas comiam os nossos bancos de chocolates. Estranho!

_Preciso ver o rei! Fique aí que eu vou até lá ver o que está acontecendo.

No castelo:

_Vossa majestade, o jantar está servido.

_Muito bem! Chame as crianças e levem-nas para a sala de jantar.

O oficial foi até as crianças e as trouxeram para jantar com o rei.

_Sentem-se para o jantar, crianças! Disse o oficial

Meryenne parecia não ouvir nada, porque estava de boca aberta olhando e admirando aquela mesa repleta de iguarias que ela nunca vira em sua vida. Outra coisa chamou mais ainda sua atenção: não havia nenhuma espécie de comida do reino animal. Toda a comida era vegetariana, isto porque naquele reino ninguém matava animais para comer. A vida ali era sagrada em todas as espécies vivas envolvendo a natureza de um modo geral, por isso, aquela mesa era tão colorida e apetitosa. As surpresas ali eram constantes para aquelas crianças. Tudo era completamente diferente do mundo em que elas viviam. Tudo era perfeito e o ar ali era de uma terna paz.

Pedrinho também não pode conter sua admiração e olhava como todos ali eram unidos: Os cozinheiros, os oficiais e toda espécie de empregado do castelo, se é que pode dizer empregados, tomavam suas refeições ao lado do rei. O rei era respeitado mas também respeitava a todos sem distinção. Pedrinho observa tudo, quando naquele momento, entrou um senhor muito distinto e ele continuou a observar. Ficou surpreso com a maneira que ele e o rei se cumprimentaram, era de respeito mútuo e muita consideração. O tal homem cumprimenta a todos e também se senta para participar da refeição.

Quem seria aquele senhor é o que pensaram as crianças. Mas logo a curiosidade deles foi desfeita.

_Essas crianças lindas que vê conselheiro, são nosso ilustres visitantes.

_Crianças podem se sentarem, fiquem a vontade! Disse o rei.

_Mas de onde vocês são, meus queridos?!

_Conselheiro, essa é uma história que eu mesmo pretendo contar ao senhor assim que terminarmos nosso jantar.

_Me parece preocupado, majestade?!

_Eu não poderia enganar um conselheiro, não é mesmo?

“Pela primeira vez na vida eu senti um medo que nunca tinha sentido antes, mas tenho que me conter para não deixar transparecer ao nosso povo que corremos um sério risco, aliás um rei não pode demonstrar fraqueza em meio a guerra” Falou o rei com voz baixa para que as crianças não pudessem ouvir.

_”Falando assim, me preocupa muito também, mas vamos terminar nossas refeições para tratarmos desse assunto”!

Enquanto isso na casa do avô de Mayca:

“Tenho que fazer um trabalho escolar, vou dar uma olhada nos livros do vovô pra ver se encontro alguma coisa para minha pesquisa” pensou Mayca.

Veja só, o tamanho desse livro e parece bem velho, deixa ver. Tenho certeza que vou encontrar algo muito importante para minha pesquisa. Vamos ver o que diz:

“Reino de Chocolate” História e origem

Nossa! Isso é interessante! È a história do nosso reino!

Tudo começou quando um grupo de amigos...(Mayca leu tudo que interessava a ela naquele livro.

Como é importante a história da nossa origem! Porque o vovô nunca nos contou sobre nossos antepassados!

Mas, e esse segredo para entrada do nosso reino? O mistério deveria ser desvendado aqui mesmo, mas não encontrei nada até agora.

Olha só! Aqui diz que esse segredo poderá ser quebrado e uma vez quebrado o reino de chocolate estará em perigo porque alguém tem a chave da entrada. Mas quem será que tem a chave? Pensou Mayca. O que vou fazer agora? Porque o vovô não contou ao povo sobre essa história? Ah! Ele deve ter um bom motivo. Vou aguardá-lo aqui pra ter uma conversa com ele.

Pensando bem, tive uma ideia: Essa história me caiu como uma luva vou usa-la para minha matéria como pesquisa, depois peço aos meus colegas pra não contarem nada pro vovô e vou levar a maior nota com certeza. Depois coloco o livro de volta no baú.

Novamente no palácio do rei:

_Conselheiro, vamos até meus aposentos pra conversarmos!

_Então majestade, posso saber agora o motivo de tanta aflição?

_Sabe as crianças que viste no jantar?

_Um grande mal está por vir! Disse o rei.

_Vamos conte-me, majestade!

_Essas crianças vieram de outro mundo de outra dimensão e dizem que entrou por um tal portal de flores! E sabe o que significa isso conselheiro? O conselheiro ficou pensativo.

