“MAGISTER DIXIT”:COMO TUDO COMEÇOU...E AINDA É.
 
Já se vai longe o tempo em que lecionava na UNICAMP, quando, abusando  da extravagância linguística  “professorava”, e, como era bom o contato com alunos, com os quais convivi amistosamente, por vários anos.
Professorar é um verbo que quase não se usa e se pratica atualmente, eis,  que há tempos a profissão  não é sequer valorizada e não atrai o segmento nacional. E, por outro,  sendo uma atividade sem atrativo social, sem recompensa financeira, foi institucionalizada como um “quebra galho”.    Desvalorizada a carreira, ninguém hoje segue tal atividade, em razão da “minus valia”(advérbio latino) que isso representa. Ao contrário de “magis valia”, de onde surge a solene expressão: magistério. Poucos professoram e pior: não atrai como classe de elevada formação, em especial  pela desmotivação que os “altos” dirigentes do País não se debruçam nos profundos problemas nacionais para resolver aquilo que chamaria a “base de tudo”.Educação.
Pensa-se, enganosamente, que o professor deve, por aqui, ser uma extensão da família para completar alguns conhecimentos e na verdade o verdadeiro mestre é aquele que vai além desses parcos limites ...Professor não é aquele individuo que tem a obrigação de tornar o aluno “educado” e nunca é o complemento da célula primária, onde os pais deveriam ser atores e não expectadores do mundo. Sabe-se que numerosas famílias sequer tem a capacitação de educar desde o berço o filho (a) para o mundo e, por outro, ao professor é dado o bastão de burilar de início a falência do minúsculo núcleo social, onde os genitores não tem sequer algo a transmitir, minimamente, aos seus e, por consequência cabe ao professor, dolorosamente, cumprir aquele dever originário dos pais. Estes ou são omissos ou são literalmente ignorantes e analfabetos...
Aí surge um quadro trágico nacional, transferindo dupla função ao professor que tem que suprir a falta de base e os princípios fundamentais educativos de famílias e famílias para suprir –dolorosamente- a competência original, de berço e de origem.
Entretanto, pertine aqui lembrar aulas passadas em que se afirmava que desde quando o “homo habilis” se formou cerca milhões de anos há em inglês três fundamentos: “folk memory”, “mores” e “laws”, ou seja o que se chama em antropologia: o folclore da existência, os costumes e as leis, nessa ordem, progressiva e interdependente. Tais fundamentos são básicos e persistem até hoje.
O “folk” é de origem animal, onde o comportamento é de mera sobrevivência, como se defender a um ataque, alimentar-se e procriar além de o instinto de defesa, como exemplo subir em arvores, construir defesas, alimentar-se, enfim tudo o que a humanidade até hoje  preserva. Há mais exemplos mas fica-se por aqui.
Os “mores” (costumes) são consequência da formação de grupos e tribos, com a primária condição de socialização e de também de preservação ou perpetuidade em ambientes adversos. Tais costumes foram se agregando ao tempo para se constituírem algumas regras não escritas, eis que a escrita foi consequência da evolução. Os “mores” eram só “mores”, sem uma definição clara e não se fala ainda em “moral”.
Com a “law” aí o homem já está mais evoluído e distante dos seus antepassados criando algumas mais diversas regras, para se perpetuar no “folk”,nos “mores” e firmando-se na “law”.
Só a titulo de exemplo, a humanidade tem conhecimento de um primeiro código pelo rei Hamurabi, cujo império situava-se entre os rios Tigre e Eufrates, isto há 1.800 a 1.500 anos a.C.Mesopotamia- região entre rios...
Curiosidade: o homem já tinha castas e escravos... A Lei de Talião é uma das mais famosas, como “law”. Determinava : “dente por dente, olho por olho”. O Código de Hamurabi foi a primeira regulamentação social, em pedra lapidada com 282 artigos, que se conhece, os quais tratavam de diferentes situações humanitárias. Desde o Direito Penal ao Direito Civil. Essa joia histórica, está no museu do Louvre,na França.
A pergunta: será que mudamos de 1.800 a.C ?
Em tempo: a Universidade Federal do Recôncavo Baiano acaba de ser impedida pela Justiça de dar o título “honoris causa” ao ex-presidente Lula...(já condenado e responde a mais nove processos criminais...). Enfim:Cada país tem a UNIVERSIDADE  que merece!!