Coisas Que Precisas Saber

Já fingi tantas vezes, tantas coisas, que; aprendi que fingir uma realidade não existente, não a torna real.

Fingi está alegre muitas vezes. E nem por isso senti a menor alegria.

Fingi está bem, e feliz. Mas isso não me fez estar ou me sentir bem; e muito menos feliz.

Fingi está sóbrio, enquanto o álcool e meu comportamento me delatavam.

Fingi não precisar; fingi esquecer; fingi não ligar... Não querer. Mas; tudo isso não passava de frágil artifício de substituição da verdade. Fingir não fez ser real.

Te direi algo que é bem real. E que; nem o mais forte fingir, mudará essa condição.

Eu estou vivo. Bem vivo e bulindo como uma minhoca na areia quente. Posso não ter vida social (isso é uma escolha); posso não estar nas redes sociais (também uma escolha); posso não parecer ou ter a mesma atitude e comportamento dos vivos. Mas sim; eu estou, e ainda vivo.

Portanto, não finja que morri. Isso não mudará o fato de que estou vivo, e ainda incomodo bastante (sei disso).

Quer ignorar a minha existência? Faça-o. Mas deixe-me o saber. E saber por que você mesma mu dirá, e não porque eu a essa conclusão cheguei por achismo.

Quer fingir, fazer de conta que nunca estive em sua vida. Faça-o. Mas isso será e terá o mesmo peso e valor das três primeiras colocações acima. No início desta.

Quer livrar-se definitivamente de minha incômoda, indevida e inoportuna presença não presente? Faça-o. Mas terá de me dizer isso com todas as letras e de forma que não me dê motivos para nenhuma dúvida.

Você pode tanto, que isso talvez a faça acreditar que pode tudo. Mas há coisas que somente eu posso, e coisas que nem mesmo eu posso.

Você pode me esquecer. Mas, não pode me fazer te esquecer.

Você pode fingir que morri. Mas somente eu posso decidir estar morto.

Veja que coisa mais esdrúxula. Posso escolher e decidir morrer. Mas não tenho nenhuma força ou poder para deixar de te amar e te esquecer.

Acredito que se você tivesse (além da vontade) essa força e esse poder, o farias (DO VERBO FAZER – não confundir com qualquer outro nome – qualquer semelhança terá sido mera coincidência) por mim. Que bom para mim, que não podes. E que pena para você, não poder.

O que mesmo te fiz de tão cruel?

Qual o mal irreparável que contra ti cometi?

Do que mesmo sou eu o horrendo e cruel vilão?

Do que sou acusado, julgado, culpado e condenado se não o fato de AMAR sem o saber fazer da maneira certa (ou da maneira que esperavas e desejavas)?

Se o sabias e acreditas saber a fórmula certa, precisa e correta do AMOR e do AMAR, por que não a me ensinastes?

Não fostes capaz disso, mas se acha capaz de; com o teu silêncio me fazer esquecer-te? Acha mesmo que fingir eu estar morto isso me fará um fantasma? Não precisas fingir isso. Eu já o sou. Mas sou um fantasma vivo. Mas nem mesmo toda a tua vontade e desejo me fará estar morto sem na realidade estar. Sinto muito.

Acha que eu também não gostaria de realmente estar morto? Mas sabendo e sentindo a extensão da única coisa que realmente me importa e me faz ainda viver, é tamanha que, temo na morte esquecer. É o que não conseguiram tirar de mim. E nem eu mesmo o fiz.

De tudo que perdi; que de mim tiraram e que eu mesmo de mim tirei; meu AMOR por você foi à única coisa realmente bonita, importante e insubstituível que me restou. A perdi? Não sei. Mas a tenho? Sim, da forma mais estranha, inusitada, inexplicável e inacreditável possível.

Mas... Sinto-a?

Agora! Neste exato momento. Estou tão perto de ti que se eu apenas assobiar ou disser EI! Tu ouvirias. Ver-me; só se eu o quisesse e o deixasse.

Olho-a tão de perto agora que tenho a impressão de que a qualquer momento notarás minha presença.

Eu a tirei de mim. Mas não o meu Amor por ti.

Nada, nem ninguém o poderão fazer. Nem tu o podes, e nem mesmo eu.

Sabe, é engraçado; ir dormir pensando em você; ficar tecendo diálogos imaginários, e assim adormecer. Acordar, e o primeiro pensamento ser em você. Não suportar e despejar tudo isso. Depois sentir-se calmo; aliviado.

Agora terei um dia melhor. E a sensação de que me entendes e de que me perdoas. É um risco eu sei. Mas minha vida toda foi de riscos. Simplesmente sei o que tenho. Seu peso, valor e importância. E, estou tão certo e seguro que isso, nada nem ninguém o poderá me tirar (nem mesmo tu ou eu), que arisco fazer e dizer o que faço e digo.

Agora é tomar o caminho de volta, e em poucas horas estarei tão longe e distante como o desejas que eu esteja. Mas não são alguns poucos quilômetros de distância que me farão estar longe, ou que te colocaram distante de mim.

Agora é andar pelas ruas molhadas e frias desta cidade de fantasmas distantes. E como eles todos, também fingir estar tudo bem. E em cada rosto ver o teu.

Agora é reclinar a cabeça, respirar e rezar para que não leves a sério as minhas palavras (pelo menos não todas). Acreditar que me conheces mais e melhor do que eu mesmo.

Agora... É agora! É tudo que tenho e tudo o que me resta. É esse agora alegre/triste.

Deixo-te agora para ficar com você.

Sem que saibas, sintas ou mesmo percebas.

Elle

PS.

Que os nosso, e os TEUS FILHOS(AS) estejam bem. Amados e seguros.

Dos (nossos) cuido eu. Dos TEUS(AS) cuida você. Que essa Estrelinha brilhe sempre em sua vida (e na minha, pois também a amo muito). E que essa Pequena Grande Alegria se espalhe e contagie a todos (também a mim que a amo).

Que Teo e Sofia...

Bem; que eles sejam (o que sempre foram), e estejam (sempre onde estiveram). No meu e no teu coração, além de no nosso imaginário.

Que TODOS que tu ama estejam bem.

Precisa responder não viu. Continue tentando. E o tempo te provará que não podes me fazer esquecer-te.

(farias Israel - fev/2007 - SP