DIARIO DE UMA PAIXAO - CAP. 2

Quando te vi a primeira vez eu nada pensava, a não ser que sua alma parecia aflita, seu sentar era muito inquieto ali no banco. Seu olhar por mais que estive vidrado no que era falado sua alma vagueava. Por onde ela andava não sei, mas deixava rastro. Como costuma dizer as mães, daria um centes pelo pensamento.

Ao termino como normal se ocorre, lá vem a pessoa a passos lentos caminhando pela minha direção. Estranhamente o coração disparou de uma forma desastrosa. Que sentimento é esse que invadiu minha alma tão rapidamente.

Claro que não se pode confiar nas reações de um corpo, mas também não se pode ignorar totalmente. Como falei no cap.I, o coração tem caminhos estranhos. E não demorou muito para que as conversas durassem mais que o necessário. Não demorou para que os encontros fossem tão mais assíduos que começou a chamar mais atenção que o necessário.

O passear pela cidade era com tantas desculpas, um dia era o pão que havia acabado, outro era atrasos.... Mas nunca deixou de existir desculpas esfarrapadas, mas com destino certo.

A princípio não era nada demais. Eram apenas encontros de bate papo. Aqueles dias em que você conversa horas a fio e não vê o tempo passar, aqueles dias em que você encontra a todo tempo possível, mas nada mata a danada da saudade.

Uma saudade estranha que não acaba. Uma vontade de ficar perto, de encostar, apenas de ficar ali observando o outro falar, gesticular e ser apenas companhia.

Um caminho de dez minutos se torna em horas, porque a companhia é tão boa que não vale deixar ir embora rápido.

São feitas tantas defesas em seu favor para justificar ao outro que você é um partido que vale a pena. Parece piada quando ouvido por terceiros. Imagina ver a cena de duas pessoas tentando se conhecer, querendo muito mais impressionar que deixar ser conhecido.

São sempre frases bem construídas, as mãos sempre bem postas para causas boas impressões. Mas nada foge aos meus olhos espertos por um pingo de realidade no meio de tantas colocações espertas. Mas as emoções comandam mais que a mente, afinal de contas alguém consegue me explicar para onde vai a mente da gente quando se está a beira de uma conquista?

Parece que nos tornamos alguém com olhos no coração. Só enxerga o que atrai, seria isso uma figa da mente para que não desista de alguém no primeiro encontro? Porque se conseguíssemos ver quem realmente é a pessoa no primeiro encontro, jamais teríamos o segundo. Imagina alguém sair comigo e de primeira já enxergar minha ansiedade, minha forma confusa de enxergar as coisas sem os óculos, ou minha mania de colocar a mão no bolso quando não sei o que falar. Ou até mesmo que jamais consigo escolher o que comer diante de tanta coisa na vitrine.

Ainda bem que a paixão sempre começa tão avassaladora que nos cega, sem mesmo alguém colocar uma venda nos seus olhos. Ela chega tão de supetão que a pancada te deixa inerte diante do outro. Ali feito bobo. ....

Julio apaixonado
Enviado por Julio apaixonado em 04/07/2017
Código do texto: T6045662
Classificação de conteúdo: seguro