DAVID JOHANNES DU PLESSIS

DAVID JOHANNES DU PLESSIS

O “Senhor” Pentecostes

(1905 – 1987)

Foi pastor, principal estadista e porta-voz do pentecostalismo internacional no século 20.

Natural da África do Sul e naturalizado norte-americano, Du Plessis nasceu em 07 de fevereiro de 1905, na cidade de Twenty-four Rivers, perto de Cape Town. Seus pais, descendentes de huguenotes, eram tementes a Deus; seus ancestrais foram perseguidos na França e tiveram que emigrar para fora do país, os quais se tornaram pentecostais pela influencia de John G. Lake er Thomas Hezmalhalech, missionários oriundos do movimento pentecostal iniciado no começo do século 20, ligados a Azusa Street Mission, que foram enviados para a África do Sul em 1908.

David Du Plessis foi batizado nas águas na Apostolic Faith Mission, igreja africana na qual seus pais congregavam e onde ele atuou até 1947. Com 13 anos de idade, recebeu o batismo no Espirito Santo, num culto realizado pelo evangelista inglês Charles Heatley, em um depósito de caixões. Um dos primeiros trabalhos de David na igreja foi pregar para adolescentes nas ruas. Aos 15 anos, começou sua aprendizagem na Casa Publicadora da denominação. Ingressou na faculdade, primeiro em Ladybrand, e depois em Bloemfontein. Em 1920, procurando cumprir sua chamada para o ministério de tempo integral, serviu em diferentes trabalhos pastorais de meio-período e também chegou a ser empregado em uma companhia de estrada de ferro nas cidades de Benoni, De Aar e Pretória.

Casou-se com Anna Cornélia Jacobs em 13 de agosto de 1927 e tiveram sete filhos de um casamento que durou 60 anos. Foi ordenado pastor em 11 de abril de 1930, aos 25 anos de idade; aos 30, passou a exercer liderança na AFM, a mais forte igreja pentecostal na África do Sul até 1947, quando deu os primeiros passos no que se tornou um ministério mundial.

Numa convenção anual da AFM, em Johannesburgo, Du Plessis ouviu de um evangelista analfabeto uma profecia que o guiaria pelos 50 anos seguintes. Smith Wigglesworth havia sido recomendado a Du Plessis pelo líder pentecostal britânico Donald Gee. Isto após as bem-sucedidas reuniões de Wigglesworth na Austrália e na Nova Zelândia. Du Plessis foi seu interprete para as igrejas de língua africana. A profecia, esquecida com o passar dos anos, foi reinterpretada pelo pastor Robison. Mas a essência da profecia para Du Plessis era que ele daria testemunho nas partes mais remotas do mundo – exigia apenas que ele permanecesse obediente e fiel ao Senhor.

O fim da II Guerra deu-lhe a oportunidade para viajar. Assim, no Concilio Geral das Assembléias de Deus norte-americanas, em 1937, em Menphis (Tennessee), Du Plessis (que com outros, incluindo Donald Gee, havia sido convidado pelo secretário-geral J. Roswell Flower) tinha discutido a possível união dos esforços mundiais dos pentecostais. Du Plessis conhecera muitos lideres pentecostais através de publicações que ele trocava com eles num esforço pessoal de conservar o pentecostalismo mundial. Pentecostais escandinavos, inimigos antigos de qualquer organização formal fora da igreja local, hospedaram uma conferência europeia em Estocolmo, 1939, contrariando as tendências de unidade que eles temiam.

A primeira Conferencia Mundial Pentecostal foi realizada em Zurique, em maio de 1947. Dado às circunstancias, Du Plessis pediu sua demissão do cargo da igreja AFM, função que exerceu por 12 anos. Diante disso, enviou um telegrama para sua esposa Anna, que vendesse tudo e fosse para Basel, onde dali por diante cuidaria da liderança das futuras conferencias Mundiais Pentecostais.

Du Plessis atuou como secretário de organização da Conferencia Mundial Pentecostal por aproximadamente uma década, desde o encontro de 1949, em Paris, até a reunião de Toronto, de 1958. Por sua intensa atuação nem sempre agradou a todos, mas é reconhecido que por seu esforço e diálogo oficial concentrou-se nele o crescente papel como o “Senhor’ Pentecostes”.

Marcio Jose Schali

Escritor, historiador e Jornalista

Marcio Schali
Enviado por Marcio Schali em 06/07/2017
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