_significa que os povos do outro mundo podem invadir nosso reino! E nós e nosso povo estamos perdidos! _Sei que essas crianças não nos podem fazer mal, mas penso que por elas podemos chegar a compreender o que está acontecendo. E se pelo mesmo lugar que elas entraram entrarem também os adultos? Já imaginou?

_O senhor sabe do que eles são capazes de fazer com um paraíso como nosso! Com o nosso reino de chocolate! –Conselheiro, conselheiro! Chamou o rei. O senhor parece estar em outro mundo!

_Nossa! O livro!

_O que tem o livro?

_Não se lembra que temos um livro que fala da história dos nossos antepassados?

_Sim, mas o livro não diz nada a respeito da entrada do reino, ou seja, de quem tem a chave ou de alguém que guarda essa entrada!

_Bem. E verdade, não tem. O que vamos fazer então majestade?

_A única maneira é manter as crianças aqui e pressioná-las pra que digam a verdade!

_E se elas tiverem dizendo a verdade? E se realmente elas entraram por esse portal de flores?

_Como conselheiro? _Eu mandei que averiguasse se existe mesmo esse tal portal e foi constatado que não existe nada semelhante aqui no reino de chocolate.

_Mas vossa majestade sabe como começou a história dos nossos antepassados e de como vieram para cá! (O rei ficou pensativo).

_Mas nada comprova que eles chegaram aqui da mesma forma, querido conselheiro!

_Sabe majestade? Eu acho que eles não sabem mesmo, pode ser que entraram aqui por acaso, mas eles devem dar pelo menos uma pista que nos leve a desvendar esse segredo!

_Mas há uma única pista não nos serviu de nada e tem mais, não podemos mantê-los aqui, acho que seria mais perigoso, pois poderão vir atrás deles e aí é o fim.

_Ainda assim essa é a melhor opção, pois se os mandarmos de volta poderemos perder nossa única chance de desvendarmos esse mistério e talvez se eles fossem mesmo embora, poderiam voltar trazendo com eles os adultos ambiciosos por nosso chocolate!

_Você tem razão, por isso te tenho como conselheiro. Você é uma pessoa muito sábia!

_Nós somos sábios, majestade! Somos duas mentes pensando no melhor para nosso povo para continuarmos a viver em paz nesse paraíso.

_Agora não sei como vamos prendê-los, pois poderiam destruir novamente a cela ou até mesmo meu castelo!

_Eles precisam ser vigiados vinte e quatro horas, majestade!

_Vou pedir aos guardas que os mantenham sob vigia.

_E isso mesmo, meu bom conselheiro!

_Vamos voltar pra sala de jantar!

Na sala de jantar:

_Sobre o que será que eles estão conversando, Meryenne?

_Imagina, sobre quem! Claro que é sobre nós! Ou ainda não lhe caiu a ficha?! Somos manchetes agora meu bem!

_Ai ai ai! O que será que vão fazer com a gente? Eu não quero ficar preso de novo com grades de chocolates! Ou será que vão nos matar? Não, não, preso de novo, acho que não. Eles sabem que se ficarmos presos você come novamente as grades, kkk!

_Depois do que me aconteceu, quero ficar um bom tempo sem comer chocolate!kkk

_Duvido!

_Então, será que vamos mesmo morrer aqui?!

_Não diga bobeira, Pedrinho! Dá pra perceber que aqui não existem pessoas do mal! No máximo, vamos ficar aqui pra sempre, pois não temos a resposta que eles querem e a gente ficando aqui é uma opção que eles tem pra manter o controle da situação!

_Só existe uma pessoa que poderia nos tirar daqui. Ela sim, tem o segredo que eles querem, mas não acreditam em nada do que dissemos sobre ela.

_Ta falando de quem, Meryenne?

_Claro que é da fada Lusalva, não poderia ser outra!

_Nossa! É mesmo tinha me esquecido! Vamos falar com ela?

_Como, se perdemos a varinha? Esqueceu?

E verdade, mas se a procurarmos?

_Como vamos encontra-la? Ela se perdeu no rio, quando íamos atravessar a ponte! É impossível.

Será que eles vão conseguir achar a varinha e voltar para casa, ou será que vão ter que viver pra sempre naquele reino encantador? Viver ali até que não seria uma má ideia, mas ficar pra sempre longe da família para aquelas crianças, seria morrer!

_Mais nunca vamos voltar pra casa! disse o menino com ar de tristeza.

_Até que seria um sonho viver num paraíso como esse Pedrinho! Mas não quero pensar na hipótese de não voltar a ver minha mãe!

_O que vamos fazer, Meryenne?!

Nisso:

_Olá crianças! Terminaram o jantar? Posso falar com vocês agora? Falou o conselheiro de volta à sala de jantar ao lado de sua majestade, o rei.

