Todo o azul do mar...

Olhei para aquele mar tão infinitamente azul, onde naquele horizonte sem fim ele se encontrava com o céu azulando tudo em meu coração... senti a calmaria daquele mar e fui navegando rumo a felicidade...

No início as águas límpidas se mostravam brilhantes e contagiantes para o meu ser já tão sofrido e desgastado com o amor... não havia terra, não havia pássaros e nem paisagens...não haviam pessoas... era apenas o céu, o mar e eu navegando sem rumo procurando onde ancorar...

As placas da praia diziam: Não ultrapasse, não entre, não se iluda com a calmaria e eu não ouvi suas palavras... apenas li... Nadei incessantemente e as águas foram se tornando turvas e sem brilho... as ondas se chocavam com o meu corpo me sugando as forças de lutar... tentei nadar e sair fora, mas a tempestade não deixou... só consegui ficar boiando a deriva daquelas ondas as vezes calmas e as vezes amedrontadoras... estava cercada pelas mesmas águas escuras, sombrias e sufocantes iguais aos motivos que me levaram ali...

Olhava para o céu que continuava azul e silenciosamente pedi aquelas nuvens que formassem algumas imagens das quais eu pudesse me distrair e me envolver com elas enquanto eu ainda sobrevivesse aquele mar de fúria...

Primeiro visualizei uma estrada... uma montanha e um lugar onde eu já havia estado antes e fugido dele por tantas vezes... era um coração imenso e cheio de notas musicais onde eu comecei a formar canções de amor que me lembravam você... Cantei todas que pude e quando minha voz já enfraquecida parou de cantar, meus olhos ainda viam você...

Senti umas mãos me puxarem e me desliguei daquele mar devorador de corações... daquele dia em diante, nunca mais ninguém ouviu falar de mim e eu nunca mais pude ouvir falar de você...