Efêmera

Sou como uma flor de lótus de mil pétalas

Tenho milhares de facetas

Mas, incompleta

Milhões de sonhos

Universo de palavras soltas

Risadas loucas

Socrática, platônica, romântica

E da liberdade

Não da libertinagem

Minha linguagem é enigmática

Minha imagem

Não diz tudo o que está em mim

Ah, se fosse tão simples assim

O meu álibi

É que tudo muda e o tempo corre

Talvez, chegarei a ver

Quem plantou o que colheu

Sou uma pequena sombra no breu

Que guarda uma luz

E, como toda flor,

Um dia desabrochei

E, em outro, murcharei

Mas esqueço disso

Como todo mundo esquece