metais foscos

pedras preciosas

dentro de um sorriso cinzento.

as mãos cansadas se atêm

para escrever o verso da noite

que não vem.

La fora o tempo,

inferno que devora

dias e noites,

como que se vingasse de mim.

sou morto, ignoro o tédio

com minhas palavras:

-ironias do meu silencio;

À batida do violão, versos,

a taça de vinho tinto.

passo batido feito a vida,

umas noites sou sorte,

outras sou azar;

e brilha,

pelas luzes dos postes;

a essa madrugada abstinente

que se arrasta pelo dia,

pelas paredes dedicatórias

apagadas a força,

pelo silêncio,

escuro, alma da própria noite.

devora muda

minhas palavras calmas,

o quarto cheira a café,

mas é a vida

que passa por dentro de mim

feito um filme;

entra de olhos vendados

como a criança

que desenha bonito,

os dias ruins.

e saem pelas mãos

feito metais foscos

que não tem valor

para qualquer um.

Edmilson Cunha
Enviado por Edmilson Cunha em 13/08/2013
Código do texto: T4432331
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