Carta ao amor que não vai voltar

Que vontade de te procurar, te dizer tudo o que tenho no peito... e é tanto! Quanta falta você faz! Não consigo entender como ainda existe tanto de você em mim.

No fundo, acredito amar um fantasma... uma recordação de alguém que deixou de existir há alguns anos, quando ainda estava do meu lado. Olho para você hoje e não reconheço esse cara, não sei mais quem você é! Você pode trazer aquele cara de volta, por favor? Só um pouco, só por um instante! – at least until tomorrow* – Deixe-me ver ele novamente! Caso contrário... para quem é que eu vou dizer tudo isso que está preso aqui há tanto tempo? Como é que eu vou tirar isso de mim?

Acho que amo a memória de um amor que poderia ter sido perfeito com todas as suas imperfeições. Sempre tive tanto orgulho do relacionamento que construíamos, pois para mim era a materialização de algo que eu imaginava não existir nesse mundo. Era altamente imperfeito, improvável e o mais perto da perfeição que se poderia chegar. Algo muito difícil de “soltar”.

Eu nunca pude me despedir dele. Eu disse adeus para você, mas você já não era mais meu... Eu fui obrigada a deixar ‘ele’ ir: ninguém pediu a minha opinião! Eu tenho certeza de que ele jamais teria me deixado ir embora, mas quando saí, ele não estava mais lá.

Queria olhar nos olhos dele outra vez e pedir que ele olhasse nos meus olhos...

Então vem cá, senta aqui, segura a minha mão. Olhe no fundo dos meus olhos, olhe lá dentro do meu coração. Você me conhece melhor do que ninguém e vice-versa! Não sei o que aconteceu nem como nos perdemos um do outro no meio do caminho, de alguma forma nos acomodamos e esquecemos que o amor precisa ser cultivado todos os dias. Mas eu não vou desistir de você, jamais vou desistir de nós dois... eu cuido de você e você cuida de mim, lembra?! Como sempre foi e é como sempre vai ser. Não se fecha, me deixa te ajudar... deixe-me entrar aí e vamos fazer isso juntos! Vem cá... segura a minha mão e não larga nunca mais! Eu não sei fazer isso sem você, vamos conseguir se tentarmos juntos. Juntos!

O que você precisa? Estou aqui! Por você vou até o fim!

Fica aqui e vamos atravessar esse tempo nebuloso. A tempestade vai passar e vamos transformar isso que temos em algo ainda muito melhor! Eu sei que podemos! E vai ser lindo! Quero poder ficar velhinha do seu lado e contar para os nossos netos como é viver um amor de cinema, ensinar como é possível um relacionamento durar tanto tempo e ainda existir amor. Melhor: existir tanto amor ao longo de todo ele!

Preciso daquele abraço que apazígua todas as minhas guerras internas, resolve todos os problemas, me faz esquecer do mundo. Quero encostar no seu peito e me sentir segura outra vez, saber que estou “em casa”... na nossa casa! Sentir o seu cheiro, a sua pele. Ouvir você sorrindo e contando aquelas histórias que já sei ‘de cor’, mas nunca vou deixar de rir junto. Quero compartilhar todas aquelas coisas que só você vai entender...

E você? Você não tinha o direito de tirá-lo de mim assim. Eu não tive a menor chance! Perdi o que havia de melhor em mim sem ao menos poder tentar. Você poderia ao menos jogar de forma limpa, ser sincero, me contar que não havia nada que eu pudesse fazer para trazê-lo de volta. Ao invés disso, você me manteve ali batalhando sozinha. Destruindo-me aos poucos, vendo-me definhar na sua tortura mental/emocional, deixando-me virar pó... bem na sua frente. Deixando-me acreditar que ainda havia alguma chance sendo que o placar já estava definido.

Você foi covarde. Você desistiu!

E eu?! Não consigo domar esse coração cada dia mais selvagem. Parece que ele não aprende! (risos) Se eu vivi “isso”, que eu acreditei que jamais existiria... agora quero ir além! Quero muito mais! Quero muito melhor!

Tudo bem se não era você a pessoa para trilhar esse caminho comigo. Eu te perdoo. Eu me perdoo. Fizemos o melhor que poderíamos fazer. Você vai sempre fazer parte de mim e de grande parte da minha história. Vou guardar as suas lembranças em um lugar especial e deixar que você fique onde está: no passado. Do qual eu não me arrependo nenhum dia! Nem por um segundo! Mas eu já vivi disso tudo o que eu poderia viver! A vida se renova sem que ninguém precise ensiná-la como. E agora?! Agora é tempo de primavera novamente!

Adeus, Carlos!

Com amor, Gabi.

*Referência da música “Nothing but love”, do Mr. Big. Que eu ouvi e me fez lembrar de você, trazendo vários sentimentos e lembranças à tona.

Gabi Parvati
Enviado por Gabi Parvati em 08/06/2017
Reeditado em 29/07/2017
Código do texto: T6022129
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