As crianças estavam sendo vigiadas pelos guardas de confiança do rei.

_Nos acompanhe até à sala de estar do castelo!

_E agora, vão nos contar a verdade de como chegaram até aqui? Precisamos saber realmente como isso aconteceu porque a vida do nosso povo está em perigo! E aí estão dispostos a colaborar?

_Senhor, nós também estamos em perigo, não sabemos como voltar pra casa. Queremos ver nossas mães!

_Pela mesma porta que entraram também vão voltar um dia, nós só precisamos saber onde está o portal! Não há indícios dele pelo reino.

_Mas já explicamos tudo ao rei, contamos-lhe tudo mas ele se recusa a acreditar! Disse Meryenne ao conselheiro.

_Nos conte tudo novamente, menina!

Então ela contou toda a história de novo.

_É impossível acreditar nessa história de fada!

Estamos mesmo em perigo! Eles não sabem como voltar e logo algumas pessoas poderão vir atrás deles e mesmo se pudessem, outros descobririam o segredo através deles, eles contariam, crianças não guardam segredos! Comentou o conselheiro.

_Não! Ninguém pode entrar aqui! Só quem tem a varinha e souber as palavras que a fada nos ensinou. Disse Meryenne, escutando a conversa deles.

_Se deixassem a gente sair amanhã, poderíamos procurar a varinha, quem sabe ela não ficou esgarranchada em algum arbusto. Comentou Pedrinho.

Eles não deram atenção ao que Pedrinho disse, não acreditam.

_Andem vão para cama, já é noite! Bradou o rei.

Eles seguiram para o quarto de hóspedes, onde iriam dormir sob vigilância.

_Amanhã, Pedrinho o dia vai ser pesado! Estou pensativa com o que eles irão fazer com a gente nessa reunião da qual o rei falou que haverá.

_E certo de que vão nos apresentar à sociedade deles pra que todos saibam quem somos. Estou com medo!

_Deixe de bobeira! Já disse que não irão fazer nada com a gente! Eles querem preparar o povo porque acreditam num possível ataque da nossa gente. _Agora vamos dormir, menino, se aquiete!

_Precisamos convocar uma reunião com todo o povo e deixa-los a par da situação em que se encontra nosso reino. Eles têm o direito de saber das ameaças que estamos sofrendo. Temos que prepara-los para defesa de um possível ataque. Amanhã convocaremos todos que compareçam à sede de reuniões do castelo, disso o rei com ar de preocupação.

_Sim majestade, agora vou pra casa, estou exausto, vou ver se consigo dormir pra me preparar pro dia de amanhã.

_Vá conselheiro, porque eu também preciso descansar se é que vou conseguir pregar os olhos.

Há dois dias atrás, antes do pôr do sol as mulheres e as crianças tinha ido ao rio de águas transparentes, para se lavarem, aquele rio maravilhoso onde Pedrinho e Meryenne perderam a varinha, de repente uma criança diz:

_Olha maninha, o que achei na areia do rio!

_Uma varinha de metal! Isso é coisa sem importância! (disse sua irmãzinha)

_Não é! É muito linda, vou levar pra casa. (Aquela criança levou a varinha para sua casa e não sabia que ela que tinha encontrado um bem precioso que pudesse valer a vida e a paz de muitas pessoas).

E na escola:

-Bom dia queridos alunos. Cumprimentou a professora

_Bem. Hoje é o dia da entrega da pesquisa da história que pedi pra vocês. Estão lembrados?

_Sim professora. Responderam eles.

_Quem vai ser o primeiro a ler a história?

_Eu professora. Disse Mayca.

_Pode começar, Mayca.

Bem. A história que vou contar foi realmente acontecida e quando todos vocês ouvi-la pode ser que criem polêmica a respeito dela, pois ela ainda pode repercutir em nossas vidas e até mudá-las radicalmente.

Todos ficaram bastante curiosos para ouvir a história da colega.

_Quero que fiquem todos em silêncio para que eu possa conta-la e depois vocês podem tirar conclusões.

Tudo aconteceu quando um grupo de amigos...bla bla bla bla bla. Mayca contou toda história e antes de terminar seus colegas já estavam pra se explodirem de tanta vontade de falar. A professora estava pasma e não estava acreditando na aluna. Foi ai que disse:

_Você esta brincando menina! Isso aqui não é brincadeira!

_Não professora! Infelizmente é a mais pura verdade!

Seus colegas começaram a falarem alto:

_Porque seu avô não contou a nós essa história?

_Será que vamos morrer?

_O que vai acontecer com nosso reino?

