Para Meus Filhos

Filhos queridos,

O homem por sua natureza e desobediência jamais poderia ser eterno.

Isto é certo. É o termo. No erro do passado remoto repousa o pecado, a transgressão. A desobediência. E disso meus filhos, advém ao homem toda a decadência. E como consequência, fomos destinados a morte.

Mas; por sorte o Pai Maior foi clemente. E nos concedeu algo impressionante. Algo tão importante que poucos disso têm consciência. Deu-nos o direito sob a ordem de procriar. É algo assim como tentar a cada nascer de novo através da herança genética passada aos filhos, o brilho, a centelha divina no homem pudesse ser melhor. Foi a forma mais bela que Deus encontrou de eternos nos fazer.

Quando cada um de vocês nasceu para essa vida, senti está garantida a minha memória. Naquele exato momento, por força de seu nascimento, eu entrava para a história. Nenhum mestre, tutor, professor, o é por excelência; se não viver a experiência e antes pai ele não for.

O que mais posso eu dizer. O que poderei falar se não agradecer por vocês existirem, e tão profundamente este homem transformar. Fui herói; fui amigo. Companheiro de vocês ainda menino. Fui vilão. Sim fui saudade, revolta. Fui a falta fui questão. Mas a vida é a vida. Tem no viver seus segredos. No existir os seus medos. E no correr do destino perdi de vocês toda a infância. Não há como o tempo voltar. Não pode o passado ser agora presente. Ah, eu lamento meus filhos, e com certeza vocês sentem.

Já os encontrei homens e mulher. Dois varões e uma varoa. Ah meu Deus, que coisa Boa. E que atoa eu perdi. Perdi mais do devia. Muito mais do que podia. E a culpa disso meus filhos, eu carrego todo dia. Mas hoje, vendo o que cada um de vocês são, minha culpa se acalma, e aquieta meu coração. Vejo que sem fazer nada, cada um de você é parte de mim mesmo, e em muito melhorada.

Sim; os amo muito. E sinto por cada momento que deixei de estar com cada um. Queria que tivesse sido diferente meus filhos. Mas essa foi a nossa experiência. Talvez nem melhor nem pior. Apenas diferente. Quem sabe a providência nos reservou essa parte, essa sorte. Quem sabe minha falta os tenha ainda melhor do que eu lhes preparado, lhes deixado mais fortes. Quem sabe, inconscientemente eu apenas esteja tentando encontrar, construir, inventar, e ao destino culpar por minha irresponsabilidade.

Mas filhos. Me veio o tempo. A consciência, a idade. E com ela a experiência. Talvez demasiada tarde. Mas a tempo de poder isso lhes dizer. Lhes falar que o pai sente muito. E que a culpa e a saudade do tempo de vocês distante também me transformou. Talvez não para melhor, mas o suficiente para ver em cada um de vocês, o melhor de mim, e sem deixar de serem vocês mesmos. Fortes, humanos, inteligentes, sensíveis, íntegros; com caráter, princípios e valores.

Deus os abençoe meu filhos, e a esse velho perdoem.

Com amor, papai.

Farias Israel
Enviado por Farias Israel em 22/07/2017
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