Não se apaixone por mim

Olhe nos meus olhos,

Ria das minhas piadas sem graça,

Beba no meu copo, mas ó! Não se apaixone por mim.

Quando eu ler Neruda em voz alta, por favor, não pense que é pra você.

Talvez você me pegue elogiando seus cabelos,

Seu perfume, o seu jeito de moça educada lá fora e aqui dentro deste quarto uma dama da noite, e até mesmo o seu gosto musical. Mas ó! Não se iluda com minhas palavras, faço força pra ser um anjo, mas o mal em mim ainda é mais natural do que fruta no cacho de uma árvore da Amazônia.

Me abrace se quiser, me aperte....forte até!

Rasgue minha roupa, rompa meu silêncio, provoque meu sussurro, meu urro noite adentro...

...crave suas unhas no meu peito, mas não cave mais fundo que isso. Seria desnecessário.

Lá no fundo, a sete palmos da minha pele, jaz um coração que morreu de amor.

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 06/01/2017
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