_O que será da nossa família então?

Calma gente! Calma! Não entrem em pânico! Disse a professora.

_Olha pessoal, o meu avô não disse nada a todos porque ele sabia o que estava fazendo. Vocês sabem que ele é uma pessoa sábia e que quer o bem de todos aqui do reino. Ele sabia que se contasse a vocês ficariam todos assim como estão agora. Estou me arrependendo de ter falado disso! Quero que me prometam uma coisa: Que não vão comentar nada por ai até eu conversar com meu avô ai marco com ele pra vir aqui conversar e explicar-nos tudo sobre essa história. Do que adianta? Não sabemos o segredo! Precisamos ficar calmos! Falou Mayca.

_Então Prometem?

_Sim prometemos. Disseram todos os colegas.

_Vamos esquecer tudo isso por um tempo e voltar às aulas. Vamos comecem com o próximo a apresentar a história. Disse a professora tentando conter a preocupação.

Depois de algum tempo. Todos já tinham apresentado seus trabalhos e já era quase na hora de saírem quando eles ouvem sons pelas ruas do reino:

_Ouçam:

_Estão fazendo anúncios pela rua! Disse a professora.

Todos ficaram em silêncio.

Estão anunciando uma reunião solene com todo o reino em peso hoje ás 16:30 no salão de festa do castelo. Será que tem a ver com as duas crianças que apareceram em nosso reino?

_O que está sabendo que nós não sabemos, mayca? Perguntou a professora.

_O que estou sabendo é que existem duas crianças em nosso reino e ninguém sabe de onde vieram.

_Será que não tem nada a ver com essa história Mayca? Indagou a professora.

_Bem. Também pensei nisso.

_O que esta cochichando com a professora ai Mayca? Perguntou uma colega.

_Nada não, querida! Deixa eu ir ver o que esta acontecendo lá fora. Mas por favor não quero que comentem nada sobre o que acabei de contar a vocês! Tudo será esclarecido no tempo certo. Prometem?

_Claro! Não vamos falar nada!

Mas quando Mayca sai, algumas colegas falam baixinho uma com a outra: “Vamos contar sim, porque não? Não é justo escondermos isso do povo, sempre vivemos em paz!”

Logo logo a notícia se espalhou como fogo em mato seco.

Depois de alguns instantes Mayca encontra seu avô pelas ruas do reino:

_Bom dia vovô! (Mayca o cumprimentou dando lhe um beijo na testa).

_Bom dia minha querida neta! Não percebi quando se levantou hoje!

No instante em que se cumprimentam eles são surpreendidos com um grande alvoroço. As pessoas na rua andavam como formigas enfileiradas em marcha procurando comida. O conselheiro notou que aquela multidão vinha justamente em sua direção. A visão que teve e de seguida um pensamento até antes, era pra ele algo desconhecido. Sentiu pela primeira vez na vida ter fracassado pois sabia que a paz daquele lugar sempre esteve em suas mãos. Percebeu que aquela cena estava ligada à uma grande falha da sua parte, então falou consigo mesmo “Em que falhei? Ou aliás porque falhei?” Mas há muitas coisas que acontece em nossas vidas sem explicação, não por nossas falhas, não por termos errado ou seja é independente de nossas ações, de nossas lutas. Elas simplesmente acontecem ou aliás, elas não acontecem simplesmente, mas por uma razão. E no alto dos acontecimentos aquela era uma situação inevitável mesmo para um sábio conselheiro que tinha como um rei um homem tal qual como ele. Mas quem poderia ter contado sobre o que esta acontecendo? será que alguém ouviu nossa conversa? mas nunca ninguém foi capaz de tal coisa aqui em nosso reino. Pensou o conselheiro.

_O que esta acontecendo por aqui, minha querida? Olha só para essas pessoas! Ele sabia o que estava acontecendo mas, não poderia saber que ficaram informados por causa das atitudes de sua querida neta.

Mayca olhou surpresa! (Mas como surpresa? Aquilo não era uma surpresa pois ela já podia imaginar). Então ela se lembrou de momentos atrás quando contou às suas colegas o que não lhe era permitido. Ao ver aquele cenário de pessoas descontroladas pelas ruas e praças do reino, ela sentiu uma grande culpa em sua consciência, pois agora notava que o paraíso maravilhoso em que todos viviam estava ameaçado de perder a paz que há pouco escapou de suas mãos. O remorso lhe correu a alma, então pensou: Tudo por causa do meu egoísmo! Porque fui ousar destruir os sonhos do nosso povo. As pessoas agora andam frustradas sentindo medo! O que fui fazer? O pior! O que vou fazer agora?

_O que está pensando, minha querida?

