Os Quatro Tipos de Socialistas/Comunistas

Que o socialismo/comunismo possui incontáveis correntes e vertentes, disso não há a menor dúvida. Todavia essa divisão não se limita somente ao coletivo (grupos, partidos ou facções com diferentes pontos de vista da ideologia e suas formas de atuar), mas também entre os indivíduos que aderem a ele. Ao contrário do que muitos pensam, nem todos os socialistas/comunistas são iguais, pois, como um ex-adepto, notei que há quatro diferentes tipos de pessoas que se tornam esquerdistas. São eles:

Tipo 1 – O aristocrata oportunista

Esse tipo de indivíduo, que está no topo da pirâmide, sabe que o ideal de uma sociedade comunista igualitária e sem exploração é uma mera ilusão utópica a qual nunca sairá do mundo das ideias, ainda assim ele levanta a bandeira e sai propagando a ideologia aos quatro ventos apenas para iludir os demais e alcançar o poder com isso. São, em geral, as lideranças de partidos socialistas/comunistas, facções, movimentos sociais e/ou políticos que chegam a se “tornar” comunistas depois para aproveitar a onda como um meio de se perpetuar e aumentar seu poder, e assim se tornam mais populares e carismáticos. Como exemplos deles, entram a maioria desses líderes tão famosos: Stalin, Fidel Castro, Mao Tse Tung, Pol Pot, Hugo Chavez, Maduro, Lula, João Pedro Stédile, etc.

Tipo 2 – O aventureiro sonhador

O segundo é o tipo de indivíduo que acredita veementemente nessa ideologia de esquerda e em seus ideais, tanto que ele sai de sua zona de conforto e alguns chegam a “renunciar” uma vida luxuosa para lutar por seu sonho de uma sociedade paradisíaca, vivendo como ascetas materialistas. É o indivíduo que sonha com uma sociedade “cor de rosa”, livre da exploração e igualitária, e adora se aventurar em suas fantasias. Entre eles se enquadram não somente os socialistas marxistas, mas também os socialistas utópicos, anarquistas, libertários, hippies, adeptos de sociedades alternativas e outros do gênero. A maioria vem de família rica ou de classe média alta e se tornam rebeldes na juventude se opondo ao “sistema”. Alguns deles chegam ao poder, como os do tipo 1, grande parte serve como “cães de guarda” e marketeiros do sistema quando já está instalado (vide os “artistas” e “intelectuais” de esquerda) e outros permanecem como velhos sonhadores numa “eterna adolescência”. Como exemplos temos líderes famosos, como Che Guevara e Trotski, e artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, assim como também militantes jovens e estudantes de classe média alta, principalmente nas universidades públicas, os quais se aventuram nas causas dos partidos e movimentos sociais.

Tipo 3 – O revoltado iludido

O terceiro tipo é uma minoria deles os quais, felizmente, muitos deixam de existir e até se tornam anti-comunistas. Conheço esse tipo muito bem porque já fui um deles. É uma pessoa que poderia até ser liberal ou conservadora, pois acredita e defende a meritocracia, mas, o que leva essas pessoas a se transformarem em socialistas/comunistas?

De fato, o capitalismo não é perfeito e possui suas falhas, principalmente em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, como é o caso do Brasil e na quase totalidade da América Latina, os quais nem sequer ainda possuem uma economia de mercado livre e formada, parados ainda numa espécie de pré-capitalismo. A corrupção e os vícios clientelistas, muito comuns aqui no Brasil, são uma barreira à meritocracia, o que faz com que cidadãos de bem, honestos, estudiosos e trabalhadores, principalmente os mais jovens, tenham um baixo padrão de vida, deixando os desempregados ou com baixos salários e cargos que não condizem com sua formação, enquanto outros que não mereciam estão ocupando seu lugar. Assim, a economia de mercado fica com essa imagem de vilão, levando o indivíduo a acreditar que o socialismo é o mocinho da história, o que o seduz (depois escreverei outro artigo falando sobre o porquê de o socialismo/comunismo atrair tantos adeptos, explicando isso mais detalhadamente). A grande maioria deles se liberta mais cedo ou mais tarde com o amadurecimento das ideias e/ou quando enxerga a verdade estudando e vendo como funciona uma economia de mercado verdadeira, conhecendo quem é de fato seu inimigo e se tornam grandes conservadores e/ou liberais.

Tipo 4 – O eleitor massa de manobra

Este último é a grande maioria deles, que formam a base dessa pirâmide, os que sustentam os demais. São em geral as pessoas que nem sequer sabem a diferença de esquerda e direita; capitalismo e socialismo, e apenas são levados como folhas pela ventania, sempre terminando repetindo como papagaios que “são socialistas/comunistas” apenas por modismo e/ou por medo de represálias, bem como pela dependência de programas sociais, como é o caso do bolsa-família, representando assim a maioria do eleitorado e massa de manobra desses governos e sua população simpatizante quando o regime já está instaurado.

Felizmente, assim como o tipo 3, deixam de ser quando são conscientizados ou quando a máscara do governo cai, e aí percebem como foram enganados.

Pode ser que haja mais tipos deles, mas pelo que eu identifiquei de quando fui um e depois de analisar de forma mais clara após deixar de ser, pude identificar essas quatro diferentes “espécies” de adeptos dessa ideologia.

Vinícius Fernandes da Costa