Amor é sempre amor

“Amor é sempre amor”

Capítulo l

12 de junho. Ele pegou o seu celular de última geração e ligou para ela, dizendo que hoje era dia dos namorados e que iriam comemorar a data de uma forma especial. Ela, toda excitada, pegou o carro que ganhou dele há 20 dias e dirigiu-se à "Daslu", onde comprou uma lingerie sensualíssima, um vestido ousado e um par de sandálias com saltos bem altos, que fariam ele chamá-la de “Deusa”. Ainda na "Daslu", pegou seu celular também caríssimo e fez uma ligação para a babá, pedindo para que a mesma ficasse com os meninos à noite, dizendo que pagaria antecipadamente pelas horas-extras. A babá aceitou a proposta.

Às 19 horas ele chegou cansado, mas não o bastante para apagar o fogo de sua paixão. Tomou um banho demorado, colocou seu melhor terno e esperou ela ficar pronta. Foram ao restaurante mais badalado da cidade, onde pediram um prato leve, para não comprometerem o restante da noite. Na sequência, beberam um vinho italiano, (ótima safra); antes de irem para um luxuoso motel, onde ele havia reservado uma suíte duplex master gold plus five stars. Dispensaram a troca de presentes, pois a noite especial por si só já bastava. Sobre a cama redonda, ele acionou o controle remoto e o teto da suíte se abriu, fazendo com que o apaixonado casal se amasse naquele momento, contemplando a luz das estrelas...

Capítulo ll

12 de junho. Ele pegou o seu celular pré-pago e ligou para ela, falando rapidamente, tal qual radialista esportivo, para que os créditos não acabassem antes do assunto. Disse que hoje era dia dos namorados, e que comemorariam a data de uma forma especial. Ela, toda excitada, tomou um ônibus e um metrô até à rua 25 de março, onde comprou uma lingerie sensual, um vestido ousado e um par de sandálias com saltos bem altos, que fariam ele chamá-la de “gostosa”. Ainda no centro da cidade, ela fez uma ligação do seu celular também pré-pago para a mãe, pedindo para que os moleques pudessem dormir na casa da avó. A bondosa senhora aceitou e até agradeceu, sem pedir nada em troca.

Às 21h40 ele chegou cansado, mas não o bastante para apagar o fogo da sua paixão. Tomou um banho demorado, colocou sua melhor calça jeans e camisa, esperando ela ficar pronta. Jantaram na cozinha da própria casa, uma refeição leve, para não comprometerem o restante da noite. Beberam um vinho doce e gostoso lá do Rio Grande do Sul, sem dar a mínima para essa frescura de safra. Dispensaram a troca de presentes, pois a noite especial por si só já bastava. Dirigiram-se ao “puxadinho” ainda destelhado, que estão construindo no fundo da humilde residência. De forma inevitável, o apaixonado casal se amou sobre o colchão colocado ali propositalmente, contemplando a luz das estrelas...

* O Eldoradense