_Nada vovô!

_Nossa!...

_O que foi vovô?

_O livro! (seu avô falou surpreso e saiu em direção à sua casa)

_Espere vovô!

Me desculpe vovô!

_Me desculpe porque?

_Eu peguei o livro...(A menina contou ao seu avô porque pegou o livro e disse que estava arrependida. Ele a desculpou e juntos decidiram contar ao rei o motivo do alvoroço da multidão. Ao contar tudo ao rei, eles tomaram a decisão de conter a multidão.

Queridos! Vão para suas casas e logo mais haverá a reunião e tudo será explicado. Vamos encontrar uma solução para o que está acontecendo. Disse o conselheiro ao povo. Então aquela multidão se acalmou e foram para suas casas na esperança que haveria mesmo uma solução para conter o medo que todos sentiam de verem seu reino destruído.

Poucas horas se passaram e já às quinze horas da tarde, o povo já se encontrava reunido na sala de reunião do castelo. Parecia que todas as pessoas do reino se encontrava lá.

Naquela hora, o rei, o conselheiro e todos os oficiais estavam ali diante daquela multidão. Ao ver aquela cena, o rei ficou com os olhos cheios d’agua, pois via em cada semblante um olhar de preocupação, tristeza e pensou: Será o fim do nosso paraíso? O que posso fazer pelo meu povo? Ele não sabia como começar sua fala àquela multidão, como explicar algo tão inexplicável! Mas quem poderia se ocupar desse cargo senão o rei, pensou. Tenho que encontrar coragem, não posso fracassar.

_Atenção meu querido povo do reino de chocolate!

_Queridas mulheres e crianças, queridos homens de bravura e coragem é com muita tristeza no coração que tenho que lhes anunciar a situação em que se encontra nosso reino. Vocês já devem estar mais ou menos a par de tudo que vou lhes dizer nesse momento. Mas antes de tudo quero lhes apresentarem o motivo principal dessa solenidade hoje e principalmente responsáveis por essa tristeza que esta no coração de todos vocês. Todas as pessoas ali levantaram seus olhos espantados para ver o que era.

_Ouviu só Pedrinho?

_Sim, o barulho da multidão de pessoas que nos espera para nos apedrejar. Nós estamos fritos!

_Que nada! Nada de mal vai nos acontecer! O mínimo que pode acontecer é ficarmos aqui para sempre!

_E você acha que tem mal pior que isso? Falou Pedrinho com um olhar muito triste e a menina ao ver seu semblante teve pena.

_Calma, vamos tentar achar a varinha! Quem sabe não podemos achá-la por aí!

_Como? Não podemos sair daqui!

_Eu vou sair sim. E você fica.

Quando chegar o momento certo vou bolar um plano e sair, mas quero que você fica para dar garantia a eles que não vou fugir, então não virão atrás de mim e poderei tentar achar a varinha.

_Oficial, tragam-nas!

_Ohhhhhhhhhh!!!

Todos ficaram espantados por saberem que apenas duas crianças eram o motivo da tristeza de todo o reino.

_Então, meu povo! Essas crianças que vês, são as responsáveis pela desgraça de todos nós, mas não fiquem tão assustados porque vamos fazer o possível pra descobrir se há mais alguém envolvido nessa história.

_Vamos menina, conte a história de como chegaram aqui, falou o rei. Meryenne contou toda a história, novamente, mas agora pra uma grande multidão.

_Ohhhhh!

_Mas que história é essa de varinha?

_Que história é essa de fada?

_O que essa menina está falando? Todos ficavam se perguntando. Naquele instante Meryenne sai correndo, correndo no meio da multidão e o rei grita:

_Não deixe a menina sair, peguem ela. Os guardas saíram correndo atrás da menina, enquanto ela se esquivava no meio da multidão. De repente alguém grita:

_Deixem ela que vou pegá-la. Era Mayca quem falava. Mayca sabia que aquelas crianças eram inocentes, e que elas falavam a verdade de como chegaram ali, e que não sabiam mais como voltar porque perderam a varinha. Mayca leu o grande livro da história do antepassado daquele reino. Ela precisava ajudar aquelas crianças desesperadas e acalmar aquele povo, mas no momento não podia dizer nada porque ficou preocupada com a menina que corria desesperada pra encontrar saída e só restava ter que ir atrás da menina pra ajuda-la.

O rei confiou em Mayca e deixou que ela fosse atrás da menina.

_Espere, menina! Espere! Ambas corriam corriam em direção ao rio e a floresta. corriam de cabelos soltos ao vento que pareciam se emaranharem pelos arbustos ou se misturarem com as folhas que as árvores soltavam suavemente pela leve brisa que balançava o ar naquela tarde.

