Doce Transição

Prezada solidão... de todo custo, relutante comunica-lhe esta; o pesar. Julgo não mais apreciar sua companhia. Contudo, outrora convenhamos muitas e pomposas vezes deixei-me levar o sentimento por seu lúgubre encanto. No entanto, sinto-me a fibrilar de emoção por outro sentimento. Ora, tal abstinência a seus efeitos geram em meu ser tortuosa comoção, uma terrível perda sem precedentes, embora certamente a título influente de uma epifania fulgurante e tenaz. O devaneio inspirador e iluminante tomou-me o raciocínio. De maquinação ardilosa e metafórica veio-me saudosa recordação das madrugadas cadentes e auroras ascendentes. Logo cedo, ao limiar do dia, ainda em tom matiz, sentia-me vivo e feliz, pulsando inebriado sobre tua influência. A inspiradora manifestação da vida revelara-me poeticamente.

Porém, lamento dizer que em súbito fora assaltado por um sentimento adverso, embora me caiba com decência, a cerca de questionamento admitir que por ele tenhas alguma afinidade. Descrevo a doce transição com palavras suntuosas a eufóricas, oriundas do meu mais profundo íntimo. Todavia, me oponho a postergar tal decisão, essa postura semovente segregou nossa harmonia, roubando-nos a ávida união.

Adorada solidão... hoje vivemos mundos divergentes, distantes quanto à eternidade. Ironicamente seu atroz por natureza é um sentimento inerente, persuasivo, aspira coagir meu entendimento com sucintos pulsos enigmáticos de felicidade. Em deleite, recobro o passado feérico que mantivemos. Um tom apólogo guiava solenemente nossas madrugadas, uma relação que subjetivamente encanta toda a criatura sucumbida a seu íntimo. Em prelúdio, anuncio nossa terrível e inevitável separação, decisão sumariamente aspirada por uma incontestável emoção. Não obstante, devo-lhe a cortesia do encanto que como cônjuge mantivesse por todos esses anos.

Com amor; Coração!

ArK
Enviado por ArK em 18/08/2017
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