Encontrar a si mesmo?

Passamos uma vida inteira na busca por quem realmente somos. Experienciamos as mais variadas circunstâncias e fatos e acreditamos que tudo vai nos levar a nos encontrarmos realmente. Buscamos em livros, palestras, cursos, faculdades, algo que fale sobre nós mesmos.Nós temos a necessidade de termos informações sobre quem somos a partir de algo externo. Conhecemos pessoas e nelas procuramos algo sobre nós. Durante a vida entramos em inúmeros relacionamentos amorosos procurando essa parte perdida de nós mesmos e quando não nos encontramos no outro acontece o rompimento e partimos para outra pessoa ou situação que possa explicar mais sobre nós mesmos. Participamos de grupos religiosos e as mais variadas seitas procurando algo sobre nós, infelizmente também nos decepcionamos pois lá aonde tínhamos certeza que acharíamos a nós mesmos nada fala sobre o que realmente somos. É como se estivéssemos procurando um “alguém”dentro de nós mesmos. No verdadeiro encontro consigo mesmo descobrimos que não há ninguém lá. Não há nenhum “eu verdadeiro” esperando para ser encontrado porque só o que existe é a total ausência do si mesmo e de qualquer personalidade. Mas agora diferente de se sentir decepcionado você se sente extremamente realizado pois descobre que o que buscava sempre esteve presente e olha o seu “eu”como um mero personagem que vestiu diversas máscaras toda a sua vida e que agora você identifica claramente que nenhuma dessas máscaras é você e que você realmente não existe, você é a existência que colocou todas essas máscaras. Agora você está realizado, você ainda usa "máscaras" porque precisa de um “eu”para se comunicar com o mundo mas está consciente de que você não é a máscara mas é aquilo que está por traz dela, a existência absoluta que se apresenta naquele momento “vestida ou mascarada”de um "eu" qualquer que você já perdeu completamente o interesse pessoal nele. Então o encontro consigo mesmo é o abandono total de si mesmo, das mascaras e múltiplas personalidades que você se apresentou até agora.

Christian Maynard