_Espere! Não tenha medo! Eu quero ajudar você! Sei que fala a verdade! Meryenne ouviu, mas duvidou de Mayca e continuou correndo. Mas de repente se escorrega e cai. Mayca se aproveitou da chance pra ajudá-la a se levantar.

_Vamos, segure em minha mão. Levante, quero ajudar você!

_Como pode me ajudar? Você é um deles!

_Sou sim, mas acredito em vocês.

_Ouvi você dizer a respeito da varinha!

_Você acredita, então?

_Sim, acredito. Tanto que acredito que vou te ajudar a procurá-la.

_Meu avô tem um grande livro que relata toda história do nosso reino e que também há um segredo pra entrar aqui, mas só há uma pessoa que sabe desse segredo, mas que jamais ele seria revelado a qualquer tipo de pessoa, porque quem tem a chave sabe que ele nunca poderia cair em mãos erradas.

_Sim, só há uma pessoa, a fada Luzalva. Esse segredo foi contado a nós, porque ele só poderia ser revelado a crianças inocentes e de bom coração, mas nós não sabemos mais sobre ele porque perdemos a varinha. Com essa varinha é que encontraremos com a fada que nos mostrará o caminho de volta. Ela disse que se a perdêssemos ficaríamos presos aqui pra sempre.

_Então? O que estamos esperando?_ Vamos procurar a varinha! Vamos achá-la e leva-la ao rei e acabar com essa agonia. (Assim as meninas saíram saltitantes em busca da varinha mágica)

-Venha vamos começar a procurar pela ponte e descer rio abaixo, pois foi lá que Pedrinho abriu a mochila pra pegarmos algo pra comer, então acho que ela caiu naquele momento e pode ter sido levada pela água, porque era muito leve. Disse Meryenne.

As meninas andaram, andaram a tarde toda pelo leito do rio, mas nada de encontrar a varinha. Durante àquela procura elas conversaram como duas grandes amigas de muito tempo. Meryenne contou toda sua história para a menina Mayca. Falou de seu grande sonho de conhecer ali. Mayca ficou perplexa com tudo que a menina contou. Mayca também falou de sua vida e da vida de seu povo ali no reino. Meryenne ficava boquiaberta com histórias tão incríveis.

Enquanto elas andavam a tarde inteira, o povo do reino aguardava desesperado com o medo de uma catástrofe acontecer, pois ele não entendia na realidade o que estava acontecendo, com exceção daquilo que estava claro. O povo temia uma invasão e isso tirou a paz que havia ali naquele lugar exótico e perfeito. O ar de tristeza transfigurava o rosto de cada pessoa ali. Nunca houve tamanha tristeza até àqueles dias.

O sol dava lugar às sombras, quando as meninas voltam exaustivas e sem esperança. Haviam percorrido cada canto do rio, mas nada de achar a varinha. Mayca agora chegava cansada e sem solução, chegava com a mão no ombro de Meryenne e ambas cabisbaixa.

Prendam a menina!!! Gritaram o povo em coro.

_Não! Esperem! Ela é inocente! Realmente ela fala a verdade! Como não vamos acreditar nela? Temos outra opção? Afinal nós não conhecemos outros mundos e suas culturas, então a história dessas crianças é verdadeira. E além do mais até agora nada de mal nos aconteceu e elas estão ali com medo, querendo voltar pra casa e não sabem como. Vocês acham que se realmente elas soubessem já não teriam voltado quando tiveram chance? _Enquanto vocês ficam ai parados porque não ajudam a procurarem a varinha? Mayca falou com determinação.

_Ohhhhhhhhh! Nãooooooooo! Que absurdo! Falava a multidão indignada Ninguém queria atender as palavras de Mayca e a ignoravam.

_Atenção meu querido povo! Mayca tem razão! Exclamou o rei. _Vamos dar uma chance a essas crianças.

Nesse instante o avô de Mayca cochicha em seu ouvido:_ “chegou a hora de contar a eles a verdade, vou buscar o grande livro” –“Faz bem vovô”

_ “Vou buscar o livro, majestade” Falou o conselheiro ao rei, de modo que ninguém ouviu.

_Ouçam todos o que tenho a dizer!

_Tenho que revelar um segredo! Aliás eu não, mas o vovô Petrick! Aguardem por ele, ele já esta voltando. Mayca falou em voz alta.

Meryenne já sabia sobre o que Mayca falava porque já havia contado a ela a história do livro. A multidão calou ficando com rostos curiosos e perplexos. Pedrinho não dava sequer uma palavra, mas também estava com um olhar curioso e ainda com um pouco de medo. O rei estava em sua pose de rei, não podendo demonstrar fraqueza ele demonstrava calma.

