Palavras ou não

Às vezes me vem o instante

Em que a vi pela primeira vez...

Você andava no mesmo lugar,

Eu ía em sua direção.

Você olhava pra lá,

Eu a olhava inteira ali, logo ali...

Na sua mão, um guarda chuva,

Na minha escondia o meu próprio coração.

Então surgiu o seu sorriso,

E ali eu soube, daquele instante em diante,

Onde eu queria estar.

E conversamos, e conversamos,

E até então eram palavras e olhares

E dois tímidos querendo algo mais.

Depois, foi seu jeitinho de ser e a imensa vontade

De correr pra lhe encontrar de novo.

Essa que não passa mais, ao contrário, só aumenta e aumenta quanto mais a encontro.

Nova conversa, novos olhares, novo diálogo,

Agora, porém, sem palavras,

Mas com uma perfeita troca de frases.

Quando peguei na sua mão já estava completamente perdido apesar de me saber exatamente onde queria estar.

Desde que me vi no seu sorriso, não pude mais esconder meu coração.

E segurei seu guarda chuva e passei a mão por seus cabelos e corri em sua direção e olhei aflito seu olhar, lhe segurei no meu abraço e foi no seu que me abriguei diversas e diversas vezes...

E diversas vezes fico assim,

Andando no mesmo lugar,

Vendo você vir em minha direção,

Inteira, logo ali,

Olhos nos olhos, mão na mão,

Me perdendo em seu sorriso

Me encontrando em nosso amor,

Com essa imensa vontade de lhe ouvir

Por suas palavras, às vezes,

Outras por seu doce coração.