Não pode ser.

Não pode ser.

Não importa! Eu não quero. Ok! Talvez a minha vida de solteira nem seja tão maravilhosa assim. Talvez meus amigos não sejam tão incríveis. Talvez eu sinta falta de não precisar dar satisfação e dançar a noite inteira sem parar. Certo?

Já não sei mais respeitar o mosaico de mim mesma. Estão em conflitos os meus pedacinhos. Este meu humor alternante. Ai!

Às vezes, acho minha vida sem dia seguinte entediante. Talvez eu queira mesmo alguém que me faça sentir borboletas no estômago. Ou não. Às vezes, quero noites muito loucas e café quente solitário na manhã seguinte. Ou não. Eu dei férias ao meu coração para se recuperar; ele saiu e eu não sei quando volta. Mas, volta!

As gentilezas da vida são tão sutis. Que engraçado! Uma hora, tenho certeza de que estou pronta, e no primeiro instante em que me pego lembrando do sorriso, percebo que preciso de muito mais que um sorriso lindo.

Preciso voltar. Pra mim. Pra vir de dentro para fora e não de fora para dentro. Preciso estar inteira. Dar-se em pedacinhos para alguém não é interessante. Eu acho.

Não julguem: não tem um caso de amor próprio mal resolvido. Muito pelo contrário.

Apenas aceito o velho clichê: você precisa se amar para amar alguém. Só isso!

Meu coração está batendo. O sangue segue seu fluxo normal. Está tudo no lugar. Estou apenas tentando encontrar coragem para encarar quem eu realmente sou. O coração está novo, em uma bandeja para quem quiser pagar o preço. Meu medo não é o outro. Sou eu.

Que me dou demais. Amo demais. Quero demais. E quando não tenho o demais que me satisfaz, logo, num instante, fico grossa, noutro fria, depois estranha... E, depois de longos anos e falidas experiências, nunca sei se faz parte da minha personalidade ou se sou eu escondendo-me de mim mesma. Não pode ser.

O tempo passou. Eu conheci alguns amores. Enlouqueci e me curei.

O tempo (sempre ele) organiza a vida. O destino se encarrega de trazer as pessoas certas para os momentos certos. Basta ter paciência e sabedoria para reconhecer quando é e quando não, quem é e quem nunca.

Descobri meu valor. Aprendi muitas coisas. Não dou muita atenção ao que falam, quem fala muito vive pouco. Estou mais interessada naqueles que não falam dos outros, e pouco de si.

Aprendi que quem gostar de mim terá de gostar assim. Não preciso que me vejam com outros olhos. Não gosto que me rotulem. Deixe-me ser o que eu quiser!

Sei até aonde posso ir. Fui bem criada.

Não gosto que pessoas sem criatividade na vida interfiram na minha vida.

Eu não gosto quando pessoas de sorriso bonito sorriem para a minha vida. Porque eu... bem... não sei bem... Eu não acredito que isso está acontecendo... Eu me apaixonei por um sorriso.

Não pode ser! Deixa pra lá! Deita aqui... pode ser!

Isabella Padilha
Enviado por Isabella Padilha em 16/08/2017
Código do texto: T6085985
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