O avô de Mayca chega e vai abrindo alas até o trono do rei e todos estavam com os olhos fitos nele.

_Vocês estão vendo esse grande livro? (Falou o conselheiro erguendo o livro). Pois é aqui que está o segredo, aqui está a história dos nossos antepassados. Eu só não o revelei a vocês antes porque vocês iriam sofrer, ficariam preocupados talvez para sempre se não houvesse um acontecimento como esse e de nada adiantaria se esse segredo tivesse sido revelado antes, teria sido pior.

Nesse livro diz que nosso reino tem uma porta para outro mundo e que essa porta é guardada por alguém e esse alguém nunca revelará o segredo pra ninguém, porque se os seres do outro mundo entrarem aqui eles irão destruir todo nosso reino, nossas casas, poluirá nossos rios, derrubará nossas matas, nossos pés de chocolates, tudo por uma grande ambição. Lá no reino da menina Meryenne eles usam o chocolate como alimento e custam muito caro. Eles fazem guerra e se matam por qualquer coisa. Já pensaram se eles entrassem aqui?

_Entenderam minha razão?

_Simmmmmmmmmm conselheiro! (Todos responderam em coro)

_E esse segredo só quem tem é a fada Luzalva que nos trouxe aqui.

_A menina está dizendo a verdade! (Disse o conselheiro ao povo). _Ohhhhhhhhhhhhhh! A multidão exclamou.

Naquele instante Meryenne correu ao encontro de seu amigo e o abraçou e juntos choraram de emoção, de alegria e de tristeza ao mesmo tempo. E o reino todo chorou de alívio pelo retorno da paz e de tristeza por aquelas crianças.

A multidão agora estava feliz, pois o medo já não existia mais nos olhares daquele povo, mas um sentimento de piedade e de compaixão pelas crianças. E agora como essas crianças iriam voltar pra casa, já que a varinha havia sumido? O povo ao vê-los tão triste e para comemorar o retorno da paz no reino, resolveu agora fazer uma grande festa.

_Agora vamos parar de choradeira e vamos aos preparativos da festa! (Disse a menina Mayca, entusiasmada).

_Atenção, meus queridos súditos! (Falou o rei ao povo)

_Tenho outra idéia melhor! Vamos montar uma equipe. Uma irá trabalhar nos preparativos da festa e a outra irá em busca da varinha. Só assim ficará completa a felicidade do reino.

_Obá! Eu estou com a parte que irá procurar a varinha (Gritou Pedrinho). O menino já estava alegre, pois estava esperançoso de encontrar a varinha.

_Eu ajudo com os preparativos, gritou Meryenne.

_Eu também (disse Mayca)

Assim, a maior parte das mulheres, lideradas pelas meninas, ficou organizando tudo para a festa e a maioria dos homens liderada por Pedrinho se emaranhou pelos campos do reino numa busca incessante pela varinha. E por incrível que pareça até o próprio rei também fez parte da equipe.

Já era quase noite, quando finalmente a patrulha para com a busca. Eles já estão exaustos, mas ainda não perderam a esperança.

_Paramos por aqui, o sol já esta se pondo, temos que voltar pra casa, porque em breve vai começar a festa. (Disse um dos homens que fazia parte da patrulha).

_É! Acho que tenho que me conformar em viver aqui pra sempre, longe da minha mãe! (exclamou Pedrinho).

_Não fique triste, menino! Se você a perdeu aqui, você há de encontrá-la um dia e aí vai poder voltar. Tenha esperança! Vamos voltar e festejar a esperança e só assim você irá encontrar sua varinha. Agora vamos, bote um sorriso no rosto e fique feliz.

_Você tem razão, cara, vou ficar feliz porque tenho esperança de encontrar a varinha e voltar pra casa. Então vamos lá!

A Festa

É noite e todos estão reunidos para a comemoração. Há uma bela e imensa mesa de alimentos naturais preparada para a festa. A mesa está repleta de iguarias que Meryenne e Pedrinho nunca viram antes. A ornamentação do castelo era espetacular, era toda ela feita de chocolates multicoloridos. Tudo foi organizado como o maior carinho e dedicação. O tempo gasto para aquela ornamentação que mais parecia uma obra de arte foi muito pouco em comparação com a beleza do cenário. Mas tudo aconteceu tão rápido porque todos trabalharam em equipe e trabalharam com alegria. Meryenne ficava olhando e admirando tudo e fazendo uma retrospectiva em seus pensamentos. Um dia atrás ela sonhara com todo aquele resplendor que via agora. Interessante é que ela não queria mais comer tanto chocolate, não depois de ficar sabendo o que ele significava para aquele povo.

