Aquele Cafézinho da esquina com a principal

Oi, “Maggi”

Sabe aquele cafezinho que íamos sexta a noite conversar um monte de bobagens, olhar para os desconhecidos e lhes inventar as histórias mais bizarras do universo? O cafezinho que te deixei tropeçar no terceiro degrau e quebrou sua rasteirinha, por isso tive que voltar pra casa descalço, pois deixei você usar meus sapatos sociais e foi simplesmente cômico para os estranhos verem um homem descalço e de calças dobradas com a moça de vestido azul justo usando sapatos sociais masculinos. Aquele cafezinho na esquina com a principal onde te encontrei depois de sair na chuva do lado sul ao lado norte da cidade e meu deixou com um tremendo resfriado na semana seguinte. Onde tinha o show acústico do Jota e ele sempre tocava a ultima música virado para nossa mesa, quer onde ela estivesse, até mesmo do lado de fora do cafezinho, que tinha uma varanda a dois e foi justamente onde nós dois, ao som da última canção, aceitamos morar juntos. E morar junto foi muito mais do que morar junto. Aquele mesmo cafezinho em que nos casamos, sim, casamos, pois o Jota e os donos do estabelecimento abriram mão de uma madrugada para nos ceder todo o espaço e fizemos nossa cerimonia lá. E foi nesse mesmo cafezinho que partimos, e depois de partirmos ele se fechou, e foi simplesmente por partirmos que ele se fechou.

E eu estou com uma vontade imensa de vê-lo novamente de portas abertas...

Mael Daltro
Enviado por Mael Daltro em 21/12/2016
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