A ÂNGELA, EM AGRADECIMENTO
Ângela, minha cara amiga:
Quando você, Edna e Antônia Zilma entraram em minha casa, o ambiente parece ter ficado mais iluminado e uma música só perceptível a mim, aos meus ouvidos, encheu o espaço. Eu, tomado de alegria, senti isso. Acho que era o meu Anjo da Guarda tocando a sua harpa, solidário com a minha felicidade. Aliás, ele costuma fazer isso em determinados momentos, inclusive nos de melancolia, em que a saudade invade a minha alma. Ele não quer me ver melancólico. De repente um som que eu chamaria de celestial chega aos meus ouvidos, e até que consegue me tocar, pois sinto um novo ânimo e procuro alguma coisa para fazer. Pois bem, o encontro decorreu muito bem, a alegria dominando os corações, mais ou menos um terço da minha família participando (os outros, ou residem fora ou tinham outros compromissos a que não puderam faltar), cada um procurando perenizar aquele feliz encontro com fotos, até que chegou a hora da despedida. Por que as horas passam tão rápidas em ocasiões como essa? Tive que despedir-me com um abraço a cada uma. Era tanta a minha satisfação que, confesso, senti vontade de dar um beijo na face de cada uma, mas tive receio: um velho como eu seria um atrevimento…
Alguns dias depois recebi a crônica de Edna, com expressões de tanto carinho nas referências à minha pessoa e à minha família, que senti minhas estruturas emocionais abaladas. Foi com grande esforço que consegui juntar algumas palavras para escrever uma crônica tentando externar-lhe o meu agradecimento emocionado e o prazer espiritual que um texto de tanta beleza e de tanta sinceridade causa em meu coração, sobretudo nesta idade. Consegui elaborar uma crônica que, ainda embalado pela emoção, me pareceu, ao relê-la, meio confusa. Sim, e ainda teve o comentário desse amigo invulgar que é o Prof. Raimundo Antônio, o responsável por esse tesouro de amizades tão bonitas e generosas que ganhei.
Agora vem você, com outra crônica tão bem escrita, no seu estilo original, quanto comovedora, semelhante à de Edna. Ao concluir a sua leitura, fiquei me perguntando como o poeta: - E agora Obery? Onde irás encontrar palavras que expressem a sua surpresa por merecer a generosidade de tantos elogios? - Como no caso de Edna, estou sentindo me faltarem a inspiração necessária e expressões com que manifestar-lhe a minha gratidão. Portanto, só me resta dizer-lhe, por enquanto, “muito obrigado, querida amiga”. Agradeço também a Deus por ter-me permitido viver tantos anos e a esta altura ter esses momentos e essas manifestações de tanto carinho. Deus lhe pague. Um afetuoso abraço.