Para o povo do Reino de Chocolate tudo é motivo de festa e aquele dia era muito especial mesmo porque eles estão sempre felizes, com exceção de horas atrás. E por tudo que passou e ficou tudo em paz como antes, eles querem agora é sorrir, dançar, e cantar de felicidade. Agora, todos estão felizes pela presença das crianças. Estão desejosos de aprender muito com elas.

_ Olá, Meryenne

_Olá Pedrinho, e aí encontrou a varinha?

_Não! Mas não se preocupe minha amiga, vamos encontrá-la

_Humm! Gostei de ver, é assim que se fala, agora venha, vamos festejar.

E no momento da festa ninguém ficou de fora. O reino todo dançava, inclusive o rei que mais parecia uma criança, aliás, todos dançavam como crianças em brincadeira de roda. Todos queriam dançar com Meryenne e aprender com ela alguns passos diferentes dos deles. E no meio daquela festa toda Pedrinho também se embalava, chegou até mesmo esquecer que estava longe de sua mãe e ainda ousou a dizer ao rei que sua amiga cantava como uma cigarra na primavera e o rei então a convidou para cantar:

_Acabei de ficar sabendo que nossa amiguinha tem uma voz afinada e que canta como cigarra. Todos nós gostaríamos de vê-la cantar, portanto a senhorita está convidada a fazê-lo. Disse o rei.

-Canta! Canta! canta: gritaram todos em coro.

Meryenne não teve outra opção, mesmo porque amava cantar e então começa com uma voz suave uma melodia que toca os corações de todos e tem tudo a ver com aquele espetaculoso lugar exótico:

“Era uma vez um lugarzinho no meio do nada, com sabor de chocolate, cheiro de terra molhada. Era uma vez a riqueza contra a simplicidade uma mostrando pra outra que dava mais felicidade. Pra gente ser feliz tem que cultivar as nossas amizades, os amigos de verdade, pra gente ser feliz tem que mergulhar na própria fantasia, na nossa liberdade. Uma história de amor de aventura e de magia só tem a ver quem já foi criança dia. Era uma vez”...

Mas alguém se emocionou ao ouvir a música e se colocou cabisbaixo num cantinho sozinho a pensar e por instantes rolaram lágrimas, esse alguém era Pedrinho. Mas de repente ele ouve alguém chamar sua atenção.

_Oi! Não fique triste! Por acaso é isso que procura? Falou uma criança entregando algo em suas mãos.

_Não acredito! Pedrinho ficou eufórico e deu um grande abraço na criança e saiu correndo gritando feito louco: Achei, achei! Aqui está ela!

Meryenne e todo povo foram interrompidos com os gritos de alegrinha de Pedrinho.

_Aqui está a varinha!

Viva! Viva! Gritaram todos juntos pulando e dançando e a festa continuou com mais intensidade, até que Meryenne disse:

_Queridos! Conhecer vocês, conhecer o Reino de Chocolate foi o maior sonho que realizei. Aqui aprendi que vale a pena sonhar e que a paz é a melhor coisa que pode existir dentro de nós e que jamais vi algo tão belo assim. Aqui a alegria é contagiante e o sorriso é verdadeiro. Foi mais do que sonhei! É pena não poder ficar mais, pois nossas mães devem estar preocupadas, mas espero poder voltar se puder e agora é a hora de dizer adeus.

Conclusão

Talvez não exista mesmo um reino de chocolate, mas existe sim um lugar de paz e existem pessoas que sonham com ele e esperam realizar o sonho de morar nele. Talvez não existam fadas, mas existe alguém que te guia desde que você nasceu e está disposto a te ajudar.

O Reino de Chocolate ultrapassava os sonhos de Meryenne, pois tudo ali era mais do que ela havia sonhado. E muitas vezes, meus queridos, os sonhos são assim: Mais do que sonhamos! Só não vale esquecer que não podemos parar só na imaginação e que é preciso caminhar e que em meio ao caminho depararemos com obstáculos e é aí é que esta o gosto de sonhar, o de saber que a cada dia conquistamos um pouquinho desse sonho. O sonho de Meryenne chegou ao fim com uma bela realidade, mas vocês acham que ela deixou de sonhar? Não! Ela agora recomeça o mesmo caminho e ela não vai parar! Por isso, amigo, se o seu sonho acabou veja onde você parou, pois, mesmo que esse seja seu último dia de vida ainda existem sonhos pra sonhar, porque o sonho de Deus pra você é maior!

Obrigada!

Abraços!

Jhabés Mesquita

Jhabes Meskita
Enviado por Jhabes Meskita em 16/03/2017
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