CARTA SINUOSA, A TUA.

Não preciso de arrodeios para expressar o sentimento de angústia ao ler o que escreves a meu respeito, em relação ao que um dia vivemos, se ainda hoje me negas o que de mais humano existe num homem, que é sua presença, ainda que seja no mais sutil dos comentários, numa página blindada por um codnome?

Como podes afirmar que sentes saudade de uma convivência atemporal, ridícula, sinuosa, cheia de desencontros?

Se usei do teu artifício (não me identificando) para me fazer presente, e mesmo assim, a outras comentas na mais cruel das insinuações?

Não é a mim que te tive a mais honesta das amizades, que queres convencer.

Não é a mim que, muitas noites de sono perdi... em muitas tardes de vigília, te aguardei com amor de adolescente, amor que fazia as tardes nebulosas caso não chegasses?!...

É mesmo a mim que mandas essa carta? Tem certeza disso ou digitas palavras a esmo, meu amigo?

Será que lembras do bem que eu te fiz? Vou relembrar:

Não foi por ti que em anos idos, perambulei, direcionada por instinto, sei lá que espécie de instinto era aquele que me levava a ti, e muitas vezes meu ridículo celular anunciava mensagens ou 'decretos' dizendo estou aqui, vem... Muitas vezes, nem rezar me deixavas!...

... e eu ia. E quando te via, minha alma ardia dentro de mim.

Era algo, até hoje, inexplicável, porque a nossa maior intimidade era indizível, invisível aos humanos que nos observavam.

Quando alguém se aproximava,

demonstrávamos total desinteresse, mesmo que esse alguém viesse em forma de anjo. Lembra?

E a qualquer prenúncio de chuva, a poesia se fazia presente.

A chuva era uma dádiva porque a gente se tocava com o mesmo pudor que a chuva nos tocava.

E por falar em pudor, a pureza das nossas almas encantava até o mais profano dos espíritos.

E quantas vezes, te deixando sozinho, saí correndo, literalmente. Lembra?

Era tudo tão puro...

Gostosamente puro!

Se eu fosse descrever os momentos felizes que passamos juntos...

os lanches, os sorvetes... ah! os sorvetes!...

Duvido que esqueças!

E aquele filme?

ah ah ah...

Meu Deus! A quem eu traía?

Não havia traição!

Havia sim, entrega de almas puras!

Não quero sujar o nosso querer, mas, era uma espécie de omsagro.

Me perdoa, mas, foi inevitável.

Deus me livre de macular um sentimento tão puro quanto aquele...

Deus me livre de continuar recordando...

Deus me livre!!

obs: Quando a gente recorda, recorda pra valer. Nem nisso eu seria tacanha nem avara.

Caso queira, comente. Não incida no mesmo erro. Abundância nas palavras é o meu fraco, ou, melhor dizendo, meu forte.

Sinta-me bem perto de você

queira-me bem, faça-se merecedor!!

(Um pequeno endosso: Felizmente, escrever só me satisfaz.

Só escrevo por isso. Nada do que foi antes, me apetece!!

CaminheirA

04/01/17

CaminheirA
Enviado por CaminheirA em 04/01/2017
Reeditado em 05/01/2017
Código do texto: T5871431
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