À Vida
 
 
Hoje me encontro aqui cismando com a vida. Há dias assim, em que me pego refletindo e tentando elucidar cada dobra e virada que acontece e quanto isto nos afeta.
Vida nem sempre tão bem vivida, mas sempre desejada, nem sempre tão bem compreendida, mas muito analisada.
Sempre gostei de me autoanalisar, nunca tive receios de fazê-lo e sei que funciono muito bem sozinha, nos meus insights.

Fico pensando o que poderia advir na minha vida se seu tivesse feito escolhas diferentes lá no passado, não sei...nunca saberei, só hipótese de como viveria agora,melhor ou não. Sempre incógnitas.

Nunca tive medo do passado, acho que este, apesar ser tempo ido, foi o que vivi e onde aprendi, consigo olhar para trás e reviver grandes momentos, claro, que também surgem frustrações, mas estas não me afligem agora, já me causaram muitas lágrimas, neste momento não mais.

O tempo é inexorável, é fato, não podemos voltar e assinalar pontos que gostaríamos de alterar seria perigoso demais, caso isto fosse possível, não teríamos uma história, faríamos um arremate a bel prazer o tempo todo, e baseado em nossa frustração infinita, - sim o ser humano é um eterno insatisfeito -, viveríamos o tempo todo a manipular cenas e fases.

Sou uma pessoa refratária por natureza, e esta condição me permite sentir e me sensibilizar com fatos e situações que para muitos são corriqueiras e sem significado. Creio, piamente, que vivemos de acordo com que desejamos, inconscientemente, pois influenciados pela razão e senso lógico, queremos sempre algo bom e proveitoso, mas intrinsecamente, algo nos sabota, é isto mesmo, somos tolhidos por nossos quereres e intensos desejos, que sobrevém de maneiras esquivas e tentam chegar á superfície onde se transformam em situações tais, que por vezes, nos perguntamos como isto pode acontecer comigo? Simples, era algo introjetado e ali ganhando força e num ímpeto de emoção, consegue se sobrepor a realidade e transfigura tal mudança. Nunca acontece por acaso, sempre há avisos, mas nem sempre nos damos conta, ou importância a eles, são apenas vistos com impressões ou intuições.

Sempre observei o reflexo de minhas ações em outras pessoas, e em alguns casos, me enganei, quando não dei crédito à intuição sobre o indivíduo, outras vezes perdi a oportunidade, que se fez recriar em outro tempo de modo similar, mas em outro contexto, de conviver e compartilhar experiências de vida e sentimentos.

Na vida nunca procurei um farol ou um norte, sempre me deixei levar pelas correntezas, assim tentei evitar a frustração de chagar ao farol e me deparar com a inexatidão de vida e de sentido, com a falta de propósito em seguir em frente.

Agora, relendo estas linhas e reavivando as emoções contidas, chego à conclusão, o quão válido foi sonhar e esperar, acreditar e realizar,gritar de alegria ou chorar de tristeza, amar e desejar, pois apesar de todos os percalços, a vida mostra-se adoravelmente bela. 


 
Lia Fátima
Enviado por Lia Fátima em 27/06/2017
Reeditado em 27/09/2018
Código do texto: T6038680
Classificação de conteúdo: seguro