Transcendência

A potencialidade infinita é nosso real Ser, nossa alma, nosso Eu Superior. A alma de cada pessoa não é uma coisa. Ao contrário, é pura potencialidade. E além disto, sua alma não pertence a você mais do que pertence a todos. A alma é universal. É o ponto que toca Deus. É através da alma que se rasga o véu da matéria e se descobre o divino.
Viver a possibilidade o tempo todo é o que indivíduos da aristocracia ou do high society fazem. E eles o fazem porque podem, mas não só por isto. Eles o fazem porque têm a firme decisão de viver amplamente as possibilidades infinitas de suas existências. Gurus, místicos e iluminados também o fazem por ter esta decisão. Apenas o foco – religioso ou material – muda. Em essência, a decisão é a mesma. A corrupção é, a um só tempo, a degeneração e a eliminação dessa decisão. Quando o corrompido ou o corruptor se vendem ou compram alguém, tomam a decisão de fechar todas as portas da legalidade e escolhem abrir todas as portas da criminalidade. A alma cria, tanto para o bem, quanto para o mal.
A alma, sendo a fonte da consciência – e de todas as coisas – nos mostra que somos co-criadores do universo, do cosmos, da realidade, junto com Deus. Isto é tão verdadeiro que a partir do pensamento de que nossas existências são extensões do universo total, podemos inferir – ou concluir, dependendo da disposição do nosso ser – que se algo estivesse ocorrido minimamente diferente do que ocorreu no passado, não existiríamos como nos conhecemos hoje. “O passado não pode estar errado.” A frase pode parecer reacionária, direitista ou até fascista, especialmente em países como o nosso Brasil, onde vivemos uma ditadura, num período de tempo não tão longínquo, mas expressa uma verdade. Só somos o que somos agora porque o passado foi o que foi e o passado só foi o que foi, porque somos o que somos agora. É interdependente. Portanto, nunca pode estar errado. O filme “De Volta para o Futuro”, trilogia de Robert Zemeckis, expressa este conteúdo de forma brilhante, apesar de aparentemente expressar o contrário. Quando Biff Tannen torna-se o cidadão número 1 dos EUA, ao fazer uso de um presente do seu eu do futuro, parece que tudo está errado no presente, 1985. E quando o cientista Doc Brown e Marty McFly chegam nesse desvio espaço-tempo, Doc Brown explica ao jovem que não podem ir para o futuro para consertar isto e impedir que o eu do futuro de Biff faça o que fez a partir daquela linha temporal. Porque tudo que vem dali, “dará errado irremediavelmente” (o passado não pode estar errado). Eles precisam voltar ao passado e encaminhar o presente para “a linha temporal correta”, impedindo que o Biff do passado receba o presente do seu eu do futuro.
Mas passado e futuro são abstrações. Só o que existe mesmo é o presente. E o nosso presente é realmente difícil. O mundo de hoje é um caos – e muitos dirão que é o próprio inferno – mas reconhecer que somos parte desse caos e que somos senhores desse caos, é tarefa do homem e da mulher transcendentes. Compreender que a fragmentação contemporânea é ilusória. O ser inteiro, pleno é o que é real.
Arrebatamento, noite escura da alma, nirvana, consciência cósmica, insight, todas essas designações guardam uma relação intrínseca com a experiência de transcender. E tenhamos fé ou não num Deus que nos guia, é preciso entender que nada no universo é por acaso, e perceber que há um maestro regendo a sinfonia cósmica. Que sejamos capazes de nos sintonizar com esse grande Mestre do fluxo de energia do Todo é condição fundamental para a transcendência. Paz e luz.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Referências:
As 7 leis espirituais dos Super-Heróis . Deepak Chopra – com Gotham Chopra . Editora Lafonte . Tradução: Alexandre Martins . São Paulo . 2012
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 16/10/2017
Reeditado em 16/10/2017
Código do texto: T6143992
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