Já não se faz mais Carlos como antigamente ...

Amiga Regina, já não se faz mais “Carlos” como antigamente, o mundo mudou...

Não me pergunte se para melhor ou pior, eu não ousaria a responder.

O que eu sei é que estamos perdendo nossos Poetas, um a um, sobrará apenas à essência lançada aos quatros cantos, rabiscadas em um simples “guardanapo de papel”.

Chegou ao dia do adeus ao Gullar, e entre tantos outros, ainda restamos nós, escondidas em “recôndidos lugares”;

Fazendo a nossa poesia, escrevendo as palavras que não cabem se quer dentro de nós mesmas ...

Isso explica que não temos todo tempo do mundo, temos pressa, nossa "urgência urge", “obcecadas pela busca de tesouros submersos”, e que tesouros são estes, Se não, a essência...

E mesmo que eu não queira isso dentro de mim, um dia chegará à hora de partir, eu sigo e “vou embora para outro lugar”, e deixo as minhas escritas num canto qualquer para qualquer um.

Os Poetas “escrevem o que sabem que não sabem”... Sabia ?

E nós?

Quando percebemos que nos falta uma taça de vinho num céu estrelado, um friozinho suportável, uma dança de salão ...

Já não se faz mais “Carlos” como antigamente, o mundo mudou...