QUANDO DEUS NÃO CURA - Parte 4

Chegou o dia esperado, já estávamos no mês de Julho. Partimos de Nova Iguaçu para a Barra da Tijuca, éramos eu, Elis e a nossa cunhada Patrícia.

Deixamos o carro no estacionamento do hospital e fomos tratar da internação. Já era por volta das 11:00 horas quando a Elis foi internada e o procedimento estava marcado para as 14:00 horas.

Na hora marcada o procedimento foi iniciado. Eram apenas dois médicos e uma instrumentista, um médico responsável por controlar o equipamento de ultrassom e o segundo e mais experiente, era o responsável por acessar e dar os “tiros” para retirada dos fragmentos dos rins.

Primeiro foi realizado um ultrassom para que os médicos estudassem a melhor forma de acessar os rins. Elis foi deitada de barriga para baixo e o médico fez a higienização da pele e aplicou anestesia local. Com a orientação do médico que estava responsável pelo ultrassom, o segundo médico introduziu a agulha de cerca de 10 cm na parte de baixo das costas da Elis. Vi minha esposa sentir muita dor quando a agulha alcançou seus rins e o primeiro fragmento foi retirado. Me senti muito impotente naquele momento, incapaz de ajuda-la e preferi sair da sala onde estava sendo feito o procedimento. Ainda faltava retirar dois fragmentos dos rins e Patrícia permaneceu ao lado da Elis.

Passaram-se mais de uma hora desde o momento que eu havia saído do quarto e a Patricia veio me avisar que o procedimento havia encerrado. Os médicos estavam me chamando e quando entrei no quarto vi minha esposa deitada na cama e completamente banhada de suor. Aquilo me fez imaginar a dor que ela sentiu durante o procedimento. O médico responsável pela pulsão nos rins me entregou um frasco com três fragmentos retirados dos rins e um papel onde constava o endereço em São Paulo da médica que realizaria os exames laboratoriais nos fragmentos.

Peguei o frasco com os fragmentos e fui rapidamente para uma agência dos correios existente bem ao lado do hospital. Já aproximava a hora de fechamento da agência e eu não tinha tempo a perder. Chegando lá, preenchi toda a documentação necessária, embalei o material em uma caixa apropriada e despachei para o endereço fornecido pelo médico. Voltei para o hospital, era noite e mil coisas passavam por minha cabeça durante minha caminhada pela avenida das Américas. Naquele momento a única coisa que eu conseguia fazer era orar a Deus.

Cheguei novamente no hospital e fui informado que não poderia permanecer no quarto com a Elis, apenas mulheres podiam acompanhar mulheres. Me despedi da Elis e da Patrícia, peguei meu carro e retornei sozinho para casa.

No dia seguinte retornei ao hospital logo pela manhã. A Elis teve alta e retornamos para casa. O médico passou um novo exame de sangue complementar de urgência para o dia seguinte e esses exames precisariam ser realizados em casa a Elis precisava ficar em repouso absoluto.

Agora era esperar o resultado.

Wilson Gonçalves
Enviado por Wilson Gonçalves em 16/11/2016
Código do texto: T5825814
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