De Mimi para Chechel

Querido,

estou encabulada...a grande mídia se ocupa de tanta coisa irrelevante, e praticamente não nos dá mais espaço. É a falação sobre o governo Trump, as delações, a volta do Batista como reforço pro Bangu Aético Clube, a febre amarela, os campeonatos estaduais que tiveram início, os doze milhões de desempregados...e não vejo mais manchetes que suscite nossos nomes...

Espero que, passado o carnaval, o país crie juízo e passe a tratar a coisas seriamente, senão pode até haver o retorno do Indignácio, ou a alkimia do Santo e ai, babau...Ou será que pensas de outra forma. A verdade é que tens que lidar com as facções e isso é sempre coisa que diz a grade...Minha sugestão, modesta, mas sincera, é soltar Janaína nelas. Ela, sim, mais do que qualquer Pastor, Missionário ou Apóstolo, tem a convicção da conversão. Exorciza e na cobra ainda pisa. Uma vera pi(n)tonisa.

Bem, a menos que a queiras para a vaga zavasckiana, onde o merecimento é todo desta brava paladina das liberdades e da mo(r)deração. E aí será outra histéria para a nossa mais Suprema Corte. Nem Xilmar com ela há de ousar.

E tuas poesias? Estou sentindo falta delas. Não sei como andam as vacâncias de imortais na Academia Brasileira de Letras. Mas, sinceramente, acho que é chegada a tua hora, ora. Ora et labora. O próprio Millôr, ácido crítico de tudo quanto não era comuna, consignou elogios rasgados ao teu trabalho acadêmico, que estou seguro, foi todo feito sob a inspiração da musetta Chela. E não me enciúmo aqui. Sei que ambos se merecem e quanto amor, numa singela troca de olhares não tecem?

Que tal, lograste trazer o copeiro Catalão para servir no Jaburu? Sei que a burocracia é infernal e cria toda sorte de empecilhos, mas no caso dele, botando o preto no branco, não se dissimula: o óbvio u-lula...Da mesma forma peço-te que me confirmes o Bessias, cuja lealdade é canina, a toda prova. Bem o pudeste constatar por ocasião da nomeação-relâmpago de Indignácio para a Chefia da Casa Se viu. Pena foi aquele tumulto todo que se seguiu e que invalidou um ato jurídico perfeito.

Com os novos eventos no Rio, que suscitam atração de atenção e de público, estou pensando em passar um carnaval mais tranquilo. Pinhais, no spa do Sérgio, me parece uma excelente opção. E eu sempre gostei de Curitiba. E não é sem razão que venho estudando anos a fio a etimologia dessa palavra de origem tupi-guarani. Já descobri sem muito labor que a desinência -ritiba quer dizer do mundo. Mas a raiz, está difícil demais. Já mandei esse desafio para os melhores linguistas do planeta, e gente da NASA, inclusive, mas até agora, nada. Quem sabe não poderia esse ser uma das próximas questões do exame do ENEM, ou do elitista Instituto Rio Branco - agora, por força de lei, Afro também?

Fico. A noite é uma criança e vou cuidar da janta. Um quietinho baboso, com frango, que achas? Traz Chela e o teu garoto.

Bisous, Mimi

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 01/02/2017
Reeditado em 01/02/2017
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