EPÍLOGO

É com grande alegria que concluo este relato biográfico. Orgulhosa do caminho trilhado até aqui, mesmo que árdua e custosa tenha sido a experiência, nada poderia ser mais árdua e custosa que a vida da personagem. Acabei por compreender e afeiçoar-me ainda mais a grande matriarca de minha família.

Deixo aqui meus sinceros votos de que seu destino siga tão prospero e fecundo em bênçãos quanto o destino que ela sempre desejou para mim.

Em nossas noites em casa ela costuma crer que estou sempre ocupada e não ouço nas entrelinhas de suas conversas inenarráveis com seus amigos, quando gentilmente cita algo que eu tenha lhe contado, como se eu fosse uma fonte do Wikipédia:

- É como Wanessa diz […]

Não mãe, não é como eu digo. Eu repito apenas o que minh’alma cresceu ouvindo e compreendendo dos seus ensinamentos. E mesmo que penses não saber onde aprendi coisas que julgas não compreender, creia que mesmo que não tenhas me mostrado com palavras, aprendi com seu silencio (mesmo raro), suas obras e sua capacidade de me amar e de amar a todos incondicionalmente.

Nada mais sou do que sua filha, e minhas qualidades são filhas de suas qualidades, assim também meus defeitos são, por herança, filhos de seus defeitos.

E quando meus próprios filhos estiverem em sono profundo, quero eu também estar em puro deleite ao lado deles, cobrir-lhes e sentir suas respirações delicadas. Lembrarei das vezes as quais o fizera comigo [e a meu irmão] e coroarei estes momentos dizendo o que mais lhe ouvi dizer:

- Em tudo dai graças!

Graças vos dou, Deus eterno, pela doce obra que dispusesse dos céus para a difícil tarefa neste mundo de ser a minha mãe. Medalha de honra para ela, a missão esta sendo cumprida com todo o mérito.

Jaboatão dos Guararapes, 6.8.2017