HERBERT SPENCER (1820-1903)
 
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Herbert Spencer nasceu em 27 de abril de 1820, em Derby, Inglaterra, filho de pai religioso, metodista, William George, e de mãe quaker, Harriet Holms, primogênito, único sobrevivente de seis filhos, dos quais os outros não passaram de dois anos de idade. O pai era professor, além de lidar com tecidos e venda de roupas, mas entra em falência com esse negócio. Herbert foi educado em casa, uma vez que sua saúde era frágil, mas a mente aguçada. Também o seu tio William era professor e frequentou a escola do mesmo. Já nos seus quinze anos de idade teve um artigo sobre barcos publicado em revista, o que lhe fez pular de felicidade. Teve ainda outros professores particulares. Se pai frequentou uma sociedade de filosofia na cidade. Com o talento para desenhar esquemas, e ainda criatividade, uma empresa de ferrovia (London and Birmingham Railway) contrata Herbert para desenhar plantas de ferrovias. Também cria mecanismos para trilhos. Mas seu talento era escrever, e guardando dinheiro após esses serviçoes, decide ser escritor. Trabalha assim no jornal Economist. Mais especificamente como admirador de Darvin, apesar de o evolucionismo ser seu, anterior a o livro do admirado, e ainda por ter criado a expressão “sobrevivência do mais apto”. Spencer é um evolucionista social, e positivista. Com sua hipótese de desenvolvimento cria as bases do evolucionismo, apesar de ser na linha mais metafísica do que de Darvin. Fala em espécie de metafísica do Universo. Fala ainda que a realidade última é incognoscível e o universo um mistério. Tenta assim conciliar religião e ciência. Tanto a religião teria a compreensão de que conhecer as coisas é um mistério, assim como a ciência teria limitação. Assim evolução é a passagem do menos coerente ao mais coerente, do homogêneo ao heterogêneo, do indefinido ao definido. Também aceita em algo o a priori de Kant e algo de Berkeley. Mas o que é apriori no indivíduo, é a posteriori para a sociedade. Pai da antropologia, e sua sociologia é diferente da socialista. Pelo contrário, disse que a sociedade existe para o indivíduo, e olha com desconfiança o Estado. Também via a psicologia como uma ciência autônoma. Adversário do imperialismo e do socialismo. Trabalhou por trinta e seis anos em sua obra filosófica, mas haja vista a saúde precária, para por vezes, seja por dias, meses ou até mesmo anos de escrever. Passa por dificuldade econômica, mas após ajuda de um amigo dos EUA (de revista Popular Science), bem como ao receber herança de pai, sua situação melhora. Mais pelo norteamericano, que consegue arrecadar 7000 dólares a fim de amigo escrever a obra. Teve muitos amigos, e frequentava teatros e atividades sociais, tendo como amigos Mill, Huxley, Tyndall, Eliot. Fica assim famoso nos EUA em seu tempo, tendo mais de 360000 livros vendidos por lá. Reclamava de solidão e por não ter esposa. Era magro e tinha estatura mediana. Passa a vender artigos para várias revistas e jornais. Escreveu no The Neoconformist e outros. Cria o termo evolução em 1857. Interessante que Blavatsky fala que a evolução já era conhecida dos antigos, e com maior amplitute, estando presente até em Leis de Manu. Coloca que: “Para os filósofos antigos, a evolução era um teorema universal, uma doutrina que atingia tudo, e um princípio estabelecido; ao passo que os nossos modernos evolucionistas não nos podem oferecer senão meras teorias especulativas, com teoremas parciais, quando não inteiramente negativos”1. Claro que para Blavatsky as coisas se complementam com o mundo invisível e filosofia hermética, que dariam as respostas buscadas por ele (e Darvin). Mas Spencer é pouco lembrado, apesar de ser mais relacionado ao social, e mesmo sem perder o enfoque religioso, coisa que em Darvin é interpretado como um combate a religião, em especial por aqueles que não leem toda sua obra ou detalhes. Mas Spencer faleceu em 8 de dezembro de 1903, sepultado em Highgate, Londres.


 
1BLAVATSKY, Helena Petrovna. A Doutrina Secreta, Vol 2, p. 39