ATÉ ESCREVERIA PARA VOCÊ, PORÉM ...

Eu até escreveria para você, porém, de costume, valorizo minhas palavras e a ponta do lápis em meu moleskine, e por valorizá-las, não quero que minhas palavras se envolvam com a sua inconstância.

Poderia sim, escrever-te, um verso, uma estrofe, ou até mesmo, uma longa poesia, mas toda escrita vem carregada de sentimentos, emoções e pensamentos silenciosos e/ou belos na medida que a vida nos leva a tê-los, e por esse motivo, escrever-te, seria, de certa forma, inutilizar a tudo isso.

Eu escreveria algo para você, ou de você, porém, suas promessas não constariam neste texto, afinal, quando escrevo, acabo sendo otimista e marcando com palavras, minhas visões de um futuro próximo ou não, mas que existirá na medida em que eu aprender a não desistir de realizar tudo que almejo, sendo assim, suas promessas, que só existem no presente já que seu costume é desistir delas no mesmo instante em que as fazem, não poderia seguir essa linha otimistazinha.

Eu escreveria até um livro, ficção ou autobiografia. Na ficção poderia constar nós dois como personagens, já que tudo não passou de pequenas inverdades, porque não tornar toda nossa história em uma obra literária? Afiinal, literatura é uma arte e muitas vezes a arte é abstrata, incompreensível para muitos, até para o próprio autor/artista. Sentiu alguma semelhança?

E por último, existe ainda a possibilidade de uma autobiografia, essa escreveríamos juntos, a história desde quando nos conhecemos, quando tudo era tão belo, inspirador e poético, mas uma hora essa autobiografia tornaria-se algo surpreendentemente triste, de certa forma, isso ajudaria o leitor a entender que nem toda biografia vale a pena, e ao mesmo tempo nos faria retomar todos os atos e fatos da relação e tentar chegar em uma única conclusão, “O que fizemos e como chegamos onde estamos agora?”.

Luan Santos
Enviado por Luan Santos em 13/02/2017
Código do texto